quinta-feira, 26 de junho de 2008

DO FUNDO DO BAÚ!

Em julho de 1969 eu fui pela primeira vez aos Estados Unidos direto para Los Angeles onde a grande atração era a Disneylândia, inaugurada em 1958 na cidade vizinha de Anaheim!

Naquela época a entrada para o parque era um carnê com vários tickets de valores e cores diferentes e cada cupom destacado só servia para uma volta nas diversas atrações da tal categoria. Os brinquedos melhores eram os dos tickets F e E, como o Piratas do Caribe e a montanha-russa do Matterhorn.

Eram 5 para as grandes atrações, 8 para as intermediárias e 12 para os brinquedos mais simples. No fim do dia só sobravam cupons do tipo B e A, para os brinquedos mais mixurucas...

E quando acabavam você comprava outros avulsos em casinhas espalhadas pelo parque, cada um com o seu preço impresso.
Um ticket para o "Jungle Cruise" valia 75 cents, e para o Peter Pan 35!

Uma entrada/bloquinho de adulto custava incríveis 12 dólares, e a de criança menos de 8!
Hoje em dia um ticket para um só dia nos parques começa em 124 dólares para adultos e 112 para crianças!

Ainda bem que de muito tempo para cá tanto na Califórnia como em Orlando o ingresso é um cartão magnético que só é mostrado no portão do parque e permite ilimitadas entradas em todas as atrações, sem distinção, o que facilitou muito a nossa diversão.

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Anos depois, em novembro de 1982, eu e vários guias brasileiros fomos convidados pela Disney Corporation e pela saudosa Pan American para visitar o Epcot Center em Orlando antes de ser inaugurado para o público em geral.

Foi ótimo passear pelo parque novinho em folha e quase vazio com amigos colegas de profissão, sem o usual bando de turistas atrás da gente! Uma excelente oportunidade para conhecermos bem as novas atrações, os restaurantes e, importantíssimo para o bom trabalho do guia, a localização dos banheiros!
Passamos 3 dias visitando tudo e ainda almoçamos e jantamos de graça em todos os restaurantes! Quer coisa melhor?

Como resultado dessa visita nas excursões seguintes todos os guias estavam craques no Epcot Center que, você sabia, é a abreviação de Experimental Prototype Comunity of Tomorrow?
Êsse parque moderno e futurista era o sonho dourado do Walt Disney, que infelizmente morreu bem antes de vê-lo realizado.
Nos anos seguintes eu voltei lá dezenas de vêzes, mas essa primeira visita foi bem especial e também inesquecível.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

PASSEANDO POR HEIDELBERG

Localizada à beira do rio Neckar, entre Frankfurt e Stuttgart, esta é uma das mais bonitas cidades da Alemanha e foi por muitos anos um grande centro político e cultural da Europa. Relativamente pequena, com muitas áreas só para pedestres, Heidelberg deve ser visitada a pé ou no máximo de bicicleta, como os milhares de estudantes que estudam por lá, um quinto de sua população de quase 145 mil habitantes. Quando eu estive lá passei dois dias percorrendo tudo a pé e foi perfeito.

Na cidade antiga a praça principal é a Bismarckplatz, no final da Haupstrasse, a rua paralela ao rio que começa no imenso portal Karlstor, onde estão os melhores cafés, restaurantes e lojas. Eu estive lá na melhor época, que é o verão, entre maio e setembro, quando chove menos e há bastante sol. Mas com frio ou calor você vai adorar passear pelas ruazinhas antigas e tomar um bom vinho branco nas charmosas estalagens e bares.

A Universidade de Heidelberg, que é a mais antiga da Alemanha, fundada em 1386 por Ruprecht I e depois refundada pelo duque Karl-Friedrich de Baden em 1803, é ainda hoje muito famosa, principalmente na área de medicina, arqueologia e zoologia.

A cidade, que em priscas eras foi residência de um dos sete príncipes do Sacro Império Romano-Germânico, também se tornou um dos centros da reforma protestante, tendo acolhido Martim Lutero e suas idéias em 1518.

Um dos lugares mais visitados é o Castelo de Heidelberg, que 1398 era apenas um pequeno prédio que servia de fortaleza e moradia real do príncipe Ruprecht III, mas que foi aumentando à medida em que outros governantes moravam lá e faziam novas alas. Nos séculos 16 e 16 a fortaleza transformou-se em castelo com a construção dos dois prédios principais que ladeiam o jardim da entrada.

Durante a Guerra dos 30 Anos o castelo foi destruído, depois foi reconstruído pelo príncipe Karl Ludwig em 1649, e destruído mais uma vez pelas tropas francesas. Em 1764 um poderoso raio dizimou ainda mais as ruínas, e partir daí o castelo virou uma espécie de depósito fornecedor de pedras e tijolos para a construção de novas casas na cidade. Em 1800 o conde Graimberg acabou com isso e tentou preservar o que ainda restava.

