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sábado, 21 de agosto de 2010

ALGUMAS DICAS DA TOSCANA

Minha amiga Giovanna acabou de chegar de uma viagem à Itália e trouxe ótimas dicas de Florença e arredores. Leiam com atenção o que ela escreveu e anotem:

Cada vez que eu volto à Florença a primeira coisa que faço é tomar um "cioccolata con pana" no Caffè Rivoire na Piazza dellla Signoria: uma chícara de chocolate quentíssimo com muito creme por cima! É uma delícia que apesar de escaldante é bem leve. Perfeito para esquentar naqueles dias úmidos do inverno com todas aquelas estátuas maravilhosas de homens fortões pelados à sua volta!
Todo turista visita a Galleria degli Uffizi mas poucos conhecem o Corridoio Vasariano, um corredor com mais de 1km de extensão que foi construído especialmente para o casamento de um Medici em 1565 servindo de passarela entre o museu e o Palazzo Pitti, do outro lado do rio Arno, onde aconteceu a festa. Sua entrada é por uma escada bem disfarçada entre os salões XXV e XXXIV e logo você está andando sobre o Ponte Vecchio e o rio Arno.

Na outra margem o corredor entra por uma casa antiga, dá a volta numa torre medieval, segue até a Santa Felicitá, onde se transforma num balcão aberto que dá para apreciar de cima a beleza da igreja, e prossegue pela via Guicciardini até virar novamente um escada que desce nos jardins Boboli do Palazo Pitti. Vale a pena, mas tem que comprar um bilhete especial, além da entrada do museu. Em tempo: as paredes do corredor inteiro são cobertas de quadros lindos.

Não deixe de ir ao Le Volpi e l'Uva, um tranquilo "wine bar" onde você pode degustar vinhos da melhor qualidade. Sente-se numa das mesinhas embaixo dos guarda-sóis e peça um Tignanello, Barolo, Brunello di Montalcino ou um dos mais de quinze tipos diferentes servidos em taça. Para acompanhar uma cestinha de pães ou uma foccacia, e um prato de frios e queijos variados. Maravilha!

Escondido numa rua lateral do Palazzo Pitti está o La Specola - o Observatório - dentro do Museu de História Natural. O florentinos conhecem esse lugar escuro e esquisito desde pequenos, pois os professores levam as crianças para ver os animais empalhados e as incríveis estátuas de cera que serviam para as aulas de anatomia em 1775, quando o Gran-Duque Di Lorena fundou o museu. Feitos à perfeição, estão expostos corpos nús de homens, mulheres e crianças dissecados, sem pele, em decomposição, todos com os olhos bem abertos olhando para você! Parece que você está no meio de um filme de terror, mas é sensacional!

Quem tem pés pequenos como eu vai ficar feliz da vida na sapataria Beltrami (Via Panzani 1/R), que vende modelos em tamanhos mínimos, como 33, 34 e 35, numeração italiana, menor que a nossa. Você pode até telefonar antes (55 21-2626) e pedir para separar alguns e quando você chegar já vai encontrar uma pilha de caixas esperando.

Todo mundo sabe que a melhor vista panorâmica de Florença é a da Piazzale Michelangelo, mas a ida até lá também já é uma curtição: o bacana é pegar um ônibus até a Piazzale Galileo e andar pela Viale Galileo, cheia de curvas, de onde você já vê partes da cidade por entre a vegetação. Faça uma parada para visitar a igreja San Miniato al Monte, um dos poucos exemplos que sobraram da arquitetura romanesca com o estilo preto e branco tão típico da Toscana.

Os mosaicos e os pisos são fantásticos. Chegando à Piazzale descanse da caminhada tomando um refresco ou sorvete num dos muitos cafés ou "gelaterias" e aprecie a vista.

