sábado, 30 de junho de 2007

THE LAST TIME I SAW... ROME

Eu sempre gostei muito de viajar por toda a Itália - talvez seja herança dos meus bisavôs italianos - mas é em Roma que eu me sinto realmente em casa. Em dois dias já estou “parlando italiano” como um romano, gesticulando e falando alto como eles... E em todas as vezes eu visito novamente os monumentos, museus, igrejas, avenidas, ruelas antigas, fontes, parques, restaurantes e lojas como se fosse pela primeira vez!

Dessa última vez eu voltei a Praça de São Pedro, visitei o Vaticano e seus museus e me deslumbrei com a Capela Sistina, já toda restaurada com as pinturas e afrescos mais nítidos e vivos do que nunca. Foi como se eu nunca tivesse visto antes! E como era domingo fui assistir à benção do Papa ao meio-dia: um espetáculo emocionante ver aquela praça enorme apinhada de fiéis rezando e aplaudindo.

Eu adoro passear pela Piazza Navona para ver as fontes de Bernini e o Palazzo Doria Pamphili (embaixada do Brasil e onde trabalhou a minha amiga Bárbara). Outro local que eu vou sempre é a Piazza di Spagna, com a famosa escadaria cheia de flores e a Fonte da Barca em baixo. E nunca deixo de passar pela Fontana di Trevi e jogar a moedinha da sorte – para garantir que eu volte lá mais uma vez...

Fui ao museu recentemente reaberto ao público na Villa Borghese e depois desci a Via Veneto como um verdadeiro romano, sentando de vez em quando num dos muitos cafés para tomar um “doppio expresso”, descansar e ver a turma passando... Mas o café tem que ser duplo, porque se você pedir só um expresso vem uma xícara com duas gotas no fundo! Parece que veio uma xícara suja de outra pessoa...

Para ver as novidades e fazer umas comprinhas, nada mais chique do que as Via Condotti e Via Borgognona que começam na Piazza di Spagna, com butiques, cafés, bares e restaurantes com mesinhas na calçada. Mas todo o cuidado com as bolsas e câmeras é pouco: lá também há muito roubo a turistas desatentos, com os ladrões passando de Lambreta e sumindo rapidamente com suas sacolas pelas ruelas estreitas.

Restaurantes que sempre vou:

GIRARROSTO TOSCANO (Via Campania 29, Veneto – 482-1899)
A melhor cozinha da Toscana: ótimo, barato e sempre cheio. Não deixar de provar a bisteca que é quase maior que o prato! Vinhos muito bons.

GIOVANNI (Via Marche 64, Veneto – 482-1834)
Uma grande e simpática cantina familiar com a “Mama” comandando a cozinha. É dos poucos restaurantes de Roma que abrem aos domingos para almoço. Bom, barato e tem sempre miolo de cordeiro no menu...

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Vou contar o que aconteceu nesse restaurante quando eu quis comer o tal miolo de cordeiro: se você é estrangeiro e pede alguma comida diferente em qualquer restaurante do mundo, invariavelmente os garçons perguntam se você sabe exatamente o que está pedindo para não haver problemas depois. Eu respondi que sabia o que era “cervellini d’agnello” e tudo bem. Eu vi o garçom se dirigir à cozinha e falar com uma gorda senhora toda de branco (era a dona do restaurante). Ela me olhou e deu um sorriso, talvez por eu ter sido o único que pediu o prato naquele dia ou talvez porque miolo fosse uma das suas especialidades. Quinze minutos depois o garçom vem com o prato e, antes de comer, pedi um limão cortado para espremer por cima. Ele voltou à cozinha e quando falou o que eu queria, ela imediatamente deu-lhe uma bronca gesticulando muito. Volta o garçom meio sem graça e diz que a “signora” queria saber por que eu queria limão. Eu disse que adorava limão no miolo e ele voltou mais uma vez para falar com ela. Outra discussão na porta da cozinha e a partir daí as pessoas que estavam almoçando perceberam que alguma coisa esquisita estava acontecendo. Todos pararam de comer e ficaram prestando atenção no que vinha pela frente, como numa novela! Ele vem à mesa novamente e eu insisto que quero o limão. De volta com a dona, mais discussão e vem o garçom mais sem graça ainda e fala que ela mandou dizer para eu primeiro provar o miolo e só depois dizer se ainda queria espremer limão. Eu olho para a cozinha e a essa altura a “signora” já está me olhando enviesada com as mãos na cintura e a cara bem enfezada. O silêncio no restaurante é total! Todos os garçons parados com as bandejas na mão e os atendentes de cozinha espreitando pela porta! Você podia ouvir uma mosca voar!
Meio irritado e agora com muita fome, resolvo provar o miolo sem limão. Mais expectativa com todo o restaurante olhando para mim. Dou uma garfada e um grande suspiro: estava delicioso! Olho para ela, ela olha para mim - e aí eu fiz um suspense só para me divertir - esperei alguns segundos enquanto degustava o miolo, dei um sorriso, virei para ela e falei: Ah, “meraviglioso signora” realmente não há a menor necessidade de limão.
Em um décimo de segundo todos respiraram aliviados, os garçons voltaram a circular, a turma voltou a comer, a dona abriu um grande sorriso e eu continuei a me deliciar com o melhor miolo que já comi na minha vida!
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EL TOULÀ (Via della Lupa 29 – 687-3498)
Chique, caro e muito bom. Parecido com o nosso Antiquarius aqui do Rio, todo decorado com objetos de arte, quadros e móveis antigos. Gastronomia de primeira linha.

