Em qualquer época do ano, com sol, calor, frio ou neve, Paris é mesmo a cidade mais bonita do mundo! Acabei de passar dez dias lá e como sempre fiquei mais encantado ainda! Nem o frio de 5 graus nem uma nevezinha gelada conseguiu tirar o brilho da Cidade Luz!
O dia em que eu desembarquei depois de um ótimo vôo da TAM era exatamente o dia do lançamento do Beaujolais Nouveau, o vinho leve e gostoso da primeira vindima do ano. Todos os restaurantes da cidade ofereciam os “nouveaux” de suas marcas favoritas a preço de promoção, sempre em torno de 22 euros a garrafa, e é claro que nesses dez dias os vinhos de vários produtores foram por mim degustados em todas as refeições.
Para comemorar essa novidade as brasseries enfeitaram as vitrines com vários rótulos de vinhos ampliados anunciando “Le nouveau est arrivé!”, e alguns restaurantes tinham até cachos de uvas feitos com balões em seus toldos. Uma verdadeira festa!
Por falar em restaurantes, Paris é uma cidade onde você não precisa esquentar a cabeça na hora de comer. Qualquer café, bistrô ou brasserie oferece uma imensa variedade de pratos tradicionais e muitas novidades deliciosas. Dessa vez fui aos meus lugares favoritos de sempre (veja aqui outras dicas), mas também descobri novos e surpreendentes restaurantes:
“21” – 21, rue Mazarine – 01.46.33.76.90
Pequeno e muito confortável, pouquíssimo conhecido, só servindo peixes e frutos do mar, o lugar é bastante recomendado pelos conhecedores da gastronomia francesa. As coquilles St. Jacques (vieiras) e os raviólis de salmão são ótimos. Uma extensa e seleta carta de vinhos completa a degustação.
Aux Anysetiers du Roy – 61, rue Saint-Louis em l’Isle – 01.56.24.84.58
Na Ile St. Louis, apertadinho num prédio do século 17 com janelas e vitrôs tortos, mesinhas pequenas encostadas umas nas outras para aproveitar o exíguo espaço, este restaurante foi uma boa descoberta. O “boeuf bourgignon” e outros pratos tradicionais são servidos em pesadas panelas de ferro. Não deixe de ir ao banheiro para ver a autêntica e antiga pia de estanho.
L’Enfance de Lard – 21, rue Guisarde – 01.46.33.01.20
Outro bistrô mínimo num prédio antiquérrimo com paredes de pedra, sem turistas e bem familiar, onde os freqüentadores abraçam efusivamente o dono e os garçons. Comi haddock marinado com limão e folhas de espinafre, seguido de frango ao curry, excelentes. Bom e baratíssimo.
Chez Clément – 17 Blvd. des Capucines – 01.53.43.82.00
Todos os 13 restaurantes desta cadeia espalhados por Paris são muito simpáticos, com uma original decoração feita com talheres, panelas e os mais diversos utensílios de cozinha. Esse perto da Ópera eu não conhecia, e estava lotado na hora do almoço! Comi um coelho à caçadora e um “baba au rum” de sobremesa perfeitos!
Le Bonaparte – 42, rue Bonaparte – 01.43.26.42.81
Brasserie descontraída e simpática bem em frente á igreja de St.Germain. O bom é sentar perto das janelas para ver o movimento da praça. Salada de alface com queijo de cabra quente seguida de um salmão grelhado com legumes fez um almoço perfeito! E nada como um Sancerre branco geladinho para ajudar...
Pizza Chic – 13, rue Mézières – 01.45.48.30.38
Na esquina ao lado do nosso hotel, onde funcionou por muitos anos um escuro restaurante de culinária do Périgord, inaugurou há pouco uma clara e moderna pizzaria toda envidraçada, cheia de gente jovem dia e noite. Pizza de todos os tipos, massas e saladas. O maior badalo!
Um aviso: na hora do almoço a maioria dos restaurantes de Paris só deixa você entrar até às 14hs, pois fecham às 14:30hs. No jantar os horários são mais flexíveis. Se você estiver em St. Germain e esqueceu dessa hora do almoço, a salvação são os eternos Café de Flore e Deux Magots, além do excelente Café Armani. Os três abrem direto do meio-dia à meia-noite e servem de tudo, de sanduíches a pratos quentes.
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E os museus e exposições?
Fui ao Musée du Luxembourg ver "De Miró à Wharhol, la Collection Berardo à Paris" que entre muitas obras interessantes tem peças de Frank Stella e Joan Mitchel, dois dos meus artistas modernos favoritos.
Na Pinacotèque de Paris (que eu não conhecia), vi duas mostras paralelas:
"Jackson Pollock et le Chamanisme", com quadros bem diferentes do seus habituais respingos mostrando as práticas ancestrais de espíritos e rituais vodus, estranhíssimos!