Se você tiver tempo, alugue um carro e aproveite para conhecer algumas das várias "villas" localizadas perto de Florença, levando uma cesta de piquenique para lanchar à sombra das árvores. Visite a Villa Medicea della Petraia, que é um lindo castelo construído entre 1576 e 1589 por Buontalenti e fica só a 7km de distância. A Villa Le Balze, em Fiesole, ali pertinho, só permite que se visitem apenas os jardins, mas que jardins!

A Villa Medici, também em Fiesole, é uma mansão em estilo renascentista que pertenceu à famosa família tendo sido construída em 1458 por Michelozzo em cima da colina. A vista é deslumbrante e uma série de grandes terraços forma um verdadeiro jardim suspenso!

E já que você foi até Fiesole, não deixe de visitar o pequeno Museo Bandini (Via Giovanni Duprè - 55 594-77) que tem só duas salas exibindo pequenas pinturas toscanas douradas, quase jóias, dos séculos 14 e 15. Lá está também exposto um baú nupcial, chamado "cassone", lindo. E bem perto do museu fica o "teatro Romano", digno de muitas fotos.

quarta-feira, 31 de março de 2010

UM NOVO MUSEU EM VENEZA

Se Veneza já era uma das capitais mundiais do mundo artístico por conta de seus muitos museus e prédios históricos, além da famosa Biennale, agora a cidade aquática ganhou mais um trunfo: o bilionário François Pinault, dono de um conglomerado de empresas que inclui entre outras coisas a grife Gucci e a casa de leilões Christie’s, abriu há alguns meses seu segundo museu em Veneza.

O Punta della Dogana, como o nome indica, fica na ponta de uma península na desembocadura do Gran Canale, no prédio que desde o século XV era a alfândega da cidade. A prefeitura lançou um concurso para cedê-lo a quem se dispusesse a construir ali um museu de arte contemporânea. O Palazzo Grassi, museu veneziano de Pinault, venceu a concorrência, desbancando candidatos como a fundação Salomon R. Guggenheim.

O arquiteto Tadao Ando foi contratado para reformar a antiga construção e as obras duraram 14 meses. Ele preservou a fachada externa mas inseriu entre outras coisas um cubo gigante de cimento polido dentro do interior triangular do prédio.

O Ponta della Dogana abriu as portas com a mostra “Mapping the Studio: Artists from the François Pinault Collection”, e as mais de 300 obras de arte ocupam não só o novo museu como também o Palazzo Grassi. Entre elas há trabalhos dos mais importantes artistas plásticos como Jeff Koons, Cindy Sherman, Richard Prince e Takashi Murakami, expostos ao lado de artistas em ascensão como Matthew Day Jackson, Adel Abdessamed, Wilhelm Sasnal, Rachel Harrison, Mark Grotjahn e Richard Hughes.

Leia mais sobre Veneza clicando aqui.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

NATAL EM TURIM E LONDRES!

Começam a chegar fotos das iluminações de Natal enviadas por nossos fiéis leitores de várias partes do mundo! Olhe que desenhos originais nessas fotos das ruas de Turim, na Itália, enviadas pelo Giovanni Gargiullo:


Vejam só que bonitas essas que o Michael Norris nos mandou mostrando as principais ruas de Londres todas enfeitadas!

St. Christopher's PlaceRegent StreetOxford StreetBond Street

sábado, 16 de agosto de 2008

MERGULHANDO NO AZUL DE CAPRI

Na sua próxima ida à Europa não deixe de visitar Capri e a inacreditável Gruta Azul, e tenha a certeza que a viagem será inesquecível!

Para chegar a essa ilha dos sonhos, você tem que viajar até Nápoles ou Sorrento, no sul da Itália, na região da Campânia, de onde saem os barcos e hidrofoils para Capri. Desembarcando na Marina Grande, o maior porto da ilha, basta dar cinco passos e você já está no centro desta alegre cidade cheia de pracinhas, ruelas estreitas, ladeiras, colinas e muitos bares e restaurantes com mesas nas calçadas sempre cheias de gente alegre e barulhenta.

