quinta-feira, 26 de julho de 2007

PASSEANDO POR BUENOS AIRES

Na última vez que estive lá, apesar de todos os percalços políticos e financeiros ocorridos pouco antes, Buenos Aires continuava a cidade mais civilizada da América do Sul, com seu eterno ar europeu, os bonitos prédios de arquitetura clássica, as praças e jardins sempre floridos e limpos e seu povo bonito e bem vestido. Isso sem falar do ótimo comércio e dos restaurantes de todos os tipos, com preços bem baratos graças à desvalorização do peso.

Se você nunca foi à capital da Argentina, para ter uma visão geral da cidade vale a pena pegar um táxi e fazer um passeio de uma hora (combinando o preço da corrida antes, é claro) passando pelos locais mais famosos e conhecidos. Todos os motoristas de praça são excelentes guias de coração e sentem o maior orgulho em mostrar a cidade para os visitantes. Essa hora de taxi custa por volta de 40 dólares e você já fica por dentro das coisas.

Nesse passeio não deixe de ver:

A Plaza de Mayo e seus arredores, a Casa Rosada (o palácio do governo), a Catedral Metropolitana, o Cabildo, o Convento de São Francisco e a Plaza Colón. Dê uma passadinha e conheça o famoso Café Tortoni (Avenida de Mayo 829 – 4342-4328) o mais antigo do país (foto ao lado) e considerado um marco histórico com suas paredes cheias de quadros, colunas de madeira escura, teto de vitrô e mictórios masculinos de cobre e porcelana. Uma verdadeira volta ao passado...

San Telmo, o bairro ao sul da Avenida Defensa, cheio de antiquários e restaurantes. Aos sábados e domingos a pracinha Dorrego fica lotada com as bancadas da feirinha de antiguidades e as ruas ficam fechadas aos carros. E você acaba comprando alguma coisa como lembrança da viagem.

Em La Boca, berço do tango e reduto dos torcedores do clube Boca Júnior, passe a pé pelo “Caminito”, uma ruela de casas coloridas e cheias de esculturas, pinturas e entalhes, com artistas vendendo suas obras nas portas dos ateliês. Foi lá nas antigas cantinas e bordéis que nasceu o tango. Tome um café no simpático Café La Perla, onde você tem uma boa idéia de como eram os bares antigos da região. Parece que realmente o tempo parou!

Puerto Madero – a novidade maior de uns anos para cá – teve seus enormes e vazios armazéns transformados em lojas e restaurantes com mesinhas nas varandas à beira do rio durante o verão, revitalizando toda a região. Até o moderníssimo e “hype” hotel Faena se instalou por lá e já vive lotado. Muito sucesso também está fazendo o Asia de Cuba, mistura de boate & restaurante japonês que fica lotado de gente bonita até o amanhecer, dançando e comendo sushi sem parar. Se você jantar não precisa pagar o couvert musical.


No Dique 3 os melhores restaurantes são o La Parolaccia (comida italiana), La Parolaccia del Maré (frutos do mar e especialidades mediterrâneas), Hereford Grill (carnes de primeira, filial da Recoleta) e Tocororo (comida cubana e caribenha).

E no Dique 4 o Bice (italiano fino – 4315-6216), Katrine (elegante, comida mediterrânea), El Mirasol (carnes argentinas), Freddo (os melhores sorvetes da América do Sul – você tem que provar!), Cabanas Las Lilás (carnes de gado especial) e La Caballeriza (excelente e refinada churrascaria – 4314-2648).

Na Avenida Alvear, com seus palacetes europeus e embaixadas, além do famoso e luxuoso Hotel Alvear, fica o badalado Shopping Pátio Bullrich (Avenida de Libertador 750 & Posadas 1245), com boas lojas variadas, livrarias e restaurantes.

A Recoleta com seu cemitério, a basílica de Nossa Senhora de Pillar, a Biblioteca Nacional em seu prédio futurista, o Centro Cultural e o Museu de Belas Artes. Além dos badalados restaurantes, cafés e butiques que fizeram do bairro uma Ipanema argentina.
Lá um bom lugar para comprar objetos e coisas para a casa é o Buenos Aires Design (Avenida Pueyrredón 2501).
O Centro Cultural Recoleta, ao lado do cemitério, é um dos melhores da cidade, com várias galerias oferecendo obras de artes dos artistas argentinos mais conceituados, além de uma enorme livraria, um cinema e do Museu Participativo de Ciências.

