terça-feira, 30 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
EARTHA KITT: ESQUENTANDO O INVERNO DE NEW YORK!
Morreu quinta-feira passada a cantora americana Eartha Kitt, com 81 anos. Grande sucesso internacional em disco, show, teatro musical, dança, cinema e TV (ela foi a Mulher-Gato durante muitos anos na primeira série do Batman ainda em preto e branco). Nesses últimos anos, apesar da idade e da doença implacável, continuava cantando com a sua voz rouca e seu eterno jeito sexy e sofisticado.
Li no New York Times que uma de suas últimas apresentações foi na reinauguração do Café Carlyle em 2007, e me lembrei de uma vez que a vi ao vivo nesse mesmo night-club, elegante e badalado. Apesar da pouca voz, Eartha sabia valorizar as letras das músicas, escolhidas a dedo e sempre contando histórias de amor, de amantes, de homens ricos, jóias de ouro, anéis de brilhantes e iates fabulosos!
Nessa noite em Nova York o frio estava de matar, pois era janeiro e tinha nevado bastante. Como reservamos o “dinner-show” e tínhamos que chegar antes das oito, saímos do nosso hotel às sete e meia para pegar um táxi, mas não conseguimos nenhum. Passavam muitos, mas todos cheios. Andamos até o Hilton na Sexta Avenida – onde havia sempre uma enorme fila de táxis – mas lá também não havia nenhum. Pedimos ao porteiro para chamar um por rádio, mas a espera era de 40 minutos!
Não sabíamos mais o que fazer, pois eu estava ficando congelado e Denise, minha mulher, mais ainda, pois apesar do pesado mantô, estava de vestido curto, meia de nylon e salto alto e já não sentia mais as pernas! Atravessamos a rua para voltar ao hotel quando ouvimos uma freada bem barulhenta seguida de duas buzinadas. Olhei para o lado e vi um carro enorme e caindo aos pedaços, parecendo uma lancha, com a parte de trás quase encostando ao chão! O pior carro bandalha que eu vi na minha vida!
O vidro da janela abriu e um negão de boina xadrez botou a cabeça para fora e perguntou: “Do you guys need a ride?” Eu fiquei um segundo sem conseguir responder, pois meu maxilar estava duro de frio, mas a Denise falou: “Eu não entro nesse carro! Esse cara vai nos levar para outro lugar, nos assaltar e nos matar!”
Eu virei para ela e falei: “Então você fica, porque eu vou. Prefiro ser morto num carro aquecido a morrer congelado na calçada”. Perguntei ao negão quanto seria a corrida e ele disse dez dólares, o mesmo que um táxi cobraria. Abri a porta e entrei. Denise meio hesitante acabou entrando atrás de mim. Caímos no banco de trás e afundamos até o chão do carro! As molas já tinham se desintegrado há anos. Mas o calorzinho do aquecimento da “lancha” nos reanimou.
Muito engraçado, gentil e falante, contando casos de pessoas famosas de Nova York que ele já transportara naquela charanga, e dirigindo com a maior atenção, o simpático motorista nos levou até a porta do chiquérrimo Hotel Carlyle sem fazer nenhum desvio. Chegamos lá exatamente ás oito horas. O mais engraçado foi a cara do porteiro do hotel, todo enfarpelado parecendo um general cheio de alamares dourados, abrindo a porta do carro e literalmente nos puxando para fora, pois não conseguíamos sair do banco afundado.
Entramos no café, pequeno e muito elegante (nós já tínhamos visto lá uma vez o Bob Short), sentamos e pedimos uma bebida urgente! Eu virei um copo de conhaque de uma vez só, enquanto Denise bebericava champanhe, ainda com as pernas congeladas. Pedimos o jantar e ficamos contentes porque nossa mesa era de pista, quase no palco.
Enquanto jantávamos vimos que dois funcionários estavam ajeitando os refletores de frente para o piano e o microfone. As luzes tinham um filtro de papel celofane rosa, a cor que mais favorece a pele feminina em cena. Um deles virou para o outro e perguntou: “Não vamos colocar nenhum refletor nas laterais?” O outro, com certeza bem antigo na profissão, respondeu: “Luz de lado? Você está maluco? Se Miss Kitt entrar em cena e vir luz de lado, que realça todas as rugas e defeitos da pele, ela mata você!”
