quinta-feira, 25 de junho de 2009

POSTCARDS FROM THE BIG APPLE

Os táxis sempre fazendo confusão
A arquitetura diferente do SoHo
A Broadway agora é só dos pedestres
A geometria dos prédios
Já achei a bandeira do Brasil. E você?
O Rockefeller Center é todo Art Deco
Mesmo com a crise o Lincoln Center vive lotado
O MoMA é um grande espelho
A dúvida do rapaz: isto é arte?
O cavalo do Picasso
Almoçar no terraço do museu é ótimo...
Mas comer um hot-dog na rua é também muito bom
A cúpula do Guggenheim
Isso é que é morar bem

sexta-feira, 19 de junho de 2009

REDESCOBRINDO NEW YORK CITY

Mais uma vez estive em New York, uma das minhas cidades favoritas. Dias bonitos de primavera, algumas pancadas de chuva que não atrapalharam em nada, temperatura amena e, é claro, muita coisa nova para ver e descobrir...

Os museus:

No Metropolitan a principal novidade é a recém-inaugurada New Engelhard Court, um enorme espaço fechado por vidraças abrigando toda uma coleção de esculturas, vitrôs, pórticos, objetos de vidro e cerâmica que até há pouco tempo atrás estavam guardados nos porões do famoso museu.

Muito clara, com plantas, fontes e iluminação natural, essa nova ala virou uma espécie de pracinha onde os visitantes do imenso museu fazem uma pausa para descansar e apreciar um pouco mais de arte.

Para comemorar os 50anos do Guggenheim, nada melhor que uma exposição em homenagem ao grande responsável pela original arquitetura do museu, Frank Lloyd Wright, que morreu seis meses depois da sua inauguração.

Mais de 200 desenhos, plantas e maquetes ocupam toda a rampa circular que vai do térreo ao sétimo andar.

Sucesso absoluto de público, as filas de visitantes de todas as raças e credos se formam o dia inteiro desde a calçada!

Também no MoMA está acontecendo uma mostra chamada Architecture and Landscape, com maquetes do Lloyd Wright e plantas de jardins do nosso Burle Marx, entre outros grandes arquitetos, paralelamente à uma exposição sobre desenho industrial, ótima. É engraçado descobrir que aquela velha cafeteira da sua avó foi desenhada nos anos 40 por um norueguês!



Muito especial é a exposição conjunta do argentino Leon Ferrari e da brasileira Mira Schendel, com esculturas e pinturas interessantíssimas.




Conheci o novo Museum of Art & Design, no Columbus Circle, pequeno e excelente. Está havendo uma mostra de jóias feitas por artesãos e joalheiros de vários países, muito boa, e também uma de pintura em vidro do artista alemão Klaus Moje, espetacular.
No último andar do museu você pode ainda visitar os ateliês de alguns artistas que estão lá trabalhando e mostrando suas diversas técnicas.


Passeando pelo SoHo:

Aproveite um dia bonito e vá andar pelas ruas do Soho descobrindo construções de todos os tipos e tamanhos. Observe a arquitetura dos imensos prédios de concreto e ferro batido que abrigavam antigas confecções e fábricas e que hoje foram transformados em edifícios comerciais, lofts para moradia e lojas bem modernas.

Todas as grandes lojas de Downtown tem filiais lá, como Bloomingdale's, Foot Locker, Prada, Longchamps, Sephora, Urban Outfitters e várias outras, com a vantagem de serem menores e com menos gente para atrapalhar as suas compras!

Uma boa opção para almoçar é o The Kitchen, local descolado que fica no subsolo do hotel The Mercer. Saladas, sopas, sanduíches e muito mais a preços bem baratos. E você vê a turma passando pela calçada da rua acima que é o teto de vidro do restaurante.

Um novo Lincoln Center:

No Lincoln Center quase pronto depois de mais de um ano de reformas, os espetáculos de verão são sempre reapresentações de grandes sucessos de outras temporadas. Só não vê um bom balé ou concerto quem não quer. Eu assisti pelo New York City Ballet no David H. Koch Theatre um espetáculo com quatro coreografias do Jerome Robbins, sensacional.

Após três anos de obras, surgiu o novo e espetacular Alice Tully Hall, avançando sobre a calçada como uma proa de um navio todo de mármore e vidro.

No térreo todo envidraçado funciona um café sempre lotado pela multidão que circula por lá. No lado oposto da rua outro lugar continua fazendo muito sucesso: o Bar Boulud, um dos quatro restaurantes novaiorquinos do celebrado chefe francês Daniel Boulud.

O Rockefeller Center:

É só a temperatura esquentar um pouco e os friorentos novaiorquinos saem às ruas para aproveitar o calorzinho. Os canteiros centrais que rodeiam os vários laguinhos estão agora plantados com pés de alfazema e árvores muito verdes.