NINO (Via Borgognona 11, Condotti – 679-5676)
Simpático, barato e sem turistas! Perfeito para almoçar depois das compras na mesma rua... Se sobrar dinheiro...

PICCOLO MONDO (Via Aurora 39-D, Veneto – 481-4595)
Dos mais tradicionais e antigos, com fotos autografadas de todos os astros de Hollywood desde os anos 40 nas paredes.

SANS SOUCIS (Via Sicília 20, Veneto – 482-1814)
Escondido num subsolo de uma rua transversal da Via Veneto, um dos mais conceituados da cidade. Caro, chique e oferecendo o melhor da comida internacional.


Hotéis onde me hospedei e que recomendo:

Hotel Victoria – De frente para os jardins da Villa Borghese, bem no começo da Via Veneto, o hotel tem bons quartos e diárias a partir de $ 250 euros o casal, o que é razoavelmente barato para Roma.

Hotel Excelsior – O melhor da cidade, no meio da Via Veneto, quartos e suites espetaculares, salões, restaurante e bar no mais puro estilo rococó. Caríssimo, mas deslumbrante.
Alguns quartos têm diárias promocionais a partir de $ 360 euros, mas os quartos de frente começam em $ 460 euros. O serviço é impecável.

E se tiver mais tempo para passear em Roma, visite o Coliseu, o Fóro Romano e as Catacumbas de São Calixto, passando pela antiga Via Appia: você vai pensar que voltou ao tempo dos gladiadores romanos...

sexta-feira, 22 de junho de 2007

ENTRE MONSTROS E QUEIJOS NA SUÍÇA!

A cidade suíça de Gruyères é tão pequena que só tem uma única rua com pouco mais de 200 metros indo do grande portão de entrada até o Castelo na outra ponta, cheia de hospedarias com flores nas janelas, restaurantes com mesinhas nas calçadas e lojas de queijos, chocolates e souvenires uma grudada na outra. Algumas fontes enfeitam a praça principal como num cenário de filme de Hollywood passado na Idade Média.

Situado entre Vevey e Fribourg, próximo ao sopé dos Alpes, no topo de uma pequena colina, Gruyères é mesmo um vilarejo medieval, com prédios históricos, grossos muros de pedra à sua volta e um imponente castelo cheio de torres e passadiços dominando a cidade. Nos extensos campos verdes abaixo da montanha milhares de vaquinhas malhadas comem o melhor capim do mundo crescido sem adubos químicos no clima ideal, o que as faz produzir um leite muito especial que acaba se transformando no famoso queijo Gruyère, apreciado por goumets no mundo inteiro.

A visita ao Castelo é uma verdadeira viagem no tempo, pois oito séculos de história, artes e cultura chamam bem a atenção. O nome da cidade veio do símbolo heráldico dos condes que o construíram o castelo no século 11, um grou (um tipo de garça) que em francês é “grue”. Daí Gruyères. Em 1849 êle foi vendido para uma família nobre que o restaurou e o utilizou durante anos como casa de veraneio. Em 1938 o Cantão de Fribourg o comprou e o transformou no museu que é hoje. Vale a visita.

