sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PASSEANDO PELO EGITO

Minha amiga Maria Inês acabou de chegar de uma intensa viagem ao Egito e trouxe várias dicas e informações bem atualizadas. Anote no seu caderninho de viagens e use-as quando você for para lá.

Segundo ela, a melhor época para se visitar o Egito é no inverno, quando as temperaturas são mais amenas, pois no verão o calor é de lascar!

No Cairo, a maior cidade da África, você só consegue descobrir os mistérios da antiguidade e entender o povo e seus diferentes costumes passeando a pé.

Percorrendo as grandes avenidas modernas e entrando pelas ruelas estreitas cheias de camelôs é que você vê de perto mesquitas, igrejas católicas cópticas (as primeiras construídas no mundo), prédios árabes, a cidade-palácio do século 10, a cidadela de Saladin, os minaretes da mesquita de Hassan do século 13 e muitos outras construções históricas.

Não deixe de visitar a Mesquita Mohamed Ali, apelidada Mesquita de Alabastro pelo acabamento externo nessa pedra clara, a Mesquita Azul, assim chamada por seus mosaicos azul e turquesa, e a Mesquita de Ahmad Ibn Tulun, feita em homenagem ao poderoso governante do século nove, de onde se tem a melhor vista da cidade.

Evite um pouco as multidões navegando de feluca, o tradicional barco à vela do rio Nilo, e passeie pelos canais da cidade. No hotel Four Seasons você pode fazer esse passeio com muito luxo, comida, bebida e música ao vivo, ao entardecer. É ótimo.

É bom prestar atenção às suas roupas, pois nas ruas os egípcios se cobrem da cabeça aos pés e gostam de ver os visitantes bem vestidos. Nas mesquitas anda-se descalço. Se você for à ópera ou a algum jantar especial, terno e gravata são obrigatórios para os homens.

Onde se hospedar:

São muitas as opções de hospedagem na cidade, mas um dos melhores hotéis do Cairo é o Mena House Oberoi, com a impressionante vista da Grande Pirâmide. É caro mas vale cada centavo pago. Quartos a partir de USD 260.00 e suites a partir de USD 760,00.

Com diárias mais baratas, o Talisman - Hotel de Charme é um hotel butique bem no centro da cidade que só tem 24 quartos, cada um decorado de uma forma diferente, e que oferece um serviço impecável. Diárias a partir de USD 200,00.

As visitas obrigatórias:


O Cairo Medieval, próximo do centro, com as ruas estreitas e os altos minaretes construídos no período Fatimid, é o centro da cultura e do comércio tradicional. Não deixe de conhecer a mesquita Al-Azhar, com mais de mil anos.

A Ópera do Cairo, com três auditórios, um museu e uma biblioteca especializada em artes, o Museu de Arte Moderna Egípcia, com um grande acervo bem representativo da cultura local, e o famoso Museu Egípcio, repleto de obras de arte, sarcófagos, jóias, peças históricas e o impressionante tesouro de Tutancâmon.

As três pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos, construídas há mais de 4.500 anos, e a Esfinge, claro, que são os símbolos turísticos mais identificados com o Egito.

O Museu dos Papiros, além de Memphis e Sakkara.

Uma ótima sugestão é voar até Luxor e fazer um cruzeiro de sete dias pelo rio Nilo, visitando a cada dia um lugar diferente. Antes de embarcar visite o Museu de Luxor, espetacular e o Templo de Luxor, construído por Amenophis III e Ramsés II em 1450 A.C.

Na margem leste fica o templo de Karnak, o maior de todos, em frente ao lago sagrado, construído em 2000 A.C. em homenagem ao deus Amon-Rá, formado por 22 prédios e templos. Todas as noites há um espetáculo de luz e som impressionante.



O Vale dos Reis, onde estão localizadas todas as tumbas da moderna dinastia (1550 - 830 A.C.) e a tumba de Tutancâmon, descoberta pelo egiptólogo inglês Howard Carter.



O Templo funeral da Rainha Hatshepsut, cavado na montanha em 1450 A.C., construção única e impressionante, próximo ao Colosso de Memnona e as duas estátuas do Rei Amenophis.

O templo do deus Hórus, construído no período entre 237 e 57 A.C. é considerado o mais perfeito templo da Antiga Civilização Egípcia.

Em Kom Ombo, visitar o templo em homenagem aos deuses Sobek e Haeroris.

Em Aswan, os templos de Abu Simbel, Mausoléu de Agha Khan, templo de Filae e o Obelisco Inacabado

O que comprar e onde:

O Cairo é o centro do mundo árabe e o bom comércio fica concentrado em Heliópolis, onde estão as novas e elegantes butiques da Rua Horreya, próxima a El Mirghany.