Onde no inverno funciona o rinque de patinação, agora grandes tendas refrigeradas abrigam um restaurante e vários cafés e bares. Nos bancos redondos a turma descansa na hora do almoço ou entre uma comprinha e outra.

E há até quem aproveite a brisa morna para tirar uma boa soneca...

That's entertainment!

Um musical espetacular: West Side Story, nova montagem do show que fez sucesso em 1957 com músicas de Stephen Sondheim & Leonard Bernstein, com direção e coreografia do genial Jerome Robbins.

Um elenco talentoso emociona todas as noites o teatro lotado com as inesquecíveis canções: Maria, Tonight, America e Somewhere, entre muitas outras. Produção impecável que merece ser vista.

E como vários quarteirões da Broadway transformaram-se em uma imensa área de pedestres, a confraternização depois dos shows continua no meio da rua, com a turma sentada em cadeirinhas de praia e mesas de bar tomando cerveja e batendo papo até tarde!

No City Center, na rua 55 em frente ao hotel The Blakely, onde me hospedei mais uma vez, assisti a uma ótima remontagem do musical The Wiz. O elenco só de negros com vozes magníficas tem à frente a cantora Ashanti no papel de Dorothy, sempre agarrada ao seu Totó.
A coreografia e os cenários leves e bem bolados fazem dessa versão musical do Mágico de Oz um show que merece ser visto. Pena que só fica em cartaz até o início de julho.

No Blue Note, o tradicional e sempre lotado clube de jazz do Village, vi o Gato Barbieri tocar o melhor saxofone de todos os tempos.
A sua interpretação da música-título do filme Last Tango in Paris, de sua autoria, é perfeita.

E os restaurantes?

Voltei depois de muitos anos ao Felidia, um restaurante italiano de alto nível comandado pela Lidia Bastianich, uma simpática italiana que aparece muito em programas de TV sobre culinária. Ela veio à nossa mesa e quando soube que éramos brasileiros fez a maior festa, pois esteve no Rio nesse Carnaval acompanhada de seu amigo paulista, o chef Massimo Ferrari, e adorou! Peça o tagliatelle com pato e delicie-se com o tempero da Lidia e do chefe Fortunato Nicotra.

Outro onde jantei novamente depois de muitos anos foi o
La Grenouille, o chique e badalado “point” dos nova-iorquinos elegantes. Continua o máximo, com os arranjos de flores mais bonitos da cidade, garçons franceses gentilíssimos e comida maravilhosa. Peça coxas de rã à provençal e de sobremesa o Gateau St.Honoré. Paletó e reservas imprescindíveis.

Uma novidade: no quarto andar da enorme e recém-inaugurada loja do Giorgio Armani na esquina da 5ª avenida com a rua 56, já está funcionando o Armani / Ristoranti, todo envidraçado e com vistas panorâmicas da cidade. Decoração preta e branca com estranhos mas muito confortáveis sofás redondos, menu internacional & italiano, ótima carta de vinhos. Perfeito para o almoço entre as comprinhas do Gucci da Trump Tower em frente e da Abercrombie & Fitch do outro lado da rua.

Outra novidade: The Monkey Bar, que era o restaurante do Hotel Elysée, foi comprado pelo Graydon Carter, editor da revista Vanity Fair, que deu um upgrade total na decoração e cozinha e reabriu há poucas semanas. Resultado: um lugar bonito e sofisticadíssimo, comida de primeira qualidade e uma badalação infindável. Modelos e celebridades do Jet Set já fizeram do lugar o seu ponto de encontro. Tem que reservar com antecedência. O endereço é 60 E 54th St. e o telefone 212 486-2408, mas está sempre ocupado! Leia mais sobre o lugar clicando aqui.

Perfeito para o jantar depois do show da Broadway, a Osteria al Doge oferece comida italiana boa e barata. Pertinho dos teatros, o lugar fica aberto até bem tarde e seus garçons estão sempre de bom humor.
A luz das velas dá ao restaurante um ar tranqüilo e romântico. Não deixe de conhecê-lo.

Ainda fui tomar um drinque no novo Oak Bar do Hotel Plaza que reabriu igualzinho ao que era antes mas estalando de novo depois de três anos de reformas, ao Ocean Grill para ótimos frutos do mar e ao sempre animado e gostoso La Goulue.

E os Pedicabs?

Apesar de não faltarem táxis em New York, muita gente prefere pagar 10 dólares e andar pequenas distâncias pela cidade a bordo de um Pedicab, que nada mais é que uma versão moderna dos riquexós chineses.