Minutos depois o show começou e ela impressionou a todos com a sua presença. Apesar de estar na época com pelo menos 70 anos, a mulher tinha um corpo de garota, dentro de um vestido justíssimo de malha dourada, sem sutiã! Pegou o microfone e começou a ronronar – coisa que fazia desde o tempo da Mulher-Gato e que a tornou conhecida na época das discotecas – e atacou de “Where is my man”, seu maior sucesso da carreira, seguido de "I love men". A platéia delirava!
Valeu Miss Kitt, foi um ótimo show. Mas as pernas da Denise continuaram congeladas até voltarmos ao hotel...
Marcadores: bob short, eartha kitt, hotel carlyle, mulher-gato, new york
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
LUZES DE NATAL PELO MUNDO AFORA!
Nada mais bonito do que as iluminações de Natal das grandes cidades. Mesmo com a crise que se abateu pelo mundo, as luzes coloridas e os brilhantes efeitos trazem um pouco mais de esperança.
O céu de MadriO soldado de BarcelonaA imensa loja GUM de Moscou
A floresta acesa de MilãoBob Esponja em Frankfurt
O túnel luminoso de QuiotoAs luzes da torre de TóquioAs projeções coloridas na prefeitura de Berlim
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
CONCURSO DE NATAL EM TORONTO
A fiel leitora do blog Martha Lowell que mora na Trinity Street, em Toronto, no Canadá, enviou essas fotos de todas as casas da sua rua que estão concorrendo ao prêmio da melhor decoração de Natal. Vejam só a imaginação da turma da vizinhança.
Essa é a minha preferida: a casa de biscoito de gengibre!
Marcadores: canada, natal, toronto, trinity street
sábado, 13 de dezembro de 2008
DO FUNDO DO BAÚ!
Acapulco, julho de 1973
Um programa divertido que eu sempre fazia com os passageiros das excursões em Acapulco era o cruzeiro no Iate Fiesta, ao entardecer.
Durante uma hora e meia nós navegávamos pela baía passando por todas as praias para ver os hotéis e as casas maravilhosas.
O barco dava uma parada próximo da La Quebrada, onde os malucos mergulhavam do rochedo no mar, tudo ao som de muita música típica mexicana e muitas tequilas...
Para surpresa de todos, de repente o barco era invadido por piratas sanguinários que atacavam os passageiros com suas facas de borracha e enquanto cortavam as nossas gargantas um fotógrafo registrava a cena!
É claro que depois você morria em 10 dólares para comprar a foto de lembrança...
Marcadores: acapulco, do fundo do bau, iate fiesta, la quebrada, mexico, piratas
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
NATAL EM TURIM E LONDRES!
Começam a chegar fotos das iluminações de Natal enviadas por nossos fiéis leitores de várias partes do mundo! Olhe que desenhos originais nessas fotos das ruas de Turim, na Itália, enviadas pelo Giovanni Gargiullo:
Vejam só que bonitas essas que o Michael Norris nos mandou mostrando as principais ruas de Londres todas enfeitadas!
St. Christopher's PlaceRegent StreetOxford StreetBond Street
Marcadores: inglaterra, italia, londres, natal, turim
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
AH, PARIS!
Em qualquer época do ano, com sol, calor, frio ou neve, Paris é mesmo a cidade mais bonita do mundo! Acabei de passar dez dias lá e como sempre fiquei mais encantado ainda! Nem o frio de 5 graus nem uma nevezinha gelada conseguiu tirar o brilho da Cidade Luz!
O dia em que eu desembarquei depois de um ótimo vôo da TAM era exatamente o dia do lançamento do Beaujolais Nouveau, o vinho leve e gostoso da primeira vindima do ano. Todos os restaurantes da cidade ofereciam os “nouveaux” de suas marcas favoritas a preço de promoção, sempre em torno de 22 euros a garrafa, e é claro que nesses dez dias os vinhos de vários produtores foram por mim degustados em todas as refeições.
Para comemorar essa novidade as brasseries enfeitaram as vitrines com vários rótulos de vinhos ampliados anunciando “Le nouveau est arrivé!”, e alguns restaurantes tinham até cachos de uvas feitos com balões em seus toldos. Uma verdadeira festa!