Palermo, o maior bairro da cidade, onde fica o imenso Parque Três de Febrero que tem o Zoológico, o Jardim Botânico, o Jardim das Rosas, o Planetário, o Museu Sívori, um bosque de plantas típicas argentinas além de lagos, clubes e vários pontos de recreação pública. É impressionante o número de cachorros passeando com seus "dog walkers"!


Lá também está localizado o Malba, Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires – imperdível. Aberto em 2001 e abrigando a vasta coleção do multimilionário Eduardo Constantini, tem em seu acervo importantes trabalhos de Frida Kahlo e Diego Rivera, entre muitos outros. Há pouco esteve em cartaz uma retrospectiva do nosso Volpi.

Uma parte desse bairro muito em moda hoje se chama Palermo Viejo, que por sua vez é dividido em Palermo Soho e Palermo Hollywood, abrigando os cafés, restaurantes e butiques mais estilosos e modernos, atraindo uma multidão de pessoas “fashion”. Suas ruas muito arborizadas dão um ar bem europeu. Visite a Plaza Serrano, veja as pinturas dos jovens artistas e tome um “cortado” (café pingado com leite) entre uma comprinha e outra nas lojas Juana de Arco e Calma Chica, não deixando de visitar a loja de design Humawaca, da conhecida artista Ingrid Gutman.

Avenida Corrientes, onde está a vida cultural da cidade com seus teatros, cinemas, bares, lojas, livrarias e algumas casas de tango bem famosas. A moda agora é ter aulas particulares de tango à tarde para depois se exibir nas pistas das casas noturnas. No Centro Cultural Torquato Tasso (Suipacha 384 – 4601-8234) você pode ter aulas, dançar e assistir aos shows dos “milongueros”. Bastante popular, é animadíssimo e vive cheio.


Restaurantes que fui e recomendo, além dos já citados antes:

La Cabrera (Cabrera 5099, Palermo – 4831-7002) – comida argentina de primeira.
Campo dei Fiori (San José 491, San Telmo – 4381-1800) – ótimo italiano.
El Bodegon de Pena (Peña 2475, Recoleta – 4806-7536) – comida internacional.


O maior shopping se chama Galerias Pacifico (Florida Y Avenida Córdoba), com todas as griffes internacionais além de ótimas lojas de artigos de couro. Vários restaurantes oferecem todo o tipo de comida no seu pátio central. Nos fundos do shopping fica a antiga Calle Florida, que embora ainda tenha um comércio razoável, está hoje mais para Rua da Alfândega do que Visconde de Pirajá...

terça-feira, 24 de julho de 2007

CARTAS DOS LEITORES: LUGARES PARA NÃO IR!

Minha fiel leitora Anna Beatriz - outra viajante inverterada - adora tirar fotos de placas esquisitas em lugares tão esquisitos quanto! Em sua última volta ao mundo, do Chile à Austrália, passando pela Espanha, Suécia, Itália e Portugal, ela tirou essas fotos abaixo, que nem precisam de maiores explicações...









São ótimas dicas de lugares para você não ir!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

PASSEANDO PELA PROVENCE

Em qualquer estação do ano, com frio ou com calor, uma sugestão perfeita para férias bem românticas é passear pela Provence, ao sul da França, com vilarejos e cidades tão próximos uns dos outros que dá para visitar quase toda a região em uma semana. O gostoso é alugar um carro, pegar um mapa, boas indicações de hotéis e restaurantes e fazer o roteiro ao sabor dos dias, descobrindo aos poucos suas peculiaridades e a simpatia do povo que tanto encantaram o escritor F. Scott Fitzgerald e pintores como Picasso e Van Gogh.

Uma antiga província romana (daí o seu nome) situada às margens do Mediterrâneo e colada à Itália, ela hoje faz parte da região Provence–Alpes-Côte d’Azur, que por sua vez se divide pelos municípios de Var, Vaucluse e Bouches-du-Rhône, Alpes-de-Haute-Provence e Alpes Marítimos. Delimitada pelos Alpes a leste, o rio Ródano a oeste e o mar ao sul, suas características topográficas são as mais diversas possíveis.