Dirigidos por garotos numa faixa de idade entre 16 e 20 anos que pedalam alucinadamente pelas avenidas dia e noite, o novo meio de transporte consegue driblar o caótico transito e você chega são e salvo ao seu destino, mas com o coração palpitando pela emoção da corrida. Experimente!

O fim de uma era:

Fechou suas portas a última grande loja de CDs e DVDs de New York: a Virgin Megastore faliu da mesma forma que a FYE há dois anos atrás e a Tower Records antes dela. Porque? Simplesmente porque com a Internet permitindo (legal ou ilegalmente) o "download" de músicas e filmes, quem ainda vai comprar um CD? E se você ainda quiser um filme ou um disco, não é mais fácil comprar pela Amazon ou CD-Point? Pois é isso aí: estamos vendo o fim de uma era. Nossos netos só verão discos de vinil e CDs em museus...

Uma nova era?

Apesar da crise financeira que realmente se abateu sobre os Estados Unidos - eu constatei restaurantes menos cheios, lojas grandes tipo Saks onde eu era o único cliente no andar de roupa masculina, e filas bem maiores nas carrocinhas de cachorro-quentes ou de sish kebab - os construtores parecem bem animados com o futuro.

Muitos prédios imensos, como esse da 8ª avenida, estão sendo inteiramente reformados por dentro e por fora, com uma técnica muito comum em Nova York: só a estrutura do edifício é mantida, enquanto as fachadas e janelas antigas são substituídas por aço e vidro, e as paredes e pisos interiores descascados até o osso e recobertos de material novo. Resta saber se as vendas atenderão às expectativas dos incorporadores...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

LUA DE MEL EM PARIS...

Minha querida amiga Iesa Rodrigues, do Jornal do Brasil, está publicando este mês uma revista especial sobre casamentos e pediu que eu escrevesse uma matéria sobre o melhor lugar do mundo para se passar uma lua de mel!

E qual é esse lugar?

Ah, Paris!
A cidade mais bonita do mundo é também a mais romântica. Tem coisa mais gostosa que passear de mãos dadas pela beira do Sena, xeretando os livros e postais antigos dos “bouquinistes” e vendo ao fundo a Igreja de Notre Dame?
E namorar num dos muitos cafés do Boulevard St. Germain, bebericando um vinho no final da tarde, enquanto o desfile de passantes alegra a sua vista?
E encerrar o dia jantando no restaurante da Torre Eiffel, vendo a cidade cintilando a seus pés e os bateaux-mouches deslizando devagarzinho por baixo das pontes e deixando um rastro luminoso nas marolas do rio?

Para mim Paris é a cidade ideal para uma lua-de-mel inesquecível, pois tudo lembra amor e romance. Os parques, as praças e jardins sempre floridos são tão bonitos que acabam encantando o seu coração. Dê um longo passeio a pé pelo Marais e veja só a beleza da Place des Vosges, com os prédios com arcadas cercando a praça pelos quatro lados. Aproveite para almoçar depois demoradamente no Ma Bourgogne e mergulhe fundo no estilo francês.

Você sabia que o Jardim do Luxemburgo é considerado um dos lugares favoritos dos namorados parisienses? Porque não ser o seu também? E há sempre alguma exposição de arte no museu digna de ser vista.


Uma pracinha pouco conhecida mas perfeita para namorar é a Place de Furstenberg, onde o pintor Eugene Delacroix tinha seu estúdio, hoje um pequeno museu. Pertinho da Igreja de St. Germain, esse lugar incrivelmente tranqüilo está a dois passos do burburinho dos cafés e lojas. À noite os bancos de madeira embaixo das árvores centenárias e os postes antigos transformam a praça no melhor ponto romântico da cidade!

Parece que você voltou no tempo ao andar de mãos dadas pelas ruelas e ladeirinhas à volta da Place Du Tertre, no alto de Montmartre, com a Igreja de Sacre-Coeur, uma das últimas áreas de Paris que ainda parece intocada pelas novidades do mundo moderno. Visite o bairro de dia para apreciar a vista e depois volte à noite e imagine como era a cidade no século 19. Vários bares e cafés completam o cenário ideal para um encontro amoroso, entre eles o Chez la Mère Catherine, bom, simpático e barato. E tem música ao vivo, o que é sempre bom.

A mesma sensação de distanciamento do século 21 você encontra na Île St. Louis à noite, onde a luz amarelada dos lampiões transforma as ruas de paralelepípedos em caminhos mágicos. Na ponta da ilha há um café com mesinhas na calçada em frente à ponte que é perfeito para ver a Ile de la Cité e a igreja de Notre Dame de um ângulo completamente diferente, por entre as copas das árvores.

Jante por ali mesmo, ao lado do seu amor, já que a ilha tem muitos restaurantes pequenos e simpáticos, cada um mais charmoso que o outro. E termine a noite tomando um sorvete na Berthillon, a mais famosa sorveteria da França.