É dessa mesma marina que saem os barcos para a gruta e outros pontos turísticos do mar Tirreno. A outra cidade da ilha chama-se Anacapri e fica nas montanhas. Para passear por lá o ideal é alugar uma motoneta, já que as ruas são muito apertadas para carros. Você pode subir pelas colinas e visitar a Villa Jovis, de onde o Imperador Tibério governou em seus últimos anos de vida e que hoje é uma escola, e o mosteiro Certosa di San Giacomo, de onde se tem a melhor vista das Faraglioni, incríveis ilhas que são blocos rochosos surgindo do mar lá em baixo.

Mais acima fica o monte Solaro, com quase 600 metros de altura, de onde se descortina a melhor vista de Capri. Aproveite para almoçar nos vários restaurantes com varandas sobre o mar. Ao retornar à cidade não deixe de passar por Migliera, um pequeno vale todo plantado com vinhas entremeadas por antigos bosques. Lá de cima você também vê o mar de Ischia, outra ilha linda ali pertinho, a baía de Nápoles e até o vulcão Vesúvio.

Aproveite para conhecer a Villa San Michele onde funciona o Museu Axel Munthe, mostrando tudo da vida desse incrível médico, escritor, músico, cantor e filantropo.
Veja também as ruínas do Castelo Barbarossa, em estilo bizantino, que recebeu esse nome depois do ataque do Pirata Barba Ruiva em 1535 que destruiu tudo.

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A imensidão azul

A Gruta Azul é uma das maravilhas da natureza mais conhecidas do mundo pelos intensos tons de azul do seu interior e os reflexos prateados que emanam de tudo que se movimenta dentro dágua, sejam peixes, remos ou sua própria mão.
Só se entra na gruta em pequenos barcos a remo para duas ou três pessoas que têm que se deitar no fundo para poder passar pela estreita abertura na rocha com dois metros de largura por pouco menos de um metro de altura.

O barqueiro força o barco para dentro usando os remos e puxando correntes presas nas bordas da pedra. Quando a maré está muito alta ou quando sopram os ventos sudoeste ou mistral, ninguém entra ou sai de lá.

Uma vez lá dentro você vai ficar impressionado com o azul forte da caverna, que tem uma abóbada chamada Duomo Azzurro com altura média de sete metros indo até quatorze na parte de trás. A gruta mede sessenta de comprimento por vinte e cinco de largura, e o barco pode navegar pela Galeria das Pilastras até a Sala dos Nomes, assim chamada pela quantidade de assinaturas feitas pelos visitantes em suas paredes calcárias.

E os barqueiros adoram cantar dentro da gruta, aproveitando o eco...



O barco continua pela Passagem da Erosão e vai até a sala da Erosão, o ponto final do passeio. Os fantásticos tons de azul são criados pela claridade do sol filtrada pela água que absorve os tons vermelhos da luz deixando apenas passar os azuis. O segundo fenômeno, dos reflexos prateados, é causado pela refração das bolhas de ar que aderem à superfície dos objetos e que é diferente das bolhas da água, resultando numa luz branca cintilante.

Hoje em dia, por conta das leis de proteção ambiental, é proibido mergulhar lá dentro, mas nos anos sessenta, quando eu visitei a gruta, a farra era pular do barco e nadar naquela imensidão azul iluminada só por baixo, vendo as bolhas estourar e gritando bem alto para ouvir o estranhíssimo eco.

Dizem que durante o Império Romano a gruta era tida como um esconderijo de sereias que enfeitiçavam quem se aproximasse de lá. Agora, porém, Capri e sua gruta estão mais para as badalações do jet-set internacional do que para lendas mitológicas, e a cidade fervilha nos meses de verão com turistas e sereias de todas as nacionalidades que se enfeitiçam com as belezas naturais e a “dolce vita”.