E uma imperdível exposição do George Rouault, "Les chefs d'oeuvre de la Collection Idemitsu", a primeira em mais de 50 anos apresentando quadros nunca expostos antes. Muitos Cristos e figuras santas, espetacular.
No Louvre, incrivelmente cheio numa segunda-feira muito fria, além de visitar as galerias de esculturas e tesouros persas, vi a mostra comparativa "Picasso/Delacroix: Femmes d'Alger", que é uma das quatro exposições simultâneas sobre Picasso acontecendo na cidade. As outras estão no Grand Palais, no d'Orsay e no próprio Museu Picasso.
Passeando pelo museu...
Dezenas de japoneses percorrendo todas as galerias e sempre muito impressionados com os imensos quadros academicos, todos no maior silêncio para ouvir as explicações do guia.
No canto de um vasto salão um artista anônimo de palheta e cavalete recriando uma obra famosa... Não houve quem não o fotografasse.
O Louvre é o maior museu do mundo, e nem que você queira vai conseguir conhecê-lo todo de uma vez. Essa foi a minha décima visita... e eu não conheço nem a metade!
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Uma grande novidade para mim: o famoso Maxim’s, que agitava as noites dos séculos passados com muita classe, glamour e a maravilhosa decoração Art Deco, agora é um museu!
Comprado há muitos anos por Yves Saint-Laurent – um ávido colecionador de peças Art Deco – durante algum tempo ainda funcionou como restaurante, já abrigando os mais de 3 mil objetos da coleção em suas estantes e salões. Depois da morte do costureiro a fundação YSL transformou a casa em museu, com visitas guiadas por todos os andares do espetacular prédio.
No grande atrium interno com teto de vidro estão expostos desenhos e aquarelas de Toulouse Lautrec, retratando cenas de circo. Imperdível.
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E as compras?
Por conta do Natal que se aproxima e da crise econômica que apesar de instalada não está ainda dando os ares de sua graça, todos os grandes magazines estão super enfeitados e cheios de pessoas com muitas sacolas!
No Le Bon Marché milhares de bolas prateadas de todos os tamanhos pendem do teto iluminadas por refletores de cor âmbar, dando um ar festivo antigo e moderno ao mesmo tempo.
Nas Galleries Lafayette a maior árvore interna que eu já vi na vida chega a tocar o vitrô do teto, cheia de enfeites e bolas em tons de fúcsia, vermelho e laranja, deixando o público extasiado.
Pelas ruas da cidade as árvores estão este ano iluminadas por milhões de lâmpadas azuis, dando um ar solene e tranquilo. Em toda a extensão da Avenida do Champs-Élysées além das luzes azuis estão instaladas no meio das árvores um tipo de lâmpada comprida que parece ter gotas iluminadas pingando por dentro sem parar, sensacional!
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Você tem a opção de jantar + show + meia garrafa de champanhe a partir de 140 euros por pessoa, ou só show + champanhe por 90. Nos dois casos reserve com bastante antecedência porque o lugar fica lotado todas as noites!
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Onde se hospedar?
Mais uma vez fiquei no charmoso Hotel de l'Abbaye, no número 10 da rue Cassette, onde, ao entrar no quarto, no lugar da tradicional cesta de frutas estava uma garrafa do Beaujolais Nouveau - a primeira das muitas que se sucederam nessa viagem.
Uma antiga abadia do século 16 toda reformada e decorada com o maior bom gosto, tem atrás um pátio com uma pequena fonte e os muros cobertos de era muito verde. A folha de era aliás, é o símbolo do hotel. Agora com 4 estrelas, o hotel tem diárias a partir de 256 euros.
E entre uma programação e outra, nada melhor que sentar no Café de Flore, pedir "un verre" e ficar curtindo as qualidades e peculiaridades da cidade mais bonita do mundo!
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Você já viu uma mudança em Paris?
É claro que é bem diferente das mudanças no Rio de Janeiro: nada de homens fortões carregando sofás, poltronas e geladeiras suando pelas escadarias de serviço ou tentando enfiar a tralha toda nos nossos pequenos elevadores sociais. E muito menos móveis amarrados por cordas sendo puxados pela fachada dos edifícios.
Lá são utilizados os monte-meubles, caminhões que têm uma espécie de torre magirus com uma plataforma na ponta superior e que vão junto com o caminhão da mudança. Nessa plataforma são colocados os móveis da sala, por exemplo, e a plataforma vai subindo até chegar na janela da sala, por onde os móveis entram fàcilmente. Sensacional!
Os móveis do quarto sobem em seguida e entram pela janela do quarto, e assim por diante!
Em pouco tempo a mudança está feita e a confusão é mínima!
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