A cada passo a paisagem se torna diferente, dos penhascos de Gorges du Verdon às planícies de La Camargue, do litoral com formações parecendo fiordes entre Marseille e Cassis às colinas de Vaucluse e do Luberon. Isso sem falar nos campos de lavanda que perfumam o ar em Grasse, no cheiro das ervas aromáticas cultivadas por toda a Orange e nos sítios arqueológicos de Arles, Nîmes ou Vaison-la-Romaine.


Se você aprecia um bom vinho, tem que conhecer os vinhedos Cotes du Rhônes e Châteauneuf-du-Pape. E se gosta de museus e história, não deixe de visitar o Ateliê de Cézanne em Aix-em-Provence, que é a capital da região, ou o Museu do Arroz, em Arles. Em Cassis os passeios de barcos pelo litoral são deliciosos, e a arquitetura medieval de Les Baux deixa os visitantes encantados.


Para chegar até a Provence você pode voar uma hora e meia de Paris para Nice ou para Marseille, a maior cidade da região. Querendo apreciar a paisagem com calma pegue o trem de alta velocidade TGV Méditerranée até Avignon, fazendo uma tranqüila viagem de pouco menos de quatro horas. Chegando lá pegue o carro e o resto é por sua conta! E não se preocupe, pois todas as estradas são muito bem sinalizadas e os mapas muito bem feitos.

Essas são sugestões de quem conhece bem a região:

Em Avignon, visitar o Palais des Papes, uma verdadeira cidadela fortificada com afrescos, azulejos, gobelins e valiosas obras de arte dos anos 1300.

A Place de l’Horloge com seus cafés, e a Rua dos Tintureiros, onde no século 19 estampavam-se os tecidos bem coloridos usados até hoje na decoração provençal são paradas obrigatórias para umas boas comprinhas.

Três opções de hotéis em Avignon e conhecer toda a região à sua volta:

Hotel d’Europe (14, Place Crillon / 90-82-6692) - O melhor da cidade desde a estadia de Napoleão em 1799. Quartos grandes e elegantes e um pátio interno muito bonito acolhem os hóspedes com muito romantismo.

Hotel La Ferme Jamet (Chemin des Rhodes, Barthelasse / 90-86-1674) - Uma fazenda do século XVI coberta de plantas, em plena Ilha Barthelasse, a cinco minutos do centro de Avignon, com quartos e bangalôs decorados no mais puro estilo provençal.

Hotel Saint Roche (9 Rue Paul-Merindol / 90-82-1863) - Próximo da Porte Saint Roche, ao lado da estação ferroviária, é o melhor hotel barato da cidade. Quartos espaçosos, pisos de terracota e paredes de pedra.

Restaurantes:

La Fourchette (17 rue Racine / 90 85 20 93) - Comida boa e barata. Provar o “feuilleté de rascasse”, peixe assado na massa folhada e a salada quente de pato e codorna. Sobremesas inesquecíveis...


Hiély-Lucullus (5, Rue de La République, Avignon / 90-86-1707) - Há mais de 65 anos sua comida atrai milhares de visitantes. Provar o patê de foie gras com amêndoas e de sobremesa o “meringue glacée”, divino...

Em Roussillon o melhor hotel é o Le Mas de Garrigon (Route de Saint-Saturnin / 90-05-6322) - Localizado no meio de uma floresta de pinheiros. Todos os quartos têm uma varanda particular com vista para a piscina. Mais aconchegante não existe...

Em Gordes hospede-se no Bastide des Gordes (Le Village / 90-70-1212), que é o melhor da cidade, localizado a 400 metros acima do Plateau de Vaucluse, com uma linda vista panorâmica das montanhas Luberon. Ótimas acomodações e comida tão boa quanto.

Outro hotel muito simpático é o Domaine de L’Enclos (Route de Senanque / 90-0822) em meio a lindos jardins, com quartos com varandas, quadras de tênis e piscina. Comida excelente no restaurante panorâmico.

