Mais uma vez estive em New York, uma das minhas cidades favoritas. Dias bonitos de primavera, algumas pancadas de chuva que não atrapalharam em nada, temperatura amena e, é claro, muita coisa nova para ver e descobrir...
Os museus:
No Metropolitan a principal novidade é a recém-inaugurada New Engelhard Court, um enorme espaço fechado por vidraças abrigando toda uma coleção de esculturas, vitrôs, pórticos, objetos de vidro e cerâmica que até há pouco tempo atrás estavam guardados nos porões do famoso museu.
Muito clara, com plantas, fontes e iluminação natural, essa nova ala virou uma espécie de pracinha onde os visitantes do imenso museu fazem uma pausa para descansar e apreciar um pouco mais de arte.
Para comemorar os 50anos do Guggenheim, nada melhor que uma exposição em homenagem ao grande responsável pela original arquitetura do museu, Frank Lloyd Wright, que morreu seis meses depois da sua inauguração.
Mais de 200 desenhos, plantas e maquetes ocupam toda a rampa circular que vai do térreo ao sétimo andar.
Sucesso absoluto de público, as filas de visitantes de todas as raças e credos se formam o dia inteiro desde a calçada!
Também no MoMA está acontecendo uma mostra chamada Architecture and Landscape, com maquetes do Lloyd Wright e plantas de jardins do nosso Burle Marx, entre outros grandes arquitetos, paralelamente à uma exposição sobre desenho industrial, ótima. É engraçado descobrir que aquela velha cafeteira da sua avó foi desenhada nos anos 40 por um norueguês!
Muito especial é a exposição conjunta do argentino Leon Ferrari e da brasileira Mira Schendel, com esculturas e pinturas interessantíssimas.
Conheci o novo Museum of Art & Design, no Columbus Circle, pequeno e excelente. Está havendo uma mostra de jóias feitas por artesãos e joalheiros de vários países, muito boa, e também uma de pintura em vidro do artista alemão Klaus Moje, espetacular.
No último andar do museu você pode ainda visitar os ateliês de alguns artistas que estão lá trabalhando e mostrando suas diversas técnicas.
Passeando pelo SoHo:
Aproveite um dia bonito e vá andar pelas ruas do Soho descobrindo construções de todos os tipos e tamanhos. Observe a arquitetura dos imensos prédios de concreto e ferro batido que abrigavam antigas confecções e fábricas e que hoje foram transformados em edifícios comerciais, lofts para moradia e lojas bem modernas.
Todas as grandes lojas de Downtown tem filiais lá, como Bloomingdale's, Foot Locker, Prada, Longchamps, Sephora, Urban Outfitters e várias outras, com a vantagem de serem menores e com menos gente para atrapalhar as suas compras!
Uma boa opção para almoçar é o The Kitchen, local descolado que fica no subsolo do hotel The Mercer. Saladas, sopas, sanduíches e muito mais a preços bem baratos. E você vê a turma passando pela calçada da rua acima que é o teto de vidro do restaurante.
Um novo Lincoln Center:
No Lincoln Center quase pronto depois de mais de um ano de reformas, os espetáculos de verão são sempre reapresentações de grandes sucessos de outras temporadas. Só não vê um bom balé ou concerto quem não quer. Eu assisti pelo New York City Ballet no David H. Koch Theatre um espetáculo com quatro coreografias do Jerome Robbins, sensacional.
Após três anos de obras, surgiu o novo e espetacular Alice Tully Hall, avançando sobre a calçada como uma proa de um navio todo de mármore e vidro.
No térreo todo envidraçado funciona um café sempre lotado pela multidão que circula por lá. No lado oposto da rua outro lugar continua fazendo muito sucesso: o Bar Boulud, um dos quatro restaurantes novaiorquinos do celebrado chefe francês Daniel Boulud.
O Rockefeller Center:
É só a temperatura esquentar um pouco e os friorentos novaiorquinos saem às ruas para aproveitar o calorzinho. Os canteiros centrais que rodeiam os vários laguinhos estão agora plantados com pés de alfazema e árvores muito verdes.
Onde no inverno funciona o rinque de patinação, agora grandes tendas refrigeradas abrigam um restaurante e vários cafés e bares. Nos bancos redondos a turma descansa na hora do almoço ou entre uma comprinha e outra.
E há até quem aproveite a brisa morna para tirar uma boa soneca...
That's entertainment!
Um musical espetacular: West Side Story, nova montagem do show que fez sucesso em 1957 com músicas de Stephen Sondheim & Leonard Bernstein, com direção e coreografia do genial Jerome Robbins.
Um elenco talentoso emociona todas as noites o teatro lotado com as inesquecíveis canções: Maria, Tonight, America e Somewhere, entre muitas outras. Produção impecável que merece ser vista.
E como vários quarteirões da Broadway transformaram-se em uma imensa área de pedestres, a confraternização depois dos shows continua no meio da rua, com a turma sentada em cadeirinhas de praia e mesas de bar tomando cerveja e batendo papo até tarde!
No City Center, na rua 55 em frente ao hotel The Blakely, onde me hospedei mais uma vez, assisti a uma ótima remontagem do musical The Wiz. O elenco só de negros com vozes magníficas tem à frente a cantora Ashanti no papel de Dorothy, sempre agarrada ao seu Totó.