Al-Khatoun - 3 Mohammed Abdo St. - Tel: 20 2 514 7164
Do outro lado da esquina da Mesquita Al-Azhar, depois da Rua Midan El-Hussein, Al Khatoun é uma cooperativa de artistas ocupando uma antiga casa de tinturas totalmente restaurada. Procure as fazendas estampadas com caligrafia islâmica, antigos posters de cinema, as jóias de esmalte e prata da artista Suzanne El-Masri; e muitos objetos de casa de madeira pintada, metal martelado, alabastro egípcio e papier-mâché. Durante o Ramadan, quando os egípcios fazem o seu jejum anual, a galeria apresenta shows musicais noturnos.

Diwan 159 - 26th of July St., Zamalek - Tel: 20 2 736 2598
Estrangeiros e locais freqüentam esta livraria em busca dos best-sellers de língua inglesa, traduções de novelas e livros sobre política, arte e culinária. O café dentro da loja serve cappuccino e bolo de cenoura, além de chá de menta e pão recheado com queijo e zatar, o apimentado tempero egípcio. É aqui que todos acham guias de viagens e bonitos livros de arte islâmica ou sobre os faraós e ainda CDs e DVDs do mundo árabe e internacionais.

Khan Misr Touloun - Ibn Tulun St. - Tel: 20 2 365 2227
Essa enorme loja bem em frente à Mesquita Ibn Tulun é a melhor para se comprar artesanato egípcio e dos oásis, como pratos de madeira esculpida de Luxor, objetos e jarras de vidro do Cairo Islâmico, panos bordados do oásis Siwa, cerâmica do oásis Fayoum e bijuterias douradas dos camponeses. Essa loja, que é administrada por franceses, vende ótimos mapas, livros de viagens do século 19 e muitas publicações interessantes e originais.

Nagada - 3 Refa'a St. - Tel: 20 2 2748 6663
Situada numa vila dos anos 30 no bairro de Dokki, Nagada ajuda muito com um problema sério: como se manter fresco no auge do calor. A dupla libanesa Sylva Nasrallah e Michel Pastore transforma os tecidos rústicos – inclusive uma fazenda pregueada igual às do Issey Myake – em saias e blusas bem modernas. A linha unissex é inspirada nos djellabas, o tradicional e largo camisolão egípcio. Calças de linho no estilo gaúcho também fazem o maior sucesso. A maior vantagem dessas roupas é a leveza, não pesando nada nas malas.

Mercado Khan El-Khahili
O maior “souk” do Cairo desde o século 14, este bazar se espalha por todas as ruas ao redor da Praça Midan El-Hussein, em cuja mesquita acredita-se estar a cabeça de Hussein, o neto do Profeta, considerada o lugar mais sagrados da cidade. Apesar de oferecer muita quinquilharia para turistas “made in China”, o Khan tem diferentes setores para a venda de ouro, especiarias e temperos, prata, tecidos, objetos de cozinha e até cachimbos de narquilé.

Mesmo que você não queira comprar nada, vale à pena visitar um “souk” pelo microcosmo que abrange os cheiros dos temperos, os sons dos artesãos martelando metal e pela variedade infinita de produtos árabes, inclusive perfumes e incensos usados até hoje pelos fiéis egípcios para se purificar antes das rezas. Siga além do Midan El-Hussein antes de comprar, pois as mercadorias vão se tornando menos turísticas e os vendedores menos insistentes à medida que você vai se afastando da confusão.

Onde comer e se divertir à noite:

Deyafa - 157 26th July Street, Zamalek (20 2749-7326)
Decorado como um cenário das mil e uma noites, este restaurante serve comida egípcia regional. Prove o prato nacional, molokheya, um ensopado de coelho ou frango com alho e cebolas.

Absolute - Casino El Shagara, Corniche El Nil (20 2579-6511)
Dos mesmos donos do Tabasco e Abou El Sid, esse chique restaurante atrai os jovens ricos do Egito.

Buddha Bar & Lounge - 3 El Thawra Council Street, Zamalek (20 2273-3737)
Um dos melhores clubes noturnos: vá pela comida, pela música ambiente e pelos ótimos coquetéis.



Cafe Riche - 17 Shar'a Talaat Harb Street (20 2392-9793)
Fundado em 1908, essa instituição do Cairo era o antigo ponto de encontro da comunidade literária e artística da cidade. Reabriu em 2000 totalmente restaurado em sua antiga glória com paredes forradas de madeira e grandes janelas. Por uma escada em espiral você desce ao enorme bar subterrâneo.

Cairo Jazz Club - 197 26th July Street (20 23345-9939)
Boate, restaurante e bar, o clube tem música ao vivo e vive cheio, portanto não se esqueça de fazer uma reserva. Só entra casal.

La Bodega - 157 26th of July Street, Zamalek (20 2340-0543)
Elegante bistrô e lounge decorado com antiguidades orientais. Cardápio mediterrâneo e um dos lugares da moda.

