sábado, 23 de outubro de 2010

PARIS NO OUTONO, NADA MELHOR!

Se uma ida a Paris em qualquer época do ano é muito boa, no outono então nem se fala. Dias lindos, céu muito azul, temperaturas bem amenas, uma passeata ou outra para agitar, e um mundo de novidades para serem descobertas.

Desta vez fiquei hospedado por cinco dias no imenso Hotel Concorde-Lafayette, por conta de um congresso no Palais de Congrès que é unido a ele. Com 190 metros de altura, é o maior hotel da França com 950 quartos decorados sem muito charme - trata-se de um hotel para executivos - mas com banheiros grandes e recém-reformados.

Localizado em Porte Maillot, ao lado do Bois de Boulogne e a dois passos do Arco do Triunfo, o hotel tem no subsolo um grande shopping-center cheio de boas lojas como GAP, Diesel e Cartier. No 33º andar há um bar panorâmico com a vista mais bonita de Paris. Vale à pena tomar um champanhe, esperar o anoitecer e ver a Cidade Luz se acendendo.

À sua volta descobri dois ótimos restaurantes:

Le Congrès - Grande e badalado, cardápio bem variado, mas o forte são os frutos do mar servidos naquelas grandes bacias cheias de gelo. Lagostas e camarões incríveis! É da mesma cadeia do conhecido Chez Andre.

Le Sud - Pequeno e aconchegante, decorado como se fosse um jardim mediterrâneo, cheio de plantas e passarinhos que cantam. Comida provençal muito boa, serviço rápido e bem barato.

Os museus:

No Centre Pompidou, além do variadíssimo acervo de obras de arte contemporâneas revi a mostra do mexicano Gabriel Orozco que já havia visto no MoMA ano passado e visitei a retrospectiva do Arman, fundador do Nouveau Realisme.

Na praça em frente ao museu conheci a reprodução do atelier do grande escultor Constantin Brancusi, romeno que morou em Paris de 1904 até sua morte em 1957, doando muitas esculturas e todo o seu material de trabalho para o governo francês. A arrumação desarrumada do atelier dá a impressão que o próprio Brancusi vai aparecer a qualquer momento.

No Museu Marmottan-Monet e no Grand Palais o assunto é um só: Claude Monet. As duas exposições simultâneas são ótimas e imperdíveis. Tem que comprar entrada com antecedência e hora marcada, se não você não entra.

No Museu Maillol "Os Tesouros dos Médicis" mostra objetos de arte, quadros e jóias amealhados pela famosa família nobre cheia de rainhas e papas, tudo de uma riqueza impressionante.
E você de quebra ainda pode ver as várias esculturas do Maillol espalhadas pelo seu próprio museu.


No Museu de Arte Moderna a exposição agora é do Basquiat, uma grande retrospectiva do famoso artista "underground" americano dos anos 80 que morreu tão jovem. As obras ficam expostas até 30 de janeiro.


Restaurantes recomendados:

Ali perto, na rue du Cherche Midi, uma boa opção para um almoço leve e gostoso é o restaurante Matteo & Paola, que oferece pratos feitos com produtos orgânicos muito gostosos. E você ainda pode comprar vários produtos para levar. Bom e bem barato.

Se você gosta de ópera, um programa divertido é jantar no Bel Canto, onde os jovens garçons e garçonetes são estudantes de canto e interpretam árias de óperas famosas enquanto você janta. Um preço único de $ 75 euros inclui entrada, prato principal e sobremesa, bebidas à parte. Tem que reservar porque fica lotado.

Muito bom é o Benoit, restaurante criado em 1912 por um açougueiro que gostava de cozinhar e que em 2005 foi "adotado" pelo chefe Alain Ducasse para perpetuar a tradição da melhor culinária tradicional de bistrô, aliada às novidades da era moderna. Pratos bem servidos, receitas autênticas, carta de vinhos perfeita em um ambiente que nos remete a um passado de bom gosto e classe, com preços bem razoáveis para um lugar tão elegante. As sobremesas são um caso à parte: a foto é do "souflée grand marnier" que eu comi, hum...

Um visita a Paris não fica completa sem uma ida ao Café de Flore, tradicional brasserie onde Simone de Beauvoir e Sartre pontificavam com os intelectuais da época. O cardápio não é muito extenso, mas as saladas, omeletes e as porções de foie gras e salmão defumado são bem fartas e perfeitas para um lanche no meio da tarde ou de madrugada.