Você também tem que visitar La Maison du Gruyère, o maior produtor local de queijo, acompanhando todo o processo de sua feitura – do leite ao queijo – ouvindo histórias interessantes e fazendo uma degustação dos diversos tipos. No local há um excelente restaurante para comer “fondue de queijo” entre outros pratos típicos suíços e um pequeno supermercado para comprar seus queijinhos...

Mas o que mais destoa de tudo nesse pequeno vilarejo medieval por sua total maluquice é o Chateau Saint-Germain, onde está o museu de H.R.Giger, o conhecido artista plástico suíço que ficou famoso no mundo todo ao desenhar em 1979 o “alien” do primeiro filme do Ridley Scott, ganhando um Oscar pela criação do monstro e pelos efeitos visuais. O museu tem esculturas, desenhos, pinturas, tudo muito louco, trágico, denso, monstruoso e espacial.


Para relaxar depois de ver tanta coisa estranha, atravesse a rua e tome um drinque no bar cavernoso que o Giger também criou, com tetos imitando vértebras de animais, esqueletos e mais monstros por toda a parte. Dá a impressão que você está na barriga de uma grande baleia...

Se você quiser passar uma noite em Gruyères, com todos os alienígenas e queijos, nada melhor que se hospedar na Hostellerie St. Georges, uma graça de hotel. E boa noite!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

PASSEANDO POR QUIOTO

Eu sempre adorei o Japão, mesmo antes de viajar para lá pela primeira vez. A cultura milenar, as religiões e seus templos, os jardins, as pinturas, as esculturas, os trajes tradicionais, enfim, todo um exotismo de épocas remotas convivendo pacificamente com o máximo da modernidade do século 21 com seus anúncios de neon, prédios inteligentes, tecnologia digital de primeiríssimo mundo, buates com música tecno a mil e multidões andando pelas ruas falando nos celulares 24 horas por dia!

Em Quioto, por exemplo, o Kinka Ku (templo de ouro) é um oásis de tranquilidade no meio da confusão, com o primeiro andar de arquitetura Shinden (estilo palácio), o segundo do tipo Buke (estilo casa de samurai) e o terceiro Karayo, ôpa! (estilo de templo). Construído em 1220 como templo Zen, seus dois andares superiores eram cobertos de laca dourada, que recentemente foi trocada por folha de ouro por ser mais resistente ao tempo. Uma visita a êsse templo deixa você tranquilo pelo resto do dia...

Mas nada deixa você mais zen do que ficar apreciando por alguns momentos o Ryoan-ji, o mais famoso jardim de pedra budista do mundo, criado no século 15! São 15 pedras de diversos tamanhos espalhadas em um grande retângulo de cascalho de pedra branca, dando a impressão de um mar com várias ilhas ou topos de montanhas aparecendo em meio à nuvens, ou o que você quiser imaginar. Todos os dias um monge passa um ancinho de bambu e penteia o cascalho, fazendo linhas curvas em volta das pedras ou simplesmente ziguezagueando ente elas. A paz é total e a turma local fica horas sentada num deque de madeira meditando...

sábado, 16 de junho de 2007

VENEZA: BELLISSIMA!

Erguida em cima de 122 ilhas unidas entre si por 400 pontes e contornadas por 150 canais, Veneza é a cidade mais diferente e deslumbrante que eu já conheci. Anda-se a pé para todos os lugares já que carros não entram lá, e se você quiser ir mais longe ou para outra ilha tem que pegar um barco. Ou, o que é melhor, uma gôndola!

Não há nada mais gostoso e tranqüilo do que navegar pelos estreitos canais com um gondoleiro contando histórias e mostrando os prédios históricos de onde Casanova pulava de um balcão ao outro tentando escapar de algum marido traído... E a gôndola vai deslizando em silêncio – você só ouve o barulho da água passando pelo casco e o do remo mudando a direção – passando por baixo e quase raspando nas pontes e nas casas a cada curva mais fechada. Contar que foi a Veneza e não andou de gôndola porque é coisa de turista é passar recibo de bobo, pois é muito bom mesmo!