Le Tabasco -8 Amman Square, Mohandesseen (20 2336-5583)
Outro clube noturno muito popular que vive lotado de jovens. Decoração moderna e colorida.

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Conhecendo um oásis de verdade

Quando alguém pensa em oasis, imagina um lugar bem especial onde você pode esquecer os problemas do dia a dia e relaxar, descansar e se renovar.

Os oásis do Egito são verdadeiros refúgios do mundo moderno no majestoso cenário do deserto, rodeados pela areia e pelo céu, dando a impressão de que o tempo parou.
Homem e natureza coexistem lá desde a Idade da Pedra, e você poderá aproveitar a tranqüilidade da vida dos beduínos dormindo em tendas sob as estrelas. Quer coisa melhor?

Se você tiver mais tempo, passe uns dias em Siwa, um oásis localizado a 650 km a oeste do Cairo, na região de Mersa Matrouh, numa depressão de cerca de dezoito metros abaixo do nível do mar, no meio do imenso deserto, e cuja história inclui uma visita que Alexandre o Grande fez para consultar o oráculo de Amun no ano 331 AC.

Siwa é rodeado por todos os lados dos mais diversos panoramas: ao norte por montanhas de pedra escarpadas e ao sul pelo imenso deserto cheio de dunas móveis. A leste o deserto rochoso se estende até a depressão de Qattara, perto de El-Alamein, e a oeste até a fronteira com a Líbia.

A largura do oásis varia entre 5 e 27 km, e a área total da depressão é de 1088 km². Nessa grande área há outras cinco depressões mais fundas, com lagos e fontes, o que torna o local bem atraente para todos os visitantes, sem falar no seu clima ameno o ano todo, sempre com muito sol. A última pancada de chuva foi há 50 anos!

Os siwans tem cultura e costumes próprios e falam a língua berbere Wiwi, e não a árabe. A maioria das mulheres ainda cobre o rosto, usa roupas tradicionais e jóias de prata iguais às expostas no museu Traditional Siwan House, no centro da cidade. Siwa é um dos melhores lugares do Egito para comprar jóias, tapetes, cestaria, tecidos de algodão e turbantes decorados com moedas antigas.

O vilarejo original Aghurmi transformou-se em Shali em 1203, quando surgiu a comunidade que construiu a alta fortaleza de argila salgada no meio aos bosques de palmeiras e oliveiras com muitas fontes e lagoas de água doce e grandes lagos salgados.

A moderna Siwa cresceu à volta das ruínas da antiga Shali, dentro dos jardins murados. Visita-se as ruínas da velha cidade e lá de cima vê-se todo o oásis. Há também vários lugares para banhos, túmulos da 26ª dinastia com murais e inscrições em Jebel al-Mawta, a montanha dos mortos, o Oráculo de Amun, e um templo construído no ano 550 AC.

Perto do Oráculo está a famosa piscina de Cleópatra, um tanque muito fundo de água gasosa, ótimo para se banhar. Outro local favorito para banho é a ilha Fatnis, no lago salgado Birket Siwa, cheia de palmeiras.

Lá o azeite de oliva ainda é feito pelo antigo método de se espremer em moinhos de pedra as azeitonas das setenta mil oliveiras da região. Da mesma forma que as tâmaras, que ainda são colhidas pelos "zagallas" (catadores), homens que são obrigados a manter o celibato até os quarenta anos e que cuidam das mais de trezentas mil tamareiras plantadas ao longo da antiga rota das caravanas. Todo mês de outubro acontece um festival de três dias para celebrar a colheita das azeitonas e tâmaras.

Até recentemente ninguém visitava essa área, daí as tradições terem se mantido tão fortes. Na verdade, só depois das batalhas ocorridas no oásis durante a Segunda Grande Guerra é que a região passou a ser mais conhecida. Por esse motivo Siwa permaneceu uma comunidade berbere durante os primeiros treze séculos.

Onde ficar?

Há vários hotéis lá de todos os preços, mas uma boa opção é ficar no Siwa Inn, com quartos decorados no mais puro estilo local, mas sempre com ar condicionado e banheiro completo. O restaurante só serve comida feita com produtos orgânicos plantados na horta do próprio hotel e uma deliciosa piscina ajuda a refrescar nos meses mais quentes.

Aproveite para fazer um safári no deserto, indo de camelo ou em jipões, e durma em meio às dunas sob a luz da lua e das estrelas, aquecido pelas fogueiras onde o jantar foi feito momentos antes, e embalado pela suave música siwan.
Acorde e tome o café da manhã apreciando o maravilhoso nascer do sol do deserto. Relaxe em Bir Wahed, uma impressionante fonte quente e depois refresque-se em outra lagoa de água doce e fria.
E mais uma vez volte ao passado visitando antigos túmulos romanos e descubrindo ruínas dos tempos dos Faraós...

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