Se você quiser conhecer os vinhedos, a dica é hospedar-se no Chateauneuf du Pape (Route d’Avignon / 90-83-7842). Três quilômetros fora da cidade, este castelo do século XIX tem apenas 7 quartos e um dos melhores restaurantes da região com uma adega das mais sortidas. Se não der para se hospedar, reserve logo o seu jantar!

Passeando entre uma cidade e outra, duas ótimas sugestões de restaurantes:

Prevot (353 Avenue Verdun, Cavaillon / 90-71-3243) - Difícil de acreditar que no meio de uma cidadezinha como esta exista um templo gastronômico como esse. Tapeçarias, espelhos e candelabros enfeitam o restaurante, onde um dos pratos mais pedidos é o suflê de alcachofra. De sobremesa, os famosos melões de Cavaillon, os melhores do mundo.

Le Bistrot de Roussillon (Place de la Mairie, Roussillon / 90-05-7445) - Uma mistura de bar parisiense com a atmosfera provençal, oferecendo a melhor comida da cidade. Provar o “Daube Provençale” (carne cozida no vinho com azeitonas).

E na volta da sua viagem mande para cá novas sugestões e nos conte as suas descobertas.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

ACABEI DE CHEGAR DE NOVA YORK!

Parece mentira, mas sempre que eu volto à Nova York eu acho a cidade cada vez mais bonita e mais interessante. E olha que eu já fui para lá pelo menos umas 30 vezes nos últimos 40 anos! Mas desta vez foi muito especial, pois foi a primeira com minha mulher, minha filha, meu filho e minha nora juntos! Curtindo Nova York com a família toda! Nada poderia ser melhor!
Em apenas uma semana nós vimos quatro ótimas exposições de arte, duas excelentes comédias musicais, uma espetacular apresentação de músicos de jazz e ainda por cima pegamos várias liquidações de verão a preços inacreditáveis! Isso sem falar nos ótimos restaurantes onde tomamos nossos "breakfasts", almoçamos e jantamos juntos.

No Whitney Museum of American Art a exposição “Summer of Love – Art of the Psychedelic Era” atrai um grande público que quer ver ou rever, como eu, os pôsteres, fotos, capas de Lps, desenhos, objetos muito malucos e coloridos além de instalações com luzes estroboscópicas da época muito louca dos anos 60 e 70. Tem até quadros com LSD diluído em pequenos pedaços de papel – muito usado naqueles tempos em lugar de pílulas ou pastilhas, para ninguém dar bandeira...
Lá também vimos a exposição de Rudolf Stingel, artista de vanguarda que transformou os espaços do próprio museu para mostrar sua arte sem limites e muito diferente de tudo o que já tínhamos visto na vida!

No MoMA os imensos e poderosos labirintos de aço forjado de Richard Serra ocupam todo o jardim das esculturas, o segundo e o sexto andares comemorando 40 anos de uma brilhante carreira durante a qual o artista conseguiu mudar a definição clássica de escultura. Imperdível. Olha só o Pedro perdido na foto ao lado.
Ainda no Moma começou há pouco uma mostra das impressionantes fotografias de Joann Verberg, “Present Tense”.
E nada como se deliciar mais uma vez com o grande acervo do museu, agora enriquecido com uma tela da brasileira Beatriz Milhazes em grande destaque.

No Jewish Museum, que eu não conhecia e adorei, além das peças históricas que mostram mais de quatro mil anos de arte judaica, está fazendo o maior sucesso a exposição de esculturas, caixas e objetos de Louise Nevelson, a artista ucraniana que transformava pedaços de madeira encontrados nas ruas de Manhattan em peças de uma força impressionante, sempre pintadas de preto, branco ou dourado. Não deixe de comprar o livro para curtir mais ainda!

E no Metropolitan as novas galerias de arte greco-romana recém-inauguradas mostram pela primeira vez valiosas peças que estavam guardadas há anos por falta de espaço para serem expostas. O antigo restaurante do térreo e vários escritórios foram transformados em um grande espaço de dois andares com o teto de vidro, uma fonte no meio do salão com o piso reproduzindo mosaicos antigos e janelas dando para a Quinta Avenida.

No terraço do museu e no segundo andar as monumentais esculturas de Frank Stella mostram uma relação diferente entre pintura e arquitetura. As formas são imensas! Olha só a pose da Bia na frente de uma delas lá no terraço!

