quinta-feira, 30 de julho de 2009

DO FUNDO DO BAÚ

Glasgow, junho de 1967

Minha primeira viagem internacional: ganhei uma bolsa de estudos do British Council e fui para a Escócia estudar tele-jornalismo no Thomson Foundation Television College, durante oito meses!

Os alunos eram todos de países "em desenvolvimento" (cá entre nós, subdesenvolvidos) de todas as partes do mundo, e formamos uma turma bem divertida.

Nos intervalos das aulas nós sentávamos no jardim para aproveitar o fraco sol do outono, pois o frio já começava a mostrar sua força.

No balanço estão o Faux, de Serra Leoa, Formosa, de Chipre, Jack, da Turquia e o Luizinho do Brasil. Leia mais sobre essa minha primeira viagem inesquecível clicando aqui.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

O PRIMEIRO HOMEM NA LUA

No dia 20 de julho de 1969, quando pela primeira vez na vida um astronauta americano pisou na Lua, eu também pisava pela primeira vez em New York, no meu primeiro trabalho como guia de um grupo de brasileiros.
Por toda Manhattan a Prefeitura havia instalado telões de TV imensos que transmitiam ao vivo as imagens da NASA dos três heróis da Apollo 11 andando em camera lenta no solo lunar.

A qualquer hora do dia ou da noite centenas de pessoas ficavam um tempão em pé nas calçadas, boquiabertas, olhando essas imagens enormes, durante dias seguidos. Sempre que nós voltávamos de algum passeio ou show para o hotel, parávamos na frente do prédio do Time & Life da 6ª avenida e também passávamos bastante tempo apreciando as cenas espetaculares, muito nítidas e bonitas.

A famosa foto da pegada da bota do astronauta no solo da lua em dois tempos virou o poster mais vendido pelos camelôs da Times Square, da mesma forma que os adesivos da insígnia da nave e as fotos dos três heróis, Buzz Aldwin, Neil Armstrong e Michael Collins.

Quando nós voltamos ao Brasil as perguntas da família e dos amigos sobre a viagem só giravam em torno da Apollo 11, deixando de lado as exposições dos museus, os shows da Broadway e as boas compras da rua 46.

Quatro meses depois, no dia 19 de novembro do mesmo ano, eu estava de volta a New York, dessa vez de férias, e novamente os americanos estavam de volta à Lua, levados agora pela Apollo 12.


De novo mil telões espalhados por toda a cidade, de novo as cenas em camera lenta dos astronautas andando prá lá e prá cá.
Só que desta vez ninguém dava a menor bola, inclusive eu, que segui em frente no ritmo frenético da Grande Maçã...
Cadê a novidade?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

PASSEANDO PELA JAMAICA

Uma das jóias do Caribe, a Jamaica é uma ilha pequena em extensão mas enorme em matéria de beleza natural, um verdadeiro paraíso com praias de areia branca muito fina, águas transparentes de cor turquesa, florestas exuberantes e uma mistura cultural das mais fascinantes.

Com uma área total de quase 11 mil quilômetros quadrados, uma população de 2,6 milhões de habitantes e duas línguas oficiais, o inglês e o patois, a ilha teve seu nome derivado da palavra Xaycama, que significa “terra de água e madeira” em aruaque, a língua nativa das ilhas caribenhas. Descoberta por Colombo em 1494, que inclusive a usou como propriedade particular para ele e sua família durante anos, a ilha tem mais de mil quilômetros de praias espetaculares.

Kingston é a movimentada capital fundada em 1692 como um refúgio para os desabrigados do grande teremoto que destruiu Port Royal, a outra grande cidade da ilha. É bom passear pelas ruas cheias de prédios históricos e monumentos e ver de perto um pouco da cultura local visitando a National Gallery e o Institute of Jamaica, o museu mais antigo fundado em 1879.

É ótimo também passar algumas horas no imenso oásis que é o jardim botânico Hope e depois visitar o Museu Bob Marley, que conta a história do lendário músico jamaicano.

Uma sugestão de hospedagem: Morgan's Harbour Hotel & Marina, um novo resort mas com charme de antigamente, oferecendo o melhor dos dois mundos. A apenas sete minutos do aeroporto, o hotel tem arquitetura Georgiana, várias piscinas e uma lancha à disposição para passeios pelas praias da ilha. Diárias a partir de USD 150.00.

Não deixar de jantar no Norma's on the Terrace, um dos melhores restaurantes de Kingston instalado numa mansão histórica servindo comida típica jamaicana e também internacional. Fica na Hope Road 26, e o telefone é 876-968-5488.