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O ponto principal da cidade é a Piazzetta, apelido dado à Praça Umberto I, onde fica o terraço cheio de colunas da estação do funicular com a vista do Monte Solaro atrás e os vários bares onde visitantes e locais passam muitas horas do dia bebendo, comendo ou simplesmente aproveitando o “dolce far niente” debaixo dos ombrelones. Vendo a algazarra diária fica difícil de acreditar que há a pouco mais de 50 anos ali funcionava o mercado de peixe e a feira semanal.

E as praias?

Capri não tem praias como as nossas de areia branca, só pequenas enseadas e muitos rochedos. Mas você pode aproveitar o sol do Mediterrâneo em terraços montados nas pedras com toda a infra-estrutura de clubes de praia, com espreguiçadeiras, guarda-sóis, chuveiro e serviço de bar. O melhor deles é o Bagni Internazionali na Marina Piccola, com tudo o que você tem direito: hotel, restaurante, marina e muita badalação.

Por toda a costa existem pequenas praias de seixos escondidas pela vegetação, algumas delas só atingíveis de barco, que você pode ir descobrindo a cada dia. E é claro que quase todos os hotéis tem piscinas com águas tão azuis como as da gruta, para o seu refresco diário...

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Onde se hospedar:

O melhor hotel da ilha fica em Anacapri e chama-se Capri Palace Hotel & Spa, com decoração elegante e quartos com varandas para o mar. Alguma suites tem piscinas nos terraços. Diárias começam em 320 euros e vão em frente. O restaurante é maravilhoso e acabou de ganhar mais uma estrela do Michelin.

Em Capri o melhor é o La Residenza, perto da Piazzetta, ocupando um prédio histórico, com muitas piscinas. Quartos enormes a partir de 290 euros.

Como uma opção mais barata a sugestão é a simpática e básica Pensione Villa La Tosca, com diárias de 120 euros, oferecendo quartos e banheiros pequenos mas limpos.

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A Gastronomia Caprese

A comida de Capri é das melhores da Itália, com muita massa e frutos do mar fresquíssimos. Você pode entrar tranqüilo em qualquer restaurante e fazer uma refeição inesquecível!

Além da famosa Salada Caprese (rodelas de tomate e mussarela banhadas no óleo virgem com ervas), não deixe de provar o Totani com patata (lulas cozidas no vinho com batatas), o Ravióli alla caprese (recheado com carne e molho de tomate e cebola), o Pezzagona all’a acqua pazza (peixe do Golfo de Nápoles cozido na água salgada com ervas) e de sobremesa a Torta caprese (de chocolate e amêndoas) acompanhada de um Limoncello de fabricação local. E não esqueça o vinho branco produzido em Anacapri, geladinho, divino...

Restaurantes que eu recomendo em Capri:

AURORA – Via Fuorlovado 18 – 081 837-0181
Dos mais antigos da cidade, funcionando desde 1912 com a mesma qualidade e serviço.

CAPRI’S – Via Roma 33 – 081 837-7108
Dos mais novos e melhores da cidade, no hotel Capri Palace, com uma vista linda de seu terraço ao ar livre.

LE GROTELLE – Via Arco Naturale – 081 837-5719
Instalado numa pequena gruta perto do Arco Naturale, que é uma rocha milenar transformada em um arco pela erosão dos ventos, serve frutos do mar e ótimas pizzas. A vista também é ótima.

Na Marina Grande:
DA PAOLINO– Via Palazzo a Mare 11 – 081 837-6102
Simpática tratoria ao ar livre com mesas sob treliças cobertas de limões.

Em Anacapri:
ADD’O RICCIO – Via Grota Azzurra – 081 – 837-1380
Nos penhascos acima da Gruta Azul, vista deslumbrante e frutos do mar também.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

UM NATAL ITALIANO!

Muitas cascatas de luz decoram as ruas de Florença

Na feira de Florença as estrelas coloridas são um sucesso!