Quem gosta de doces faz a festa em Paris: em todos os quarteirões você encontra várias padarias com vitrines tentadoras. Tortas, tartelettes de frutas, bolos de chocolate, croissants recheados, enfim, há pouco espaço aqui para descrevê-los. Na rue Bonaparte fica o melhor "patissier" da cidade, o Pierre Hermé, que em sua lojinha que mais parece uma joalheria vende agora velas com cheiro de doces...

Como acontece todos os anos, pegamos uma greve em Paris! Uma interminável passeata tomou conta da rue de Rennes durante horas, unindo estudantes, professores, médicos, auxiliares de enfermagem, bombeiros, policiais (desfilando e tomando conta da multidão), ferroviários, aeroviários e muito mais. A TV disse que eram mais de 3 milhões de pessoas!

Aproveitando essa pausa obrigatória entramos no Café Cassette, na esquina da mesma rua do Hotel de l'Abbaye, para aonde nos mudamos e tomamos calmamente um Sancerre Rouge, leve e perfumado. Em férias você não pode deixar uma greve atrapalhar a sua vida!

Uma curiosidade:

O número de pessoas que se suicidam no metrô de Paris é tão grande que a prefeitura resolveu colocar paredes de vidro ao longo das plataformas de várias estações maiores, com portas que só abrem junto com as portas dos trens.

Em pouco mais de um ano o número de suicidas diminuiu bastante e agora a novidade será aplicada em todas as outras estações. Mas e a Torre Eiffel e o mirante do Arco do Triunfo? Vão envidraçá-los também?

E quem quiser de afogar na fonte da praça St. Sulpice e se atirar no Sena?

Sugestão para um bom lanche: passeie pela rue de Buci e compre uns queijos, umas linguiças, uma garrafa de vinho e faça a festa!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

POSTALES DE CHILE

A piscina do Grand Hyatt de Santiago é maravilhosa.

O hall do Hyatt é circular e bem moderno.

À noite parece cenário de filme de ficção científica.

O vulcāo Licancabur está sempre presente.

O Vale da Lua mais parece Marte com seus cânions.

A solidão e o silêncio nas dunas do Vale da morte.

Terra ou Lua?

A igreja e o campanário de Tacameo.

As cores do Salar de Atacama ao entardecer.

As lhamas são muito engraçadas, mas cuidado porque elas cospem!

A Laguna de Miniques e suas cores.

As típicas flores amarelas da primavera no Atacama.

Em San Pedro as empanadas são ótimas.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ESPLORANDO O DESERTO DE ATACAMA

Em todos esses anos de viagens eu nunca tinha ido a um lugar tão diferente como o deserto de Atacama. Paisagens incríveis, passeios alucinantes, experiências emocionantes! Tudo isso numa altitude superior a 3 mil metros, com o sol sempre brilhando, calor e frio cortante ao mesmo tempo, muito esforço físico e satisfação total!

Esse foi mais um Famtour na minha vida, uma viagem especial só com agentes de turismo convidados pela operadora Portfolio e pelo hotel explora Atacama para conhecer de perto tudo que o lugar tem a oferecer aos viajantes. E nós conhecemos quase tudo!

Para chegar até lá voamos pela LAN, companhia chilena recentemente comprada pela TAM que, cá entre nós, está precisando de uma boa sacudida. Os aviões são bons, nenhum dos seis voos atrasou, mas o serviço e a comida são de quinta categoria.

Voamos Rio/São Paulo/Santiago, dormimos uma noite no excelente hotel Grand Hyatt, fizemos um rápido city-tour, jantamos no restaurante Le Due Torri do BordeRio (uma série de onze restaurantes situados na beira do rio Mapocho) e no dia seguinte voamos até Calama, um pequeno aeroporto no meio do nada!

Mal entramos nas vans e os guias distribuíram garrafinhas térmicas com água bem fresca, informando que para combater os efeitos da altitude e do clima muito seco o truque é beber goles d'água de meia em meia hora, o dia inteiro!

E lá fomos pelo meio do deserto até chegarmos a San Pedro de Atacama, a cidadezinha toda construída em argila rosada com as ruas de terra batida com bares de sucos, restaurantes, agências que oferecem os vários passeios e muitas lojinhas de suvenires: mantas e echarpes de lã de lhama ou vicunha, colares de cobre e muita quinquilharia.