Por falar em restaurantes, Paris é uma cidade onde você não precisa esquentar a cabeça na hora de comer. Qualquer café, bistrô ou brasserie oferece uma imensa variedade de pratos tradicionais e muitas novidades deliciosas. Dessa vez fui aos meus lugares favoritos de sempre (veja aqui outras dicas), mas também descobri novos e surpreendentes restaurantes:
“21” – 21, rue Mazarine – 01.46.33.76.90
Pequeno e muito confortável, pouquíssimo conhecido, só servindo peixes e frutos do mar, o lugar é bastante recomendado pelos conhecedores da gastronomia francesa. As coquilles St. Jacques (vieiras) e os raviólis de salmão são ótimos. Uma extensa e seleta carta de vinhos completa a degustação.
Aux Anysetiers du Roy – 61, rue Saint-Louis em l’Isle – 01.56.24.84.58
Na Ile St. Louis, apertadinho num prédio do século 17 com janelas e vitrôs tortos, mesinhas pequenas encostadas umas nas outras para aproveitar o exíguo espaço, este restaurante foi uma boa descoberta. O “boeuf bourgignon” e outros pratos tradicionais são servidos em pesadas panelas de ferro. Não deixe de ir ao banheiro para ver a autêntica e antiga pia de estanho.
L’Enfance de Lard – 21, rue Guisarde – 01.46.33.01.20
Outro bistrô mínimo num prédio antiquérrimo com paredes de pedra, sem turistas e bem familiar, onde os freqüentadores abraçam efusivamente o dono e os garçons. Comi haddock marinado com limão e folhas de espinafre, seguido de frango ao curry, excelentes. Bom e baratíssimo.
Chez Clément – 17 Blvd. des Capucines – 01.53.43.82.00
Todos os 13 restaurantes desta cadeia espalhados por Paris são muito simpáticos, com uma original decoração feita com talheres, panelas e os mais diversos utensílios de cozinha. Esse perto da Ópera eu não conhecia, e estava lotado na hora do almoço! Comi um coelho à caçadora e um “baba au rum” de sobremesa perfeitos!
Le Bonaparte – 42, rue Bonaparte – 01.43.26.42.81
Brasserie descontraída e simpática bem em frente á igreja de St.Germain. O bom é sentar perto das janelas para ver o movimento da praça. Salada de alface com queijo de cabra quente seguida de um salmão grelhado com legumes fez um almoço perfeito! E nada como um Sancerre branco geladinho para ajudar...
Pizza Chic – 13, rue Mézières – 01.45.48.30.38
Na esquina ao lado do nosso hotel, onde funcionou por muitos anos um escuro restaurante de culinária do Périgord, inaugurou há pouco uma clara e moderna pizzaria toda envidraçada, cheia de gente jovem dia e noite. Pizza de todos os tipos, massas e saladas. O maior badalo!
Um aviso: na hora do almoço a maioria dos restaurantes de Paris só deixa você entrar até às 14hs, pois fecham às 14:30hs. No jantar os horários são mais flexíveis. Se você estiver em St. Germain e esqueceu dessa hora do almoço, a salvação são os eternos Café de Flore e Deux Magots, além do excelente Café Armani. Os três abrem direto do meio-dia à meia-noite e servem de tudo, de sanduíches a pratos quentes.
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E os museus e exposições?
Fui ao Musée du Luxembourg ver "De Miró à Wharhol, la Collection Berardo à Paris" que entre muitas obras interessantes tem peças de Frank Stella e Joan Mitchel, dois dos meus artistas modernos favoritos.
Na Pinacotèque de Paris (que eu não conhecia), vi duas mostras paralelas:
"Jackson Pollock et le Chamanisme", com quadros bem diferentes do seus habituais respingos mostrando as práticas ancestrais de espíritos e rituais vodus, estranhíssimos!
E uma imperdível exposição do George Rouault, "Les chefs d'oeuvre de la Collection Idemitsu", a primeira em mais de 50 anos apresentando quadros nunca expostos antes. Muitos Cristos e figuras santas, espetacular.