Na ilha de Murano, ao lado de Veneza, a árvore é toda de vidro!

E à noite ela se ilumina toda por dentro

terça-feira, 24 de julho de 2007

CARTAS DOS LEITORES: LUGARES PARA NÃO IR!

Minha fiel leitora Anna Beatriz - outra viajante inverterada - adora tirar fotos de placas esquisitas em lugares tão esquisitos quanto! Em sua última volta ao mundo, do Chile à Austrália, passando pela Espanha, Suécia, Itália e Portugal, ela tirou essas fotos abaixo, que nem precisam de maiores explicações...









São ótimas dicas de lugares para você não ir!!!!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 30 de junho de 2007

THE LAST TIME I SAW... ROME

Eu sempre gostei muito de viajar por toda a Itália - talvez seja herança dos meus bisavôs italianos - mas é em Roma que eu me sinto realmente em casa. Em dois dias já estou “parlando italiano” como um romano, gesticulando e falando alto como eles... E em todas as vezes eu visito novamente os monumentos, museus, igrejas, avenidas, ruelas antigas, fontes, parques, restaurantes e lojas como se fosse pela primeira vez!

Dessa última vez eu voltei a Praça de São Pedro, visitei o Vaticano e seus museus e me deslumbrei com a Capela Sistina, já toda restaurada com as pinturas e afrescos mais nítidos e vivos do que nunca. Foi como se eu nunca tivesse visto antes! E como era domingo fui assistir à benção do Papa ao meio-dia: um espetáculo emocionante ver aquela praça enorme apinhada de fiéis rezando e aplaudindo.

Eu adoro passear pela Piazza Navona para ver as fontes de Bernini e o Palazzo Doria Pamphili (embaixada do Brasil e onde trabalhou a minha amiga Bárbara). Outro local que eu vou sempre é a Piazza di Spagna, com a famosa escadaria cheia de flores e a Fonte da Barca em baixo. E nunca deixo de passar pela Fontana di Trevi e jogar a moedinha da sorte – para garantir que eu volte lá mais uma vez...

Fui ao museu recentemente reaberto ao público na Villa Borghese e depois desci a Via Veneto como um verdadeiro romano, sentando de vez em quando num dos muitos cafés para tomar um “doppio expresso”, descansar e ver a turma passando... Mas o café tem que ser duplo, porque se você pedir só um expresso vem uma xícara com duas gotas no fundo! Parece que veio uma xícara suja de outra pessoa...

Para ver as novidades e fazer umas comprinhas, nada mais chique do que as Via Condotti e Via Borgognona que começam na Piazza di Spagna, com butiques, cafés, bares e restaurantes com mesinhas na calçada. Mas todo o cuidado com as bolsas e câmeras é pouco: lá também há muito roubo a turistas desatentos, com os ladrões passando de Lambreta e sumindo rapidamente com suas sacolas pelas ruelas estreitas.

Restaurantes que sempre vou:

GIRARROSTO TOSCANO (Via Campania 29, Veneto – 482-1899)
A melhor cozinha da Toscana: ótimo, barato e sempre cheio. Não deixar de provar a bisteca que é quase maior que o prato! Vinhos muito bons.

GIOVANNI (Via Marche 64, Veneto – 482-1834)
Uma grande e simpática cantina familiar com a “Mama” comandando a cozinha. É dos poucos restaurantes de Roma que abrem aos domingos para almoço. Bom, barato e tem sempre miolo de cordeiro no menu...

