As melhores coisas de qualquer viagem são as lembranças que ficam em nossa memória. E para reviver esses momentos especiais nada melhor do que as fotos que tiramos ou objetos que trouxemos dos lugares distantes que visitamos.
Um bilhete que eu escrevo hoje aqui no Rio me faz lembrar imediatamente de uma torta de chocolate que eu comi no Hotel Sacher de Viena há dez anos e dos quadros que eu vi no Museu do Prado de Madri agora em fevereiro! E isso é porque eu usei o bloquinho de papel que eu peguei no hotel e a caneta que comprei no museu. E aos poucos essas lembranças acabam virando verdadeiras coleções, como as que eu mostro a seguirEm muitos museus do mundo o ingresso é um "button" de metal que você prende na lapela ou um selo de papel adesivo para grudar na roupa. É claro que depois você guarda e traz para o Brasil como recordação. Nessa última viagem eu trouxe um da Tate Modern, um do Victoria & Albert Museum e outro da Fundação Miró, que agora estão misturados aos muitos do Metropolitan de Nova York, da Neue Gallerie, da Asia Society e de outros lugares.
Todo grande museu ou monumento tem hoje em dia muitas coisas para você comprar em suas lojinhas. Lápis de todos os tipos, cores e formatos são baratinhos e viram ótimas lembranças para os amigos. E eu acabo ficando com muitos deles...
Algumas dessas lembranças não servem muito para nada a não ser para lembrar do tal lugar, mas os bloquinhos dos hotéis e suas canetas são perfeitos para pequenos recados ou notas de agradecimento.
As canetas dos restaurantes que você traz por engano também relembram muitos bons jantares...
E a quantidade de "hashis", aqueles palitinhos que se usa para comer nos restaurantes chineses, japoneses e vietnamitas? De todas as cores e formatos, de madeira, plástico ou bambu com a pontinha de metal dourado. Ainda tenho um que eu trouxe nos anos 70 de Hong Kong, do restaurante flutuante Taipak, onde eu comi carne de cobra...
E os programas de teatro? Mais de 150 de quase todas as peças, shows, óperas, concertos e balés que eu vi pelo mundo afora. É divertido folhear alguns deles e lembrar do espetáculo visto há tanto tempo. Uma vez, relendo muitos anos depois o Playbill do musical Fiddler on the Roof eu descobri nas fotos pequenas dos coadjuvantes a então desconhecida e muito feia Bette Middler!
Dentre essas pilhas de programas eu separo seis muito especiais: Man of La Mancha, o primeiro musical que eu vi na Broadway e saí de boca aberta, pois a montagem era espetacular!
Outro é do Sunset Boulevard, com a Glenn Close cantando e representando como ninguém.
Starlight Express foi um dos primeiros shows do Andrew Lloyd Webber com todo o elenco de patins dançando ao som de rock da pesada. Vi na minha lua de mel...
Funny Girl, a estréia da novata Barbra Streisand na cena musical americana - essa peça eu não vi, mas uma amiga me trouxe o programa que eu guardo como curiosidade.
The Boy from OZ, autografado pelo Hugh Jackman, o maior "showman" que eu já vi na vida, com uma presença incrível no palco.
E o do divertidíssimo La Cage aux Folles com o Gene Barry, o machão Bat Masterson da TV fazendo a bichona francesa dona de um cabaré gay.
Se você não viu as outras coleções de lembranças que eu trago das viagens, clique aqui. Por enquanto ainda há espaço para mais lembranças...
quarta-feira, 29 de abril de 2009
DON'T START COLLECTING THINGS, 2
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domingo, 5 de agosto de 2007
DON'T START COLLECTING THINGS...
No meu tempo de garoto todo mundo colecionava alguma coisa: caixas de fósforos, figurinhas, soldadinhos de chumbo, tampinhas de refrigerantes, lápis de cor e várias outras coisas. E a gente passava horas brincando com as coleções e trocando aquela caixinha repetida pelo soldado que faltava e o seu vizinho tinha dois!
Quando eu viajei pela primeira vez para o exterior em 1969, comecei a guardar as etiquetas de malas das companhias aéreas que naquela época eram grandes, coloridas e tinham um barbante para amarrar nas alças das malas com o código dos aeroportos em letras garrafais: GIG, LAX, NYC, MAD, SFO, FCO. E a brincadeira era adivinhar as cidades por trás dêsses códigos. Você sabe o que elas querem dizer?
Logo que essas etiquetas foram trocadas pelas atuais faixas de papel práticas mas sem graça, passei a trazer caixinhas de fósforos e cartões dos hotéis, restaurantes e lojas, sempre diferentes e coloridos. Mas o que eu mais gosto de trazer das viagens até hoje são os "swizzle sticks", aqueles mexedores de bebidas que todo bar, hotel e restaurante do mundo coloca nos drinques para você mexer. Fui trazendo um ou dois de cada viagem e hoje, 40 anos depois, tenho mais de mil dêsses trecos, algumas centenas dentro de copos de boca larga no bar e o resto numa enorme Big Brown Bag do Bloomingdale's! A varidedade é inacreditável. Os mais originais são um da Brannif que é uma prancha de surf em comemoração aos seus primeiros vôos para o Havaí, uma hélice vermelha da TWA, um par de esquis de um hotel de Aspen e uma girafa amarela de um bar de St. Tropez.
A coleção de cartões e caixas de fósforos também já passou dos milhares, e as sacolas cheias são a prova disso. Agora com a proibição de fumar em quase todos os lugares, os fósforos estão escasseando. Mas é divertido de vez em quando dar uma olhada e tentar relembrar quando e com quem você foi naquêle restaurante ou em que ano se hospedou em tal hotel. São ótimos souvenires que trazem de volta muitas lembranças alegres...
Dessa vez, revendo as caixinhas, vi como o tempo passou depressa e tudo mudou. Achei dois fósforos diferentes do Hotel Dorset de Nova York, que ficava na rua 56 e foi implodido para dar lugar ao novo MoMA. Outros dois do Hotel Gorham que há quatro anos transformou-se no Blakely. Uma do fraco Century Paramount, que tirou o Century e virou um hotel butique do Philippe Stark, e outra do Mayflower, onde passei minha lua-de-mel e que foi demolido e tornou-se um maravilhoso prédio de caríssimos apartamentos. E do mixuruca Wentworth da rua 46, a rua dos brasileiros, que fervilhava em outras épocas... Meia amarelada, uma do Omni International de Miami, cujo prédio continua firme mas nem sei mais que nome o hotel tem agora, tantas foram as vezes que trocou de mãos.Dos restaurantes de Nova York, uma do "Tucano & Club A", do Ricardo Amaral que bombava nas noites dos anos 80, a do Oyster Bar do Plaza e do Soho Kitchen & Bar, ambos desaparecidos, da mesma forma que o excelente restaurante "1/5" (One Fifth) que ficava exatamente no número 1 da Quinta Avenida e era todo decorado com escotilhas e peças de latão dourado do navio Caronia, que naufragou há décadas...
Mas que a que mais me chamou a atenção foi a da charutaria que existia na Main Street do Magic Kingdom em Orlando, no tempo em que eu fumava: a Tobacconist Shop, que vendia cigarros, cigarrilhas e charutos do mundo inteiro, inclusive os procuradíssimos "Gudan Garan", da Indonésia, que com seu cheirinho adocicado de cravo e canela ajudavam a disfarçar o cheiro de outros cigarros mais artesanais.
You know what I mean?
Boas lembranças...