Negril, do outro lado da ilha, descoberta pelos hippies nos anos 60 que lá fundaram uma grande comunidade, mantem até hoje um ar de preguiça! Mas só durante o dia, bem entendido, pois as noites são animadíssimas com muitas festas nas praias ao som de reggae da pesada!

Se você gosta de aventura, mergulhe de snorkel para ver os corais e cavernas submarinas, pule dos rochedos perto da Seven Mile Beach ou navegue de caiaque pelo Great Morass, um pântano cheio de palmeiras, pássaros exóticos e jacarés...

O comércio de Negril é praticamente Duty Free, oferecendo jóias de ouro, brilhantes, pedras preciosas, relógios de todas as marcas conhecidas, porcelanas italiana e francesas, cigarros, charutos e perfumes. E também muito rum, artesanato em madeira, camisetas e aquelas boinas coloridas de tricô de lã bem típicas da Jamaica, é claro.

Hospede-se no Club Hotel Riu Negril, na praia de Bloody Bay, com duas piscinas enormes e uma grande infra-estrutura para esportes náuticos. Bons quartos com varandas e diárias a partir de USD 200.00.

E para um romântico jantar numa varanda de frente para o mar vá ao Kyuaba, que serve um cardápio internacional sempre com música ao vivo. Para os amantes do jazz, a noite especial é a de segunda-feira.

Montego Bay é considerada a cidade favorita dos turistas que a apelidaram de “MoBay”, com mais de 16 quilômetros de litoral, lindos recifes de coral, lagoas de água turquesa e montanhas verdes pela densa vegetação. Jogue golfe no campo profissional Tryall Club, onde você ainda pode se hospedar em grande estilo num dos muitos bangalôs espalhados pela enorme propriedade.

Fique de molho nas águas curativas no Doctor’s Cave Bathing Club ou faça snorkel para ver os corais no Montego Bay Marine Park. Aproveite para comer ótimas lagostas no restaurante do parque, projetado acima do mar!

Para mais frutos do mar fresquíssimos e serviço perfeito, vá jantar no Pier One on the Waterfront

Ocho Rios, outra cidade vibrante que já foi o porto principal da ilha para exportação de açucar, peixe e banana, hoje é totalmente voltada para o turismo.

Aproveite bem as praias mas não deixe de conhecer Firefly Sun, a linda residência no topo do morro que pertenceu ao famoso escritor inglês Noel Coward, que está enterrado lá.

Outro ótimo programa é escalar as cachoeiras do rio Dunn, com mais de 180 metros de altura que serviram de cenário para o primeiro filme de James Bond, "Dr. No". Há uma boa infra-estrutura para você aproveitar o dia inteiro nesse local paradisíaco.

Um bom hotel é o Beaches Boscobel Resort & Golf Club, perfeito para famílias com crianças, pois as piscinas tem sempre recreadores e as opções de esportes náuticos são muitas. Diárias a partir de USD 300,00.

Para conhecer a típica e deliciosa comida caribenha, não deixe de ir ao restaurante Almond Tree, que é dos mais concorridos da cidade. As lagostas e as carnes grelhadas são as mais pedidas. Fica na Main Street 83, e o telefone para reservas é 876 974-2813

Quando você viajar para a Jamaica leve essas dicas do nosso fiel leitor Paulo que acabou de chegar de lá:

* Apesar da ilha ser relativamente pequena (250km de leste a oeste e 80km de norte a sul) não é tão rápido chegar de uma cidade à outra porque as estradas são bastante precárias. Mas vale a pena alugar um carro em vez de andar nos vagarosos ônibus que circulam por lá.

* Há várias feiras de artesanato, principalmente em Montego Bay e Ocho Rios, ótimas para comprar lembranças como pinturas, esculturas e roupas diferentes, tudo muito barato. Mas tem que pechinchar...

* Não deixe de tomar o licor Tia Maria – um dos produtos famosos da Jamaica, feito de café. Delicioso!

* Visite a baía de Port Antonio e veja as praias onde foram filmados A Lagoa Azul, com Brooke Shields e Cocktail com Tom Cruise. As paisagens são lindas.

* Prove as cervejas Red Stripe, Dragon Stout e Kingston Lager, feitas lá mesmo e responsáveis pelo eterno bom humor da turma local.

* Veja Cuba à distância de cima das Blue Mountains, com 2.200m de altitude. Nos dias mais claros você consegue ver a famosa ilha que está a apenas 150km de distância.

* Não deixe de pedir após as refeições o café Blue Mountain, um dos três melhores do mundo.