Um ótimo passeio para quem visita a cidade pela primeira vez é pegar uma gôndola (mais caro) ou o vaporetto da linha 1 (bem mais barato) e dar a volta completa pelo Canal Grande vendo os prédios e seus reflexos na água. No primeiro dia faça o percurso para o lado direito pela manhã e no outro dia faça para o esquerdo à tarde, e você vai ver porque Veneza é considerada mágica por todos. Da mesma forma que visitar seus incríveis museus.

O Palazzo Ducale foi construído no Século 9 e serviu não só de residência dos Doges como também de sede da polícia secreta na época da Inquisição, tem portas e escadarias rebuscadas, salões cobertos de pinturas dos maiores artistas venezianos e um Senado com painéis de Tintoretto. A Ponte dos Suspiros que une o palácio às prisões do outro lado do canal deixa todos que a visitam com um nó na garganta.
Ao seu lado fica a Basílica de San Marco com a incrível mistura de estilos: do exterior todo esculpido aos intrincados mosaicos dourados dos pisos, a basílica é deslumbrante. Não deixar de ver o Tesoro, com peças trazidas de Constantinopla no Século 10 e o Museo della Basílica.

Mas Veneza é também bem moderna: do outro lado do Canal Grande, na ilha de Dorsoduro fica a Collezione Peggy Guggenheim no Palazzo Venier dei Leoni. A milionária americana resolveu morar em Veneza em 1949 e levou com ela a sua extraordinária coleção de arte moderna com muitos Picassos, Braques, Pollocks e Magrittes. Espalhadas pelo jardim, onde está enterrada junto a seus cachorros, esculturas de Giacometti, Ernst, Moore e Arp.

Nesta ilha está o Cá Foscari, um dos mais suntuosos palácios construído no século 15 e que hoje abriga a Universidade de Veneza, além do Campo Santa Margherita, uma praça rodeada de cafés, lojas, padarias e mercearias em prédios que são os mais antigos e bonitos de Veneza. Para comer um “tramezzini” (sanduíche) vá ao Caffè Rossa, cheio de gente bonita. Para almoçar ou jantar vá ao Ristorante Riviera, e peça os famosos “granseola” (caranguejos) e as “fiori di zucca” (flores de abobrinha recheadas).

Deste mesmo lado fica a igreja de Santa Maria della Salute, que levou mais de 50 anos para ser construída devido às novidades que o arquiteto Baldassare Longhena inventou em 1630 para modernizar o estilo Barroco. De seus degraus você tem a melhor vista panorâmica de Veneza.

Mas não volte a San Marco sem antes visitar ou se hospedar - quem sabe? - no sensacional Hotel Cipriani, na ilha Giudecca, um dos melhores do mundo, à beira da lagoa, com um luxo de dar gosto! Além de quadras de tênis e piscina, o hotel tem o famoso restaurante Fortuny, conhecido pela culinária de primeira linha e pela quantidade de celebridades que o frequentam especialmente na época do Festival de Cinema Internacional e da Bienal de Veneza.

De volta a San Marco, já que ninguém é de ferro, que tal fazer umas comprinhas? Quem vai resistir às lojas de bolsas, sapatos e outros artigos de couro melhores do mundo? Basta ir à Calle Larga XXII Marzo e à Salizzada San Moisé e percorrer seus quarteirões onde estão as lojas Valentino, Fratelli Rossetti, Hogan, Botega Veneta e muitas outras grifes. Nas ruas transversais o comércio é variadíssimo, vendendo souvenires, artigos religiosos, objetos de vidro da ilha vizinha Murano, máscaras usadas no Carnevale, rendas antigas de Burano, roupas e muito mais para todos os gostos e bolsos.

Final de tarde, o sol se pondo, e nada melhor que tomar um drinque no Harry’s Bar, famoso há mais de 65 anos por conta do escritor Ernest Hemingway, que era freqüentador assíduo, e das duas especialidades venezianas inventadas lá: o “Bellini” (prosecco com néctar de pêssego), e o Carpaccio, ambas batizadas em homenagem a pintores venezianos. A "happy hour" todas as noites é o maior sucesso, com dezenas de pessoas se aglomerando no bar para beber, ver e ser visto.

E a comida e os vinhos venezianos? Qualquer restaurante ou trattoria serve as melhores iguarias locais com um toque especial. Por estar em pleno mar Adriático, os frutos do mar são muito frescos. E nada melhor para acompanhar do que o vinho branco da própria região do Veneto, o claro, leve e perfumado Pinot Grigio, complemento perfeito para todas as refeições.