Só em 1934, entretanto, é que o grande salão do rei foi reconstruído em estilo gótico. Hoje em dia êle é utilizado para festas, jantares, bailes e shows musicais, principalmente durante os festivais de verão. As apresentações da Heidelberg City Orchestra chamadas “Serenatas do Castelo” atraem multidões.
Mas a maior atração está no subsolo: um dos maiores barris de vinho do mundo, com capacidade de 220 mil litros, construído em 1751 utilizando 130 troncos de carvalho.

A velha ponte medieval Alte Brücke, cuja construção terminou em 1788, funcionava como uma parte das muralhas que cercavam a cidade. Muito bem conservada, seus portais, encimados com cúpulas barrocas, serviram de calabouços durante as guerras.


A primeira vez que se falou da basílica romanesca do Espírito Santo Heiliggeistkirche foi em 1239! Entre 1398 e 1410 ela foi reconstruída em estilo gótico, e passou a abrigar os túmulos dos príncipes do Palatinato. Nos muitos anos seguintes a igreja foi usada igualmente por católicos e protestantes. Chegaram até a fazer uma divisória interna para separar os dois cultos que durou mais de 200 anos! A partir de 1936 a igreja é só protestante.

Outra igreja importante para se visitar a Jesuitenkirche, erguida em 1698 pelos jesuítas. Sua arquitetura é muito bonita e toda a fachada tem esculturas e adornos de Paul Egell. Do seu lado fica o Museu de Artes Eclesiásticas, dos mais interessantes, do mesmo estilo maneirista germânico.

Com seus muitos atrativos, a cidade sempre fascinou artistas e escritores: Goethe, Eichendorff, Jean Paul, Victor Hugo e Mark Twain são alguns deles, além dos pintores Turner, Rottmann, Issel e Trübner que retrataram a cidade de muitas formas, do mesmo jeito que os compositores Schumann e Brahms.

Por ser uma cidade universitária por excelência, Heidelberg tem muitos museus, sendo o mais famoso o de Farmácia, localizado dentro do castelo em um dos mais bonitos prédios renascentistas da Alemanha. Lá é mostrada a história do progresso da ciência farmacêutica ao longo dos séculos, com raras coleções de jarros e potes de remédios em louça e vidro de origem alemã, italiana e holandesa.

O Museu Palatinato construído em 1712 no Palácio Morass abriga milhares de peças da época romana além de outras tantas que retratam a história da cidade e da região. Sua galeria de pinturas e esculturas possui obras desde o século 15, a maioria de artistas da região. A maior atração do museu é o altar dos 12 apóstolos feito em 1509por Tilman Riemenschneider, uma das maiores obras da Idade Média.

E o recente Museu Bonsai, criado em 1985, é único no mundo que tem espécimes de árvores em miniatura de todas as partes do mundo, incluindo plantas carnívoras e mini-florestas com poucos centímetros de altura com mais de 100 anos de idade.

Heidelberg oferece sempre muitas opções de shows. Nos meses de verão há espetáculos de balé, drama, óperas e concertos no City Theatre, além de peças encenadas pelos próprios estudantes durante os meses de junho, julho e agosto dentro do castelo, onde todos os dias há uma queima de fogos lá de cima de suas torres. Em setembro acontece Heidelberger Herbst, uma grande feira oferecendo os produtos locais, onde o vinho é a maior atração.


Restaurantes que fui e recomendo:

Kurfürstenstube – Elegantemente decorado com paredes de lambris de madeira do século 19, cadeiras estofadas bem confortáveis e candelabros de prata, o restaurante nos transporta na hora para o mundo atual com sua culinária moderna e atual.

Simplicissimus – Todo “Art Nouveau”, com o interior cheio de espelhos, madeira escura e paredes vermelhas, e com o pátio interno todo florido, esse restaurante oferece comida francesa “light”, usando somente produtos orgânicos. A carta de vinhos é impressionante.

Schwarz – Localizado no 12º andar do moderníssimo prédio da Print Media Academy, além da comida maravilhosa e inovadora do estrelado chef Manfred Schwarz você tem a seus pés a mais bonita vista de Heidelberg. Serviço impecável.


Mas é nas tabernas freqüentadas pelos estudantes que você vai poder provar a típica comida da região. A melhor delas é a Zum Roten Ochsen, fundada em 1703 e que continua servindo a melhor carne assada com vinagrete, salsichas e lingüiças locais com cebolas e “sauerkraut”, o conhecido chucrute de repolho, ou ainda ragú de javali com repolho roxo e “cranberry”, que em português chama-se oxicoco!

E tudo acompanhado por muita cerveja ou vinho branco.
E não se espante se de repente alguém começar a cantar e todos à volta se unirem em coro!
É sempre a maior animação!

Foi nessa taberna que eu provei e adorei o vinho branco das cidades vizinhas Pfalz e Baden, servido em lindos copos de boca larga e pés verdes, que eu imediatamente quis saber se poderia comprar.
Muito gentil, o garçom disse que os copos não estavam à venda, e tinham que ser encomendados com antecedência na fábrica.
Mas ante a minha insistência, como eu já ia embora da cidade no dia seguinte cedo, o gerente acabou me vendendo a preço de custo uma caixa fechada.