* Negril é o melhor lugar para mergulhar de snorkel ou scuba, onde ficam diversas empresas com boa infra-estrutura. Uma saída com mergulho tem um preço médio de U$70.00 por pessoa. Uma das melhores é a Dive Negril.

* Se você der sorte e gostar de reggae, pode acabar vendo um show do Ziggy Marley, filho do Bob, nos bares Kaiser’s Cafe, Sam Sara ou De Buss. Chegando lá informe-se sobre as datas e lugares das apresentações. É muito divertido.

* Mas se você não gosta de reggae há sempre a opção das discotecas Close Encounters e Compulsion, que tocam muitos outros estilos musicais.

Como não há vôo direto do Brasil para lá, a melhor opção é via Miami, mas aí você precisa ter o visto americano. Em baixa temporada a passagem sai por volta de USD 1,400.00 mais as taxas de emabrque.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

DIÁRIO DO GUIA # 6: EU E O PRESIDENTE DA REPÚBLICA!

Nos anos 80, sempre que eu chegava com alguma excursão à Nova York depois de duas semanas entre Miami e Orlando, a primeira coisa que todos me pediam era COMIDA BRASILEIRA! Ninguém agüentava mais comer cheeseburgers, pizzas, batatas fritas, sanduíches e outras delícias engordativas do fast-food americano – porque preferiam pagar pouco nas lanchonetes e só gastar os dólares nos Nikes, Reeboks, calças Lee, moletons e aparelhos eletrônicos.

Eu então levava a galera direto para a Rua 46 onde existiam vários restaurantes brasileiros, entre eles o ótimo Via Brasil, que continua firme até hoje e servia tudo o que a turma queria: arroz, feijão, feijoada, bife com fritas, moquecas de peixes, acarajés, empadinhas, lingüiças, churrasquinhos, bolinhos de bacalhau, caipirinhas e muito mais!
E o pessoal entrava de sola nos pratos fundos bem cheios e matava a saudade da comida caseira do Brasil. E nos dias seguintes voltavam por conta própria para repetir a dose.

Certa vez eu estava almoçando lá com uma turma grande e barulhenta quando vejo entrar no restaurante lotado as minhas amigas Barbara Chevalier e Monica Martins, que eram Oficiais de Chancelaria do Itamaraty e moravam na cidade há bastante tempo. Elas me viram sentado só numa mesa de quatro lugares e perguntaram se podiam almoçar comigo e trazer mais uma pessoa que estava esperando num carro lá fora. É claro que eu disse sim e as duas voltaram para buscar a tal pessoa.

De repente abre-se a porta e elas aparecem de braços dados com o presidente João Baptista Figueiredo! Vieram até a mesa, fizeram as apresentações, sentaram-se e começamos a conversar como se fôssemos quatro velhos amigos.

Nem preciso dizer que neste instante a barulheira do restaurante parou e fez-se um silêncio mortal! Ninguém mais comia o arroz com feijão e muito menos bebia as caipirinhas, pois estavam todos de olhos grudados na mesa onde o guia da excursão deles almoçava com o Presidente da República!

Muito simpático, contou que tinha ido à Cleveland fazer a revisão de uma cirurgia cardíaca que havia feito no ano anterior e estava em Nova York só por algumas horas, em visita não-oficial, voltando ao Brasil naquela noite mesmo. E ele também estava com saudade da comida brasileira! Depois de comer arroz com feijão bife e batata como todo mundo, foi de mesa em mesa cumprimentando a brasileirada e até posou para algumas fotos antes de ir embora – e pagou a minha conta, naturalmente...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

AS VARANDAS MAIS ALTAS DO MUNDO!

Foram inauguradas hoje em Chicago, no 103º andar da Sears Tower, varandas envidraçadas que dão a impressão que você está flutuando acima da cidade e das nuvens! São cubos de vidro bem espesso avançando um metro para fora do prédio, impressionante! A novidade chama-se The Ledge.

Nas duas vêzes em que eu estive em Chicago subi até o Skydeck do prédio e já ficava com um friozinho na barriga só de olhar pelas vidraças. A altura é tanta e a sensação de perigo é tão grande que as suas pernas ficam duras, pesadas, e você não consegue chegar nas janelas.

Nessas varandas projetadas para fora do altíssimo edifício a aflição deve ser maior ainda! Mas as crianças adoram e ficam deitadas no chão de vidro olhando a "windy city" lá de cima!

E as pessoas parecem estar flutuando no ar!
Veja mais detalhes dessas varandas clicando aqui.