De frente para a Praça de San Marco fica o Caffè Quadri, tradicional restaurante que tem mesinhas na calçada e música ao vivo. Foi lá que os venezianos provaram pela primeira vez em 1725 o café que vinha da Turquia. Byron, Stendhal e Dumas freqüentavam muito o lugar. Os outros dois restaurantes da praça são o Lavena e o Florian, também excelentes.

Para comer frutos do mar uma ótima sugestão é o Do Leoni (Riva degli Schiavoni 4171), sempre cheio, ou o La Caravella (Calle Larga 2398), com mesas ao ar livre em um pátio interno com enormes árvores centenárias cheias de passarinhos.

Para provar comida veneziana autêntica vá ao Do Forni ou ao Antico Pignolo (ambos na Calle degli Specchieri). Mas para encerrar a sua estadia em grande estilo jante no pequeno, aconchegante e caro Ristorante da Ivo (Calle dei Fuseri 1809 – reservas pelo telefone 528-5004) e peça a “bistecca alla florentina”, prato favorito do dono e chef Ivo, nascido na Toscana.

Como em Veneza não se pode demolir já que quase todos os prédios são históricos, a maioria dos hotéis mantêm as fachadas e reformam o interior. E se você não se hospedou no Cipriani, aqui ficam outras três boas opções: Hotel Bauer, com varandas, sua própria doca para os acqua-taxis, um moderno SPA e três restaurantes. Os preços das diárias são inacreditáveis...
Bem em frente ao recém-reformado Teatro La Fenice o Hotel La Fenice et des Artistes , com apenas 65 quartos tem diárias mais baratas a partir de 280 euros.
E logo na rua atrás da Praça de San Marco fica o Hotel Montecarlo com 48 quartos de todos os tamanhos e preços, a partir de 250 euros.

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sexta-feira, 15 de junho de 2007

FLYING HIGH IN ACAPULCO


Há muito tempo atrás, muito antes de Cancun se tornar o principal destino turístico de praia do México, a turma se divertia mesmo era em Acapulco, à beira do oceano Pacífico, com sua baía considerada a mais perfeita do mundo com quase 5 quilômetros de extensão e um clima com temperaturas sempre amenas. Muitos artistas de Hollywood e milionários americanos tinham casas de veraneio lá, já que Los Angeles fica a menos de 4 horas de vôo! Frank Sinatra, Elizabeth Taylor e Richard Burton, Ava Gardner, Merle Oberon e muitas outras celebridades do Jet-Set da época aprontavam bastante por aquelas bandas, e não era raro aparecer nos jornais os últimos escândalos conjugais dos astros que eram flagrados com suas ou seus amantes nas areias escaldantes de Acapulco Guerrero.

E essas casas dos “rich and famous” ainda hoje chamam a atenção, encarrapitadas nos rochedos, de frente para o oceano, com jardins e piscinas na beirada dos penhascos, dando privacidade total a seus moradores. Como na Joatinga no Rio de Janeiro.

Depois de adormecido por alguns anos e principalmente depois de um furacão que em 1997 quase destruiu a cidade toda, o balneário deu a volta por cima com a construção de novos resorts, voltando ao mapa dos melhores destinos turísticos do mundo. Além das praias lindas entrecortadas por rochedos, Acapulco tem também uma vida noturna notável, com boates e discotecas animadíssimas que abrem bem tarde e só fecham quando o sol já está a pino! Há boates de todos os tipos e para todas as idades, além de ótimos restaurantes de comida típica mexicana e internacional. E a festa não acaba nunca!

Se suas praias de areia muito branca já eram irresistíveis desde o tempo dos guerreiros astecas e dos piratas famosos, agora, então, nem se fala. Todas elas estão repletas de prédios bem modernos e novos hotéis, com piscinas de todos os formatos e jardins do maior bom gosto. Mas provando que antiguidade é posto, nenhum deles consegue desbancar os dois hotéis mais tradicionais e famosos da cidade: o Las Brisas no topo de uma colina, com 263 “casitas”, cada uma com uma piscina particular, escondidas em 40 hectares de uma verdadeira floresta de samambaias e buganvílias. Para circular pelo resort ou ir à praia, os hóspedes têm à sua disposição jipes de toldo listrado de rosa e branco, combinando com os uniformes dos empregados. Tudo muito chique!