Cinco minutos mais e estávamos no pátio do explora, uma estância em grande estilo, com uma sede espaçosa e moderna e quartos muito confortáveis, todos com banheira Jacuzzi, perfeito para relaxar após um dia inteiro dos mais fortes exercícios que já fizemos na vida!

O explora não é um hotel comum. Ele oferece uma exploração séria que permite conhecer e ao mesmo tempo viver a experiência. Os hóspedes satisfazem a curiosidade interagindo com a natureza não apenas com a razão, mas também com seus sentidos e emoções. E que emoções!

A sede tem todas as salas interligadas, dando a impressão de uma grande casa de campo decorada de maneira tradicional e moderna ao mesmo tempo, com várias lareiras. O bar, centro de tudo, é onde a turma se reúne antes e depois dos passeios e das refeições, ótimas por sinal.

Os quartos e suites possuem um luxo essencial e não supérfluo. São espaçosos, com decoração prática no estilo campestre, muita madeira, pisos de pedra, tapetes e cobertas de lã. E janelões em toda a sua extensão dando para a cordilheira com seus vulcões e o deserto.

Um brinde com Pisco Sour - o drinque típico do Chile e do Peru, quase uma caipirinha meio salgada - e logo nos reunimos com os guias para delinearmos a programação a ser seguida nos próximos dias.



Lá o regime é de "open bar": todas as bebidas estão incluídas nas diárias, da cerveja ao vinho, da vodca ao uísque, a qualquer hora do dia e da noite. Mas vai com calma porque a altitude pode potencializar o seu inocente drinque e a dor de cabeça vai ser braba! Há uma seleção de vinhos "premium" que são cobrados à parte.

Os guias são rapazes e moças muito bem treinados que sabem de tudo sobre o deserto, a flora, a fauna e até os astros, além de experts em técnicas de trekking, cavalgadas e escaladas. Há quase 50 opções de passeios e explorações, aulas de astronomia e muito mais. Você pode ( e deve) confiar neles!

Na tarde do primeiro dia visitamos a pequena cidade de Toconao, com sua igrejinha e o antigo campanário, seguindo até a Reserva Nacional dos Flamingos e a Laguna Chaxa, onde está o Salar de Atacama, as salinas mais altas do mundo. Lá vimos o pôr do sol transformando todas as cores da linda paisagem quase lunar, sempre com o imponenete vulcão Licancabur ao fundo.

Na manhã seguinte fomos ao Vale da Morte e subimos até o mirante Vilama. Andamos perigosamente pela beira do precipício para apreciar a incrível paisagem, mas a tranquilidade durou pouco: descemos aos pulos pelas dunas de mais de cem metros de altura! Uma coisa muito doida que deixou todo o grupo arrepiado!

Na foto estão, antes da descida, Monica Mascarenhas, Diana Prudêncio, Suzana Ferraz, Maria Alice Cavalcanti, Ricardo Barbosa, Lena Francisco e Bettina Pessanha. Atrás o guia Oscar, Maia Fontaine, Pedro Câmara e o Luizinho aqui.

Um dos lugares mais bonitos do Atacama são as lagoas salgadas do altiplano (planalto) a quase 4 mil metros de altitude, o salar de Aguas Calientes e a Laguna Tuyalito. Apesar do sol forte o frio e o vento nos obrigaram a usar casacos, gorros, cachecóis e luvas! Mas compensou pela paisagem realmente fora do comum.

Seguimos até umas pequenas cavernas nas montanhas onde um delicioso bufê foi armado pelos guias para nosso deleite.

Saladas, frios, queijos, salmão defumado, presunto, sucos e muito vinho nos esquentaram antes de prosseguirmos até as bordas das lagoas de cor azul bem claro.


Um passeio totalmente relaxante foi às Termas de Puritama, com seu rio de águas quentes com uma temperatura média de 35º centígrados.

Um verdaderio alívio depois de tantas caminhadas, subidas e descidas. Enquanto você relaxa nessa grande banheira de água transparente mais uma vez os guias montam um piquenique com muito salmão defumado, queijos, pães variados, frutas, além de sucos de frutas e vinho.

O Vale da Lua é uma parte do deserto com paisagens totalmente diferentes. Colinas, vales e pedras de formas estranhas mudam de cor à medida em que o sol vai se pondo, perfeito para muitas fotos.

No final do passeio a van nos levou por um alto desfiladeiro de onde tivemos uma outra visão do Vale da Morte, também espetacular.

