Não há cidade no mundo mais colorida e mais brilhante que Lyon, com seu elaborado sistema de iluminação pública que é o orgulho da prefeitura desde 1989 e seus enormes murais. Milhares de refletores muito bem posicionados destacam a beleza de mais de 150 monumentos, igrejas, edifícios e pontes, transformando totalmente o panorama urbano e dando mais vida à cidade depois do anoitecer.
Uma verdadeira “pequena Paris”, banhada pelos rios Saône e Ródano, Lyon (em português diz-se Lião) ela é a capital da região Rhône-Alpes e a segunda maior área urbana da França, hoje com quase 2 milhões de habitantes.
Fundada há mais de 2 mil anos por Munatius Plancus, tenente do imperador Júlio César, entre as colinas de Fourvière e Croix-Rousse, a então capital da Gália prosperou e se tornou um grande centro comercial devido à sua perfeita localização no centro da Europa.
Cinco grandes estradas a ligavam à Itália, ao Mediterrâneo, ao Reno, à Aquitânia e ao Atlântico, resultando numa população de várias raças, culturas e costumes. No século 19 a tecelagem da seda era a sua principal indústria, ativa até hoje.
E ao longo dos anos a cidade produziu também muita gente famosa como Madame Recamier, os irmãos Lumière, o escritor Saint-Exupéry, o jornalista Bernard Pivot, os cineastas Jacques Deray e Bertrand Tavernier, o músico Jean-Michel Jarre e sua mulher Charlotte Rampling e o super-chef Paul Bocuse, além de grandes nomes do esporte e da política. E não podemos esquecer do Guignol, personagem bufo dos teatrinhos de fantoches que está comemorando agora 200 anos de existência.
Hoje Lyon é muito moderna graças a projetos de grandes arquitetos.
O catalão Santiago Calatrava construiu a nova estação de TGV ligada ao aeroporto Satolas e o italiano Renzo Piano criou a espetacular Cité Internationale, uma nova cidade à beira do Ródano com o Palácio de Congressos, o Museu de Arte Contemporânea, teatro, cinema, auditórios, edifícios comerciais e um hotel em meio a lindos jardins.
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Um museu a céu aberto!
Mas o que mais me chamou a atenção lá, entretanto, foi a quantidade de murais “trompe-oeil” pintados nas laterais e fachadas de dezenas de prédios, transformando-os em imensas obras de arte ao ar livre.
Desenhos diversos, paisagens, cenários, mapas, cenas históricas, caricaturas de seus moradores famosos ou reproduções de pôsteres antigos me impressionaram pela criatividade e beleza, como seu eu estivesse passeando por um museu a céu aberto!
A maioria dessas paredes pintadas está na “cidade industrial”, projeto do urbanista Antoine Garnier no 8º arrondissement, construída nos anos 20 e que tem 16 murais, ou seja, quase quatro mil metros quadrados de pinturas! Veja só que incrível!
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Quando você for a Lyon não deixe de visitar:
O anfiteatro romano e o Odeon na colina de Fourvière, e o incrível
Museu Gallo-Romain, cheio de esculturas e objetos de arte históricos.
A Praça Bellecour – que como o nome diz é muito bela – com a imponente estátua de Luiz XIV. Em volta da praça há vários restaurantes e ótimas lojas. Aliás o comércio local é excelente, com todos os magazins e lojas de Paris.
A imensa Basílica de Fourvière em cima da colina, inaugurada em 1896 e dedicada à Virgem Maria. A sua torre, imitando a Torre Eiffel, serve desde 1963 como antena de transmissão de TV.
O Teatro de Ópera, que teve o seu telhado antigo transformado em salas de ensaio moderníssimas, com muito aço e vidro num projeto bastate ousado.
O Instituto Lumière, que mostra todos os passos da invenção do cinema, interessantíssimo.
O Museu de Belas Artes, com um acervo impressionante e o parque Tête d’Or, com mais de 60 mil roseiras de 300 variedades diferentes em cinco hectares de muito verde.
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Um hotel ótimo e não muito caro:
Sofitel Bellecour, entre o rio Saône e a praça principal, perto de tudo, com diárias a partir de 190 euros. Bem moderno, quartos enormes, tem ainda no último andar o restaurante Les Trois Domes, assim chamado porque de suas enormes janelas vê-se os duomos iluminados de três igrejas. O novo menu do chef Alain Desvilles mereceu uma estrela do Guide Michelin.
Um outro hotel charmosíssimo:
La Cour des Loges, ocupando 4 prédios renascentistas restaurados dos séculos 14, 16 e 17 da cidade antiga, com decoração antiga e moderna, maravilhoso. Diárias a partir de 240 euros. Quartos grandes com banheiros high-tech, e um ótimo restaurante comandado pelo chef Antoine Bonnet muito bem cotado na listagem do Gault Millau.
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E a comida?
Capital gastronômica da França, Lyon tem centenas de restaurantes, brasseries, bar à vins e bouchons. E você pode entrar em qualquer um que não vai se arrepender. Na cidade velha, na rue des Marroniers, é um atrás do outro, sempre com mesinhas nas calçadas nos meses mais quentes.
Para conhecer a comida local, peça de entrada a famosa Salada Lyonnaise, que tem alface crespa, ovos pochês, nozes, croutons, pedacinhos de bacon e de queijo gruyère temperada com muito azeite e vinagre balsâmico.
Em seguida prove as lingüiças (saucissons) grelhadas Jésus de Lyon, mais temperadas e as Rosettes, mais leves e cor-de-rosa. As terrines e os patês são sensacionais, e a nossa velha conhecida Soupe a l’Oignon é ótima para esquentar no inverno.
Como prato principal peça “Capon aux Marrons” (capão, você sabe, é a galinha que foi castrada quando pequena que engorda e fica bem mais macia) assada no forno à lenha com molho de castanhas e trufas!
Eu, que adoro fígado, me fartei de “emincé de foie de veau”, bifinhos mal cozidos com muita cebola e pimenta. Ah, que saudade dos restaurantes de Lyon!
Mas vamos às sobremesas: que tal uma “tarte ao pralines” (torta de nozes), um punhado de “bugnes” (biscoitinhos de rum com açúcar e limão) ou uns “beignets d’acacias" ?
Restaurantes que fui e adorei:
Chez Mounier – 3 rue des Marroniers – 04 78 37 79 26 – Simples, bom e barato, mesas na calçada, comida maravilhosa.
Le Bistrot de Lyon – 64 rue Mercière – 04 78 37 00 62 – Antigão e classudo, mas igualmente bom e barato.
La Tour Rose – 22 rue du Boeuf – 04 78 37 25 90 – Excelente relais gourmand.
Le Petit Lyon – 3 rue Plenay – 04 72 00 08 10 – do chef Jean Paul Lacombe que, mesmo tendo 3 estrelas do Michelin, serve a mais típica comida lionesa boa e barata.
E fora da cidade, mas imperdível:
Paul Bocuse – Place d’Ilhaeusern, Cologne-au-Mont d’Or – 04 72 27 85 85 – Um dos melhores restaurantes do mundo! E você já pode ligar agora para reservar uma mesa para daqui a uns seis meses...
No verão todos os restaurantes colocam mesas nas calçadas.
domingo, 13 de janeiro de 2008
AS PINTURAS DE LYON
Marcadores: frança, hotel cour des loges, hotel sofitel bellecour, lyon, paul bocuse, renzo piano, santiago calatrava
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