E até o dia 19 de agosto você ainda pode ver “Poiret: King of Fashion”, uma grande retrospectiva dedicada ao famoso costureiro francês que usava a técnica de deixar que o corpo feminino desse forma aos seus vestidos, ao contrário dos outros estilistas da época que os disfarçavam com roupas cheias de enchimentos e pregas.

E os shows?

Na Broadway, no Palace Theatre, Legally Blonde, o musical baseado no filme homônimo com a história da “loura burra” que resolve mostrar para o ex-namorado que pode se tornar uma boa advogada, está com casas lotadas até dezembro!
Muito engraçada, com músicas e coreografias bem criativas, além de um talentoso elenco jovem e dois cachorros muito bem treinados, a comédia tem números aplaudidos em cena aberta. Vale a pena pagar os mais de cem dólares pelo ticket. Você não vai se arrepender.

O City Center, um antigo teatro em estilo mourisco na Rua 55 entre Sexta e Sétima avenidas, de uns anos para cá especializou-se em preservar a memória cultural da arte teatral americana remontando peças, operetas e musicais do passado, mantendo suas concepções e coreografias originais para o público de hoje poder assistir e conhecer a arte de outras épocas.

Até o final de julho está em cartaz “GYPSY”, de Arthur Laurent, Jule Styne e Stephen Sondheim, contando a vida de Gypsy Rose Lee, a rainha do strip-tease nos Estados Unidos e que foi encenada pela primeira vez em 1959 com o maior sucesso. Estrelada agora pela excelente Patti LuPone – ganhadora do Tony por “Evita” – a peça vem lotando o teatro diariamente. Todos saem cantarolando as músicas eternas como “Let me entertain you”, “Some people”, “Small world”, “All I need is the girl”, “Together wherever we go” e a sensacional “Everything’s coming up roses”.

Se você gosta de jazz, nada melhor que o Dizzy’s Club Coca-Cola, no Time Warner Building no Columbus Circle, para ouvir músicos esbanjando talento. Na sexta-feira passada vimos nada menos que o quinteto de Charles McPherson e Tom Harrell com o lendário Jimmy Cobb na bateria. Dentre as canções, “What’s New?” e “Retrato em Preto e Branco” de Tom Jobim. Emocionante pela música e pelo cenário, já que o fundo do palco é formado por imensas janelas dando para o Central Park ao anoitecer.

Restaurantes que eu fui e adorei:

DA SILVANO
260 6th Avenue, entre Houston & Bleecker Streets, no SoHo – 212 982-2343 - Italiano divertido, comida da Toscana excelente, no verão com mesinhas na calçada, muito gostoso e de preços moderados.

McCORMICK & SCHMICK'S SEAFOOD RESTAURANT - 1285 6th Avenue & 52nd Street, - 212 459-1222
O famoso restaurante de Boston chegou à Nova York com seus deliciosos peixes e frutos do mar. Grande, decorado no estilo de Frank Lloyd Wright, menu variadíssimo e barato.

NELLO
696 Madison Avenue, entre 62nd e 63rd Streets – 212 980-9099 - Pequeno, chique, muito badalado, caríssimo mas com um menu maravilhoso! Dizem as más línguas que o pessoal vai lá primeiro para ver e ser visto, e depois pela comida...

P. J. CLARKE'S AT LINCOLN SQUARE
West 63rd Street & Columbus – 212 957-9700
Inaugurada há pouco mais de um mês, a nova filial do tradicionalíssimo restaurante americano que existe desde 1884 fica bem em frente ao Lincoln Center e serve os mesmos hambúrgueres imensos com rodelas de cebola e muita batata frita do original na 3rd Avenue e do outro no Financial Center. Mil opções de sanduíches, pratos quentes e sobremesas. Perfeito para depois de alguma apresentação no Metropolitan ou no Vivian Beaumont. Baratíssimo e sempre cheio.