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Vou contar o que aconteceu nesse restaurante quando eu quis comer o tal miolo de cordeiro: se você é estrangeiro e pede alguma comida diferente em qualquer restaurante do mundo, invariavelmente os garçons perguntam se você sabe exatamente o que está pedindo para não haver problemas depois. Eu respondi que sabia o que era “cervellini d’agnello” e tudo bem. Eu vi o garçom se dirigir à cozinha e falar com uma gorda senhora toda de branco (era a dona do restaurante). Ela me olhou e deu um sorriso, talvez por eu ter sido o único que pediu o prato naquele dia ou talvez porque miolo fosse uma das suas especialidades. Quinze minutos depois o garçom vem com o prato e, antes de comer, pedi um limão cortado para espremer por cima. Ele voltou à cozinha e quando falou o que eu queria, ela imediatamente deu-lhe uma bronca gesticulando muito. Volta o garçom meio sem graça e diz que a “signora” queria saber por que eu queria limão. Eu disse que adorava limão no miolo e ele voltou mais uma vez para falar com ela. Outra discussão na porta da cozinha e a partir daí as pessoas que estavam almoçando perceberam que alguma coisa esquisita estava acontecendo. Todos pararam de comer e ficaram prestando atenção no que vinha pela frente, como numa novela! Ele vem à mesa novamente e eu insisto que quero o limão. De volta com a dona, mais discussão e vem o garçom mais sem graça ainda e fala que ela mandou dizer para eu primeiro provar o miolo e só depois dizer se ainda queria espremer limão. Eu olho para a cozinha e a essa altura a “signora” já está me olhando enviesada com as mãos na cintura e a cara bem enfezada. O silêncio no restaurante é total! Todos os garçons parados com as bandejas na mão e os atendentes de cozinha espreitando pela porta! Você podia ouvir uma mosca voar!
Meio irritado e agora com muita fome, resolvo provar o miolo sem limão. Mais expectativa com todo o restaurante olhando para mim. Dou uma garfada e um grande suspiro: estava delicioso! Olho para ela, ela olha para mim - e aí eu fiz um suspense só para me divertir - esperei alguns segundos enquanto degustava o miolo, dei um sorriso, virei para ela e falei: Ah, “meraviglioso signora” realmente não há a menor necessidade de limão.
Em um décimo de segundo todos respiraram aliviados, os garçons voltaram a circular, a turma voltou a comer, a dona abriu um grande sorriso e eu continuei a me deliciar com o melhor miolo que já comi na minha vida!
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EL TOULÀ (Via della Lupa 29 – 687-3498)
Chique, caro e muito bom. Parecido com o nosso Antiquarius aqui do Rio, todo decorado com objetos de arte, quadros e móveis antigos. Gastronomia de primeira linha.

NINO (Via Borgognona 11, Condotti – 679-5676)
Simpático, barato e sem turistas! Perfeito para almoçar depois das compras na mesma rua... Se sobrar dinheiro...

PICCOLO MONDO (Via Aurora 39-D, Veneto – 481-4595)
Dos mais tradicionais e antigos, com fotos autografadas de todos os astros de Hollywood desde os anos 40 nas paredes.

SANS SOUCIS (Via Sicília 20, Veneto – 482-1814)
Escondido num subsolo de uma rua transversal da Via Veneto, um dos mais conceituados da cidade. Caro, chique e oferecendo o melhor da comida internacional.


Hotéis onde me hospedei e que recomendo:

Hotel Victoria – De frente para os jardins da Villa Borghese, bem no começo da Via Veneto, o hotel tem bons quartos e diárias a partir de $ 250 euros o casal, o que é razoavelmente barato para Roma.

Hotel Excelsior – O melhor da cidade, no meio da Via Veneto, quartos e suites espetaculares, salões, restaurante e bar no mais puro estilo rococó. Caríssimo, mas deslumbrante.
Alguns quartos têm diárias promocionais a partir de $ 360 euros, mas os quartos de frente começam em $ 460 euros. O serviço é impecável.

E se tiver mais tempo para passear em Roma, visite o Coliseu, o Fóro Romano e as Catacumbas de São Calixto, passando pela antiga Via Appia: você vai pensar que voltou ao tempo dos gladiadores romanos...