As vans são novas e confortáveis e os motoristas experts em passar por desfiladeiros apertados e estradas enlameadas. Há sempre uma geladeira a bordo com água, refrigerantes e até algumas cervejas, para se beber após as exaustivas caminhadas. Para casos extremos há bombas e máscaras de oxigênio, e todos os guias tem curso de primeiros socorros.

O que mais me impressionou no Atacama foi a natureza totalmente diferente de tudo o que eu conhecia, lugares remotos e silenciosos, paisagens variadas e o inesperado a cada curva. Uma experiência inesquecível como agente de viagem e como turista.

Depois de muito caminhar e explorar, pegue uma bicicleta e vá conhecer o Museu Padre Le Paige, em São Pedro, a cinco minutos do hotel, uma boa introdução para descobrir um pouco sobre a região. Mas cuidado para não ser atropelado por uma manada de carneiros e cabritos ou ser seguido por uma lhama mais carinhosa...

Para mais conforto e descanso, o hotel tem quatro piscinas interligadas, uma delas climatizada, duas grandes Jacuzzis, uma sauna seca e outra a vapor. Está sendo construído um bar que já vai funcionar no próximo verão para atender a turma que utiliza essa área externa.

Ali perto fica a tturi puri, uma casa de barro com mais de 100 anos que foi restaurada para abrigar um spa com massagens de todos os tipos. Esses serviços são pagos à parte, mas quem há de resistir?

A cidade de San Pedro de Atacama faz parte do patrimônio histórico da humanidade e tem uma série de regras: ninguém pode tocar música muito alto para não perturbar o silêncio, os restaurantes podem ter até DJ's, mas o som tem que acabar às 10 da noite, e festas são terminantemente proibidas! Nem o reveillon pode-se comemorar!

É claro que a garotada local inventa umas festas secretas no deserto em volta de uma fogueira, afinal, ninguém é de ferro! Mas se você conseguir descobrir o local (todos descobrem) vai pensar que está numa festa da roça em pleno São João: gente de todas as idades, cachorros, lhamas, crianças brincando com o fogo, muita empanada e pisco, tudo muito familiar. Mas tem que acabar às dez!

O que levar para a sua estadia no Atacama?

Esqueça as roupas de academia e os tênis de corrida na praia. Para as explorações é preciso muito mais:

- Casaco de moleton e anorak de nailon com forro de lã.
- Camisetas de mangas curtas e compridas para proteger do sol.
- Calças de trekking - aquelas que se transformam em bermudas - ou jeans confortáveis e um bermudão cargo.
- Se você é friorento, calças térmicas e ceroulas serão benvindas.


- Sapatos tipo "boot" da Timberland, com sola grossa de borracha e bom suporte no calcanhar para evitar torções. Um tênis mais leve para usar no hotel.
- Sunga, maiô e sandália de dedo para os banhos nas Termas de Puritama e nos lagos salgados.
- Óculos escuros sérios, não de grife, chapeú com aba e cordinha para o vento não levar, touca de lã ou faixa para proteger as orelhas do frio e do vento e uma mochila pequena para carregar toda a tralha e a sua inseparável garrafinha d'água.
- Protetor solar de fator 30 no mínimo a ser aplicado generosamente (até nas mãos e orelhas) várias vezes ao dia. Protetor para lábios também com fator de proteção alto.

Roupas informais e mais leves para usar dentro do hotel, que é aquecido.

Devido à altitude, muitas vezes você pode sentir dor de cabeça, tontura ou enjôo. Não deixe de levar remédios que você já esteja acostumado a tomar para essas mazelas. Mas a grande jogada é beber dois goles d'água de meia em meia hora para manter o corpo hidratado o dia todo.

Vaselina ou pomada tipo Boroleum para passar dentro das narinas, que ficam ressecadas ao ponto de sangrar pela secura do ar e pelo frio.

O hotel tem uma ótima loja que vende tudo isso descrito acima, portanto você pode fazer seu guarda-roupa de explorador profissional lá mesmo em cinco minutos!

E aí está a turma animada saciando a sede depois de um dia inteiro de exploração!

Os pacotes de 4 noites custam a partir de USD 2,560.00 por pessoa em acomodação double em quarto Tulur (Standard), USD 2,760.00 em quarto Yali (Superior) e USD 3,860.00 nas suites Catur, com tudo incluído.
A LAN tem passagens até Calama a partir de USD 439.00 mais taxas, dependendo das datas.