E para encerrar um exemplo do que você pode esperar de uma liquidação em Nova York.
Saks Fifth Avenue, loja cara, quinto andar só de roupas masculinas, balcão do Ralph Lauren: mesas cheias de camisas, malhas, pólos, bermudas e calças remarcadas. Vejo um suéter branco de seda e cashmere bem leve, perfeito para os nossos “invernos” cariocas. Na etiqueta o preço impresso é U$ 185.00, mas está riscado de vermelho e embaixo está escrito U$ 100.00. Bem barato, penso eu. Pego o casaco e resolvo comprar. Chego ao caixa e fico espantado quando o atendente me fala que ainda há um desconto extra de 50%! Moral da história: paguei U$ 50.00 por um suéter da maior qualidade! Só lá mesmo...

E acabou-se o que era doce... Pegamos o 777 da American Airlines e chegamos de volta ao Rio exaustos de tanta coisa que fizemos por lá mas de cuca fresca e descansada. Nada como uma viagem para você se desligar das chateações do dia-a-dia.
Até a próxima!

quarta-feira, 4 de julho de 2007

IT'S THE COCKTAIL HOUR!

Tem coisa melhor do que tomar um drinque no final da tarde, antes de sair para jantar, em qualquer lugar do mundo em que você esteja? Em Estocolmo ou Londres, New York, Paris ou Santiago, em Punta Del Este, Sydney ou Honolulu, Budapeste, Barcelona ou Toronto, sempre faz parte dos meus planos de viagem pelo menos uma hora de relax por dia bebericando num bar para recarregar as baterias antes da programação noturna.

Em Estocolmo, no país da vodka Absolut, o melhor bar é o anexo da Ópera, todo high-tech com janelas dando para o Palácio Real. Chique e badalado, musiquinha baixa, iluminação suave, tem só um grande defeito: não servem a Absolut, só vodkas estrangeiras! E o garçom fez a maior cara feia quando eu pedi. O jeito foi tomar umas Stolis com muito gelo e uma casquinha de limão, também ótimas. A Absolut eu comprei na loja Duty Free do Galeão e tomei lá em casa mesmo...

Em Londres, capital do país do Scotch, o chique e aconchegante Eagle Bar and Diner em Rathbone Place, no Soho, é perfeito para provar uísques diferentes. Apesar de ser fã dos Red e Black Labels, eu tomei um Glenmorangie Sauternes Finish, maravilhoso. É uma edição limitada do uísque que depois de envelhecido fica ainda alguns meses em barris que anteriormente foram usados na fabricação do vinho Sauterne do Chateau d’Yquem, dando um gosto mais redondo e perfumado. A garrafa custa mais de 250 libras e ai de você se pedir gelo! Pecado mortal naquelas bandas...

Em Budapeste todos os pequenos bares com mesinhas na calçada em frente ao Castelo lá em cima da montanha de Buda servem todas as bebidas do mundo, mas fiquei surpreso ao provar o vinho tinto “da casa”, o espetacular Plavac do vinhedo Zlatan. Encorpado mas leve, com aromas de ervas e minerais, foi uma descoberta e tanto, principalmente pelo preço, baratíssimo!

Em Paris o meu drinque antes do jantar é sempre no café Les Deux Magots, na Place St. Germain, e invariavelmente é o vinho Sancerre G. Terrier, leve e claro, acompanhado de torradas com patê ou salmão defumado.

Da última vez que estive em Paris, entretanto, na casa dos meus primos Maria Cecília e José tomei um Armagnac sensacional recomendado pelo especialista em bebidas Francis Darroze, pai da famosa chef francesa Helène Darroze.

Já em Barcelona o bar do Hotel Majestic é ótimo: todo forrado de madeira escura, um pianinho ao fundo, drinques generosos e ambiente gostoso e calmo onde eu tomo Black Label. Mas para um happy-hour mais agitado o melhor é o Mojito Club, onde, é claro, a bebida mais popular é o Mojito, super bem feito!

Em New York, desde que o Hotel Plaza entrou em obras e o Oak Bar fechou, tenho ido sempre ao King Cole Bar do St. Regis, onde os dry-martinis são inigualáveis. O bar é antiqüíssimo e foi onde inventaram o Bloody Mary, santo remédio para as manhãs de ressaca. No verão, porém, o badalo do final da tarde é no Pen-Top Bar & Terrace do Hotel Peninsula, na esquina da quinta com 55 onde os Cosmopolitan são tão sensacionais como a vista da cidade lá de cima...


Saúde!