O outro é o Acapulco Princess, localizado na sossegada praia de Revolcadero, a vinte minutos do centro, construído em forma de uma enorme pirâmide asteca toda esculpida e colorida. Seu gigantesco hall é coberto de plantas e o teto é aberto para o céu. No centro do salão uma fonte de água doce vai formando um rio artificial que percorre o chão do hotel sinuosamente em direção às piscinas e às lagoas do lado de fora. Como um escorregador, você pode sentar nesse rio e deslizar até a areia! Todos os quartos têm varandas superpostas e vistas lindas do mar e dos jardins, por onde passeiam despreocupados alguns pavões imperiais...

Em qualquer hotel que você fique há sempre uma grande variedade de esportes náuticos para fazer: ski, jet-ski, banana-boat, lanchas de extrema velocidade e iates de todos os tamanhos para pescar, mergulhar ou simplesmente passear pela baía. Há um passeio para ver o pôr do sol que é ótimo. Mas o que ninguém deixa de fazer é voar de “parasail”, um pára-quedas enorme que é puxado por uma lancha e que leva você às alturas. Do alto você vê em detalhes todas as praias, piscinas e hotéis, tudo pequenininho lá em baixo, no maior silêncio, só o barulhinho do vento passando por você. Esses vôos duram cerca de meia hora e custam 30 dólares, mas deixam uma impressão inesquecível. Nas várias vezes que eu estive lá voei todos os dias de tão gostoso que é. E na volta do vôo, para relaxar um pouco e entrar no clima de mar, sol e calor, você senta debaixo de uma barraca de palha, estala os dedos e pede a primeira margarita do dia! Mas cuidado, pois os copos são enormes e a tequila sobe fácil, fácil...

Mas Acapulco não seria o que é sem os loucos mergulhadores que pulam dos rochedos de La Quebrada no mar raso a mais de vinte metros abaixo, arriscando suas vidas. Eles têm que calcular exatamente a hora de pular em função das ondas que entram nas reentrâncias das pedras e aumentam um pouco volume de água do mar. Dá um frio na barriga ver os rapazes pular, principalmente de noite, quando se jogam lá de cima com tochas nas mãos. E unindo o útil ao agradável, você pode jantar no La Perla, romântico restaurante do hotel El Mirador que fica no penhasco em frente e assistir de camarote o impressionante espetáculo noturno enquanto toma mais umas bem salgadinhas margaritas...

quarta-feira, 13 de junho de 2007

DICAS DE QUEBEC


Quebec é a maior província do Canadá e a cidade de Quebec é a sua capital, apesar da maioria das pessoas pensar que é Montreal. Com 80% de sua população francesa, ela foi construída no Cap Diamant às margens do rio São Lourenço, cercada por muitos rios, lagos e panoramas deslumbrantes. E por todo lado você vê a influência francesa, principalmente na arquitetura.

Não há nada melhor que passear pela “Vieux Quebec” onde está localizada a maioria dos hotéis, restaurantes, lojas e pontos históricos. Por sua beleza, charme e história, Quebec foi nomeada pela Unesco em 1985 uma cidade de Herança Universal. Você pode conhecer a cidade toda a pé, passeando pelas estreitas ruas de paralelepípedos, subindo e descendo as várias escadarias e descobrindo as novidades. No verão a cidade é uma festa só, com muitas atrações e festivais. No inverno o rio congela e a neve cai sem parar, transformando Quebec no paraíso dos esportes de inverno. Mas faz um frio...

Não deixar de visitar:


CHATEAU FRONTENAC, um ótimo hotel com arquitetura de castelo francês no ponto mais alto e importante da cidade. A vista de seus quartos é impressionante e não é caro: hospede-se nêle quando for lá.

DUFFERIN TERRACE, um grande terraço na frente do castelo com o panorama espetacular do rio São Lourenço logo abaixo.

VIEUX QUEBEC, a charmosíssima parte antiga da cidade com suas escadarias e um funicular unindo as partes alta e baixa.

QUARTIER PETIT CHAMPLAIN, um pequeno quarteirão cheio de lojinhas, bistrôs e diversão.
A CITADELA, uma fortificação em forma de estrela, no Cap Diamant. Se der tempo, assista a troca da guarda.