Já a rua mais famosa de Paris e por muitos considerada a mais bonita do mundo, o Champs-Elysées, unindo o Arco do Triunfo à Place de la Concorde é também um lugar bem romântico. É nesta larga avenida toda margeada de árvores que estão os melhores restaurantes, cinemas, teatros e lojas de grifes famosas. E um presentinho comprado com muito amor – e muito dinheiro – pode significar uma lembrança inesquecível da sua lua de mel. A nova e imensa loja do Louis Vuitton está logo ali na esquina da avenue George V...

O Bois de Boulogne, uma floresta no meio da cidade, já é por si só uma das áreas mais especiais de Paris. Além de passear pelos bosques floridos, você pode ir ao restaurante Pré Catelan, famoso, luxuoso e caro, instalado num prédio da época de Napoleão III, oferecendo o que há de melhor em matéria de gastronomia, com três estrelas do guia Michelin. Que tal jantar lá na sua última noite e só se preocupar com a conta um mês depois quando chegar a fatura do cartão? Vale a pena!

Outro restaurante simpático e tranqüilo também em meio a muito verde é o Pavillion Monstsouris, construído em 1889 e recentemente reformado, com mesas ao ar livre embaixo das árvores dando a impressão exata de que você está fazendo um piquenique em pleno campo francês. Ele fica no Parc Montsouris, do outro lado da cidade. Mas cuidado com as abelhas que cismam em bicar os copos de vinhos. Abelhas francesas, bien entendu...

Navegar à noite pelo Sena a bordo de um dos Bateaux Mouches, apesar de muita gente criticar como sendo um programa de “turista”, é um dos programas mais agradáveis e bonitos que você pode fazer na Cidade Luz. Os barcos seguem lentamente passando pelos monumentos e prédios famosos, agora iluminados e transformados em verdadeiras obras de arte. A Torre Eiffel, o principal símbolo de Paris, cintila freneticamente enquanto você passa quase que por debaixo dela. E para aproveitar ainda mais o cruzeiro, você janta a bordo ouvindo música francesa. E não esqueça de brindar com muito champanhe para comemorar a sorte de estar em Paris com o seu amor.

E onde se hospedar nessa cidade que oferece uma quantidade imensa de hotéis para todos os bolsos? Essa é a questão! Um perfeito hotel com cara de casa de campo muito bem decorada é o Hotel de l’Abbaye, próximo igreja de St. Sulpice, que agrada a uma sofisticada clientela que faz dele um segredo muito bem guardado. A dois passos do comércio e dos famosos restaurantes de St. Germain, o prédio era uma antiga abadia do século 18, com pátios ajardinados nos fundos e à sua entrada, garantindo o silêncio que só é quebrado pelo canto dos passarinhos.

Mas se o luxo é seu forte e seu cartão de crédito é poderoso, vá direto para o Hotel Plaza Athenée, na chiquérrima avenue Montaigne. Um verdadeiro palácio com quartos imensos com varandas dando para a espetacular vista do Arco do Triunfo e da Torre Eiffel, é o eterno hotel das celebridades.

Escolha uma das suítes que dão para o pátio interno todo coberto de folhas de era e com toldos vermelhos. São mais silenciosos e perfeitos para as noites de amor. Nesse átrio aberto fica o La Cour Jardin, restaurante do chef Romain Meder que apresenta um cardápio novo a cada mês. E as sobremesas do “pâtissier” Christophe Michalak dão água na boca...

Novos restaurantes pipocam a todo o momento na cidade, alguns fazendo sucesso imediato. Um deles é o Ze Kitchen Galerie (assim mesmo, ZE, e não THE, parodiando a pronúncia dos franceses). Se não reservar você não entra, tal a procura pelas poucas mesas oferecendo uma culinária moderna e de primeira linha.

Ainda em St-Germain, fica o Le Christine, outro mínimo bistrô bem decorado com paredes de pedras antigas e vidraças dando para um jardim interno. Serviço perfeito com um staff de universitários educadíssimos, carta de vinhos para todos os bolsos e “comida simples, mas bem preparadíssima”, segundo o guia Zagat de restaurantes.

Mas para você que está curtindo seu amor e quer passar alguns momentos bem românticos, o não tão novo mas sempre ótimo Le Monteverdi é uma sugestão perfeita: um “ristorante-bar” discreto e aconchegante, comida italiana e francesa, e com um pianista tocando sucessos do cinema! No inverno os diversos ambientes com pequenas lareiras dão um clima bem especial.

Não deixe de comprar a revista que já está em todas as bancas e anote as dicas para aproveitar bastante a sua lua de mel!