A coreografia e os cenários leves e bem bolados fazem dessa versão musical do Mágico de Oz um show que merece ser visto. Pena que só fica em cartaz até o início de julho.
No Blue Note, o tradicional e sempre lotado clube de jazz do Village, vi o Gato Barbieri tocar o melhor saxofone de todos os tempos.
A sua interpretação da música-título do filme Last Tango in Paris, de sua autoria, é perfeita.
E os restaurantes?
Voltei depois de muitos anos ao Felidia, um restaurante italiano de alto nível comandado pela Lidia Bastianich, uma simpática italiana que aparece muito em programas de TV sobre culinária. Ela veio à nossa mesa e quando soube que éramos brasileiros fez a maior festa, pois esteve no Rio nesse Carnaval acompanhada de seu amigo paulista, o chef Massimo Ferrari, e adorou! Peça o tagliatelle com pato e delicie-se com o tempero da Lidia e do chefe Fortunato Nicotra.
Outro onde jantei novamente depois de muitos anos foi o
La Grenouille, o chique e badalado “point” dos nova-iorquinos elegantes. Continua o máximo, com os arranjos de flores mais bonitos da cidade, garçons franceses gentilíssimos e comida maravilhosa. Peça coxas de rã à provençal e de sobremesa o Gateau St.Honoré. Paletó e reservas imprescindíveis.
Uma novidade: no quarto andar da enorme e recém-inaugurada loja do Giorgio Armani na esquina da 5ª avenida com a rua 56, já está funcionando o Armani / Ristoranti, todo envidraçado e com vistas panorâmicas da cidade. Decoração preta e branca com estranhos mas muito confortáveis sofás redondos, menu internacional & italiano, ótima carta de vinhos. Perfeito para o almoço entre as comprinhas do Gucci da Trump Tower em frente e da Abercrombie & Fitch do outro lado da rua.
Outra novidade: The Monkey Bar, que era o restaurante do Hotel Elysée, foi comprado pelo Graydon Carter, editor da revista Vanity Fair, que deu um upgrade total na decoração e cozinha e reabriu há poucas semanas. Resultado: um lugar bonito e sofisticadíssimo, comida de primeira qualidade e uma badalação infindável. Modelos e celebridades do Jet Set já fizeram do lugar o seu ponto de encontro. Tem que reservar com antecedência. O endereço é 60 E 54th St. e o telefone 212 486-2408, mas está sempre ocupado! Leia mais sobre o lugar clicando aqui.
Perfeito para o jantar depois do show da Broadway, a Osteria al Doge oferece comida italiana boa e barata. Pertinho dos teatros, o lugar fica aberto até bem tarde e seus garçons estão sempre de bom humor.
A luz das velas dá ao restaurante um ar tranqüilo e romântico. Não deixe de conhecê-lo.
Ainda fui tomar um drinque no novo Oak Bar do Hotel Plaza que reabriu igualzinho ao que era antes mas estalando de novo depois de três anos de reformas, ao Ocean Grill para ótimos frutos do mar e ao sempre animado e gostoso La Goulue.
E os Pedicabs?
Apesar de não faltarem táxis em New York, muita gente prefere pagar 10 dólares e andar pequenas distâncias pela cidade a bordo de um Pedicab, que nada mais é que uma versão moderna dos riquexós chineses.
Dirigidos por garotos numa faixa de idade entre 16 e 20 anos que pedalam alucinadamente pelas avenidas dia e noite, o novo meio de transporte consegue driblar o caótico transito e você chega são e salvo ao seu destino, mas com o coração palpitando pela emoção da corrida. Experimente!
O fim de uma era:
Fechou suas portas a última grande loja de CDs e DVDs de New York: a Virgin Megastore faliu da mesma forma que a FYE há dois anos atrás e a Tower Records antes dela. Porque? Simplesmente porque com a Internet permitindo (legal ou ilegalmente) o "download" de músicas e filmes, quem ainda vai comprar um CD? E se você ainda quiser um filme ou um disco, não é mais fácil comprar pela Amazon ou CD-Point? Pois é isso aí: estamos vendo o fim de uma era. Nossos netos só verão discos de vinil e CDs em museus...
Apesar da crise financeira que realmente se abateu sobre os Estados Unidos - eu constatei restaurantes menos cheios, lojas grandes tipo Saks onde eu era o único cliente no andar de roupa masculina, e filas bem maiores nas carrocinhas de cachorro-quentes ou de sish kebab - os construtores parecem bem animados com o futuro.
Muitos prédios imensos, como esse da 8ª avenida, estão sendo inteiramente reformados por dentro e por fora, com uma técnica muito comum em Nova York: só a estrutura do edifício é mantida, enquanto as fachadas e janelas antigas são substituídas por aço e vidro, e as paredes e pisos interiores descascados até o osso e recobertos de material novo. Resta saber se as vendas atenderão às expectativas dos incorporadores...
Um comentário:
Gostaria de uma sugestao de um hotel, perto do metro, limpo e seguro para passar 7 dias, para um casal.
Obrigado
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