MUSEU DA CIVILIZAÇÃO – um conjunto de museus dando um toque moderno numa cidade bem antiga.

MUSEU DO FORTE - com sua história e o espetáculo de som e luz, na parte de cima.

CACHOEIRA DE MONTMORENCY – A 35 km de Quebec – espetacular! Veja a foto abaixo!


Restaurantes que fui e adorei na parte de cima:
CONTINENTAL – 26 rue St. Louis – Comida francesa clássica e tradicional.
CAFÉ DE PARIS – 66 rue St. Louis – Comida canadense e italiana também.
AU PARMESAN – 38 rue St. Louis – Italiano divertido com porções enormes.

Na parte de baixo:
LE COCHON DINGUE – 46 Boulevard Champlain – Comida francesa variada e barata.
LE LAPIN SAUTÉ – 52 Boulevard Champlain – Em frente ao Cochon: tem grelhados, saladas e até sanduíches. Especializado em comida campestre, principalmente caça. Prove o coelho com duas mostardas (“lapin aux deux moutardes”) maravilhoso...

E para as comprinhas de sempre, vá ao LES PROMENADES DU VIEUX QUEBEC, pertinho do Chateau Frontenac, cheio de lojinhas e butiques charmosas.

terça-feira, 12 de junho de 2007

PASSEANDO POR LISBOA

Na primeira vez que você viajar para Lisboa não pode deixar de visitar o Castelo de São Jorge, acima, a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerônimos, o monumento aos descobrimentos na beira do Tejo, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Elevador de Santa Justa, a Sé (Catedral de Lisboa), o Museu Calouste Gulbenkian e as Praças do Comércio e dos Restauradores. Prédios bem mais modernos, como o Oceanário e o Pavilhão de Portugal, construídos por ocasião da exposição internacional de 1998, continuam atraindo multidões desde então e devem ser vistos.

Também não pode deixar de conhecer a Alfama com suas ruelas e ladeiras, a Avenida da Liberdade, ouvir um bom fado numa das muitas casas noturnas e provar um dos mais de 6 mil tipos de vinho do Porto. E se deliciar com a maravilhosa comida portuguesa, o bacalhau ao Brás, o leitão à Bairrada, a açorda de mariscos e os doces... Ah, os doces... Como o toucinho do céu, o papo de anjo, o pastel de nata, e a queijadinha.

Para compras o Centro Vasco da Gama tem de tudo para todos os gostos. Se você quer louças da melhor qualidade, vá direto à Vista Alegre (20-23, Largo do Chiado). Lá perto ficam os Armazéns do Chiado, outro local de comércio muito bom. Para os famosos tapetes arraiolos, a melhor seleção está na Casa dos Tapetes (116, Rua da Imprensa Nacional).

Mas nem tudo é antigo em Lisboa: o Bairro Alto, com suas ruelas estreitas, é agora o local com mais bares, restaurantes e butiques da Lisboa moderna. À noite as ruas ficam lotadas e o movimento vai até alta madrugada. A região das Docas, antes muito abandonada, foi toda reformada e hoje tem nova vida com ótimos bares, lounges e restaurantes onde antes eram armazéns velhos e sujos. A boemia vara a noite até de manhã, com os feirantes já armando as barracas.

Onde comer bem:

PAP’AÇORDA (57-59 Rua de Atalaia / 351 21 346-4811) Comida portuguesa típica, grandes porções, boa e barata.

PRIMEIRO DE MAIO (8 Rua de Atalaia) no Bairro Alto, favorito dos lisboetas.

BICA DO SAPATO (Avenida Infante D. Henrique, armazém B) O dono é o ator americano John Malkowich, que abriu esse novo restaurante nas docas logo que começou a reforma dos antigos armazéns. Restaurante de comida portuguesa, bistrô e sushi-bar dos melhores.

ANTIGA CONFEITARIA DE BELÉM (88-90 Rua de Belém – perto do Mosteiro) Ninguém que visita Lisboa deixa de ir lá pelo menos uma vez provar os famosos pastéis de nata. Tem sempre fila na porta e você vai acabar voltando...

Um hotel bom, bonito e barato: As Janelas Verdes (45, Rua das Janelas Verdes): um palacete do século 18 transformado em hotel-butique no melhor ponto da cidade.