E até hoje quando tomo um vinho branco gelado aqui no Rio nesses copos, lembro na mesma hora de Heidelberg, uma cidade das mais simpáticas e bonitas do mundo...



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Onde se hospedar?

Hotel Hollander Hof, em pleno centro da cidade antiga, pertinho de tudo. Três estrelas, oferece amplos quartos e ótimo serviço com diárias a partir de $ 144 euros, taxas e café da manhã incluídos.

Hotel Europa, construído em 1865 também no centro histórico, a poucos passos do castelo, enorme e do maior bom gosto. Por conta de suas cinco estrelas as diárias começam em $ 292 euros, mas como você vai ficar provavelmente só uma noite, não vale a pena aproveitar o luxo de se hospedar num hotel excelente e muito elegante?

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E as compras?

Em Heidelberg como em todas as outras cidades da Alemanha, hoje em dia você encontra de tudo do mundo inteiro.
Mas é na Haupstrasse que estão as lojinhas de artigos típicos, como chapéus de feltro com peninhas, canecos de cerveja decorados de todos os tipos e tamanhos, relógios cucos de madeira trabalhada e muitas opções de lembranças.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

NOVIDADES DE MONTREAL

Esta é a cidade canadense mais parecida com a Europa em matéria de novidades culturais e points descolados e modernos. Enquanto a multidão continua freqüentando os mesmos lugares, a turma antenada sempre descobre o que há de mais novo e atual.

EX-CENTRIS – 3536, boul. Saint-Laurent – 514.847.2266
Um multiplex especializado em fazer e mostrar produções cinematográficas independentes, localizado em pleno centro da vida noturna de Montreal. Um prédio de arquitetura bem ousada, abrigando ainda um imenso restaurante freqüentado pela elite das artes, o Ex-Centris é sempre badalado.

L’HÔTEL OPUS – 10, rue Sherbrook Ouest – 514.843.6000
O mais moderno e “cool” da cidade, este hotel-butique mistura de forma perfeita o antigo e o novo design de luxo. As vistas de suas janelas são lindas e o serviço perfeito. Diárias a partir de USD 200.00.

REBORN – 231, rue Saint-Paul Ouest – 514.499.8549
Montreal é a cidade com mais butiques transadas do país. Conheça esta que oferece opções singulares e diferentes, dentro de uma elegância impressionante. A loja é unissex, tem modelos exclusivos e ainda marcas globais como Acme Jeans e Raf Simons – para quem tem estilo e não segue a moda massificada.

SURFACE JALOUSE – 2672, rue Notre-Dame Ouest – 514-303.6220
Gráficos de vinil para paredes sob medida para decoração. Com desenhos de catálogo ou feitos especialmente de acordo com o seu gosto, as opções são infinitas, inclusive para forrar tetos.
Em dois tempos aquele quarto sem graça fica novinho em folha!

JOE BEEF – 2491, rue Notre-Dame Ouest – 514.935.6504
Um restaurante que revive o antigo homônimo do século 19 onde a comida era sempre a sensação. A culinária francesa com toques canadenses está toda nos menus escritos a giz nos quadros negros das paredes, e os ingredientes bem frescos vêm do Marché Atwater, ao lado.
O ambiente é aconchegante e os próprios donos fazem as honras da casa, às vezes até tomando um drinque com você.

PULLMAN – 3424, ave. du Park – 514.288.7779
Um bar de vinhos que também serve tapas. Todos os garçons são “sommeliers” e dão ótimas sugestões. Para os mais versados e abonados, há muitos vinhos raros e difíceis de ser encontrados. A decoração que mistura tijolos expostos, banquetas de couro e lustres feitos de copos, taças e “flûtes”, o Pullman é uma ótima escolha para um começo ou fim de noite.

UPSTAIRS JAZZ BAR & GRILL – 1254, rue MacKay – 514.931.6808
Já considerado uma instituição entre os jazzófilos locais, agora nesse novo endereço, o clube vive lotado todas as noites de um povo que adora jazz clássico e de “avant-garde”. Durante o Festival de Jazz de Montreal, de 26 de junho a 6 de julho, o Upstairs monta uma filial na rue Sainte-Caterine.

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Outros restaurantes bem recomendados:

FAIRMOUNT BAGELS – 74, ave. Fairmount Ouest – 514.272.0667
LA BANQUISE – 994, rue Rachel Est – 514.525.2415
TOQUÉ! – 900, place Jean-Paul Riopelle – 514.499.2084
L’EXPRESS – 3927, rue Saint-Denis – 514.845.5333

Outros hotéis também recomendados:

L’HÔTEL LE ST-JAMES – 355, rue Saint-Jacques – 514.841.3111
Instalado no prédio de um antigo banco, sua clientela vai de estrelas do rock a milionários discretos. Diárias salgadas a partir de USD 520.00.

L’HÔTEL GAULT
– 449, rue Sainte-Hélène – 514.904.1616
Hospede-se num dos 30 quartos do tipo loft decorados em estilo industrial com cadeiras da Arne Jacobsen, e desfrute desse paraíso clean e moderno. Diárias a partir de USD 230.00.