No Louvre, incrivelmente cheio numa segunda-feira muito fria, além de visitar as galerias de esculturas e tesouros persas, vi a mostra comparativa "Picasso/Delacroix: Femmes d'Alger", que é uma das quatro exposições simultâneas sobre Picasso acontecendo na cidade. As outras estão no Grand Palais, no d'Orsay e no próprio Museu Picasso.
Passeando pelo museu...
Dezenas de japoneses percorrendo todas as galerias e sempre muito impressionados com os imensos quadros academicos, todos no maior silêncio para ouvir as explicações do guia.
No canto de um vasto salão um artista anônimo de palheta e cavalete recriando uma obra famosa... Não houve quem não o fotografasse.
O Louvre é o maior museu do mundo, e nem que você queira vai conseguir conhecê-lo todo de uma vez. Essa foi a minha décima visita... e eu não conheço nem a metade!
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Uma grande novidade para mim: o famoso Maxim’s, que agitava as noites dos séculos passados com muita classe, glamour e a maravilhosa decoração Art Deco, agora é um museu!
Comprado há muitos anos por Yves Saint-Laurent – um ávido colecionador de peças Art Deco – durante algum tempo ainda funcionou como restaurante, já abrigando os mais de 3 mil objetos da coleção em suas estantes e salões. Depois da morte do costureiro a fundação YSL transformou a casa em museu, com visitas guiadas por todos os andares do espetacular prédio.
No grande atrium interno com teto de vidro estão expostos desenhos e aquarelas de Toulouse Lautrec, retratando cenas de circo. Imperdível.
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E as compras?
Por conta do Natal que se aproxima e da crise econômica que apesar de instalada não está ainda dando os ares de sua graça, todos os grandes magazines estão super enfeitados e cheios de pessoas com muitas sacolas!
No Le Bon Marché milhares de bolas prateadas de todos os tamanhos pendem do teto iluminadas por refletores de cor âmbar, dando um ar festivo antigo e moderno ao mesmo tempo.
Nas Galleries Lafayette a maior árvore interna que eu já vi na vida chega a tocar o vitrô do teto, cheia de enfeites e bolas em tons de fúcsia, vermelho e laranja, deixando o público extasiado.
Pelas ruas da cidade as árvores estão este ano iluminadas por milhões de lâmpadas azuis, dando um ar solene e tranquilo. Em toda a extensão da Avenida do Champs-Élysées além das luzes azuis estão instaladas no meio das árvores um tipo de lâmpada comprida que parece ter gotas iluminadas pingando por dentro sem parar, sensacional!
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Você tem a opção de jantar + show + meia garrafa de champanhe a partir de 140 euros por pessoa, ou só show + champanhe por 90. Nos dois casos reserve com bastante antecedência porque o lugar fica lotado todas as noites!
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Onde se hospedar?
Mais uma vez fiquei no charmoso Hotel de l'Abbaye, no número 10 da rue Cassette, onde, ao entrar no quarto, no lugar da tradicional cesta de frutas estava uma garrafa do Beaujolais Nouveau - a primeira das muitas que se sucederam nessa viagem.
Uma antiga abadia do século 16 toda reformada e decorada com o maior bom gosto, tem atrás um pátio com uma pequena fonte e os muros cobertos de era muito verde. A folha de era aliás, é o símbolo do hotel. Agora com 4 estrelas, o hotel tem diárias a partir de 256 euros.
E entre uma programação e outra, nada melhor que sentar no Café de Flore, pedir "un verre" e ficar curtindo as qualidades e peculiaridades da cidade mais bonita do mundo!
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Você já viu uma mudança em Paris?
É claro que é bem diferente das mudanças no Rio de Janeiro: nada de homens fortões carregando sofás, poltronas e geladeiras suando pelas escadarias de serviço ou tentando enfiar a tralha toda nos nossos pequenos elevadores sociais. E muito menos móveis amarrados por cordas sendo puxados pela fachada dos edifícios.
Lá são utilizados os monte-meubles, caminhões que têm uma espécie de torre magirus com uma plataforma na ponta superior e que vão junto com o caminhão da mudança. Nessa plataforma são colocados os móveis da sala, por exemplo, e a plataforma vai subindo até chegar na janela da sala, por onde os móveis entram fàcilmente. Sensacional!
Os móveis do quarto sobem em seguida e entram pela janela do quarto, e assim por diante!
Em pouco tempo a mudança está feita e a confusão é mínima!