sexta-feira, 26 de outubro de 2007

PASSEANDO POR BRUXELAS

A Bélgica tem várias pequenas cidades cheias de atrativos culturais e turísticos, além, é claro, do melhor chocolate do planeta, das famosas cervejas, das finas rendas e dos três quartos dos diamantes do mundo que são lapidados e vendidos lá. Apesar das quatro principais estarem muito perto umas das outras, elas são bem diferentes: Ghent é uma cidade universitária histórica, Bruges é a cidade medieval melhor preservada da Europa, Antuérpia um grande centro industrial e Bruxelas a mais famosa.

Ao viajar para Bruxelas, não deixe de visitar:

A praça principal, a Grand Place, onde fica a Prefeitura construída no século 15 e onde hoje está também o centro de turismo. A Casa do Rei, um palácio medieval que abriga o Museu da Cidade, que além da preservação da história belga tem uma grande atração à parte: as 650 roupas do famoso Manequinho, ou Manneken-Pis, a pequena estátua de bronze de um menino fazendo pipi que virou o símbolo da cidade desde o século 18. Não deixe de tirar uma foto no chafariz na esquina da Rue du Chêne com Rue de l’Étuve.

Le Renard e Le Cornet, dois lindos prédios construídos no século 15 com detalhes arquitetônicos únicos. A Maison des Ducs de Brabant, um conjunto de sete prédios onde, no número 13, fica o Museu do Cacau e do Chocolate, a des Brasseurs com o museu da cerveja e a des Boulangers, a sede do sindicato dos panificadores. E o prédio nº. 9 construído em 1720, com o café outrora freqüentado por Karl Marx e seus seguidores. Para descansar e apreciar a beleza desses prédios, vá ao bar-restaurante Le Roy d’Espagne ou ao La Chaloupe d’Or e tome uma cerveja.

Ali perto fica uma das primeiras galerias de lojas da Europa, a Galeries Royales de Saint-Hubert, construída em 1847 e a Igreja de Saint-Nicholas – o nosso velho conhecido Papai Noel – que era o patrono dos mercadores desde o século 14. O Museu da Vestimenta e da Renda é pequenino mas surpreendente, e a Igreja de Notre-Dame de Bon Secours com seu imenso coro em forma hexagonal subindo em direção ao domo é maravilhosa. Para provar os melhores biscoitos da cidade não deixe de conhecer a Biscuiterie Dandoy, e delicie-se com os ‘waffles”, ‘speculoos’ e os ‘sablés”, humm....

Os Museus Reais de Belas Artes merecem uma tarde inteira, pois são duas partes distintas: o Museu de Arte Antiga, com obras dos séculos 15 ao 18, e o Museu de Arte Moderna, abrangendo os séculos 19 e 20. O acervo reúne quadros e esculturas dos mais conhecidos artistas plásticos. Os belgas famosos têm salas especiais: Pieter Paul Rubens, René Magritte, van Dick, van Eick, Pieter Brueghel e outros.

Se você gosta de música, o Museu dos Instrumentos Musicais, ou o MIM, é a pedida certa, com uma incrível coleção de mais de 6.000 instrumentos antigos e modernos. No último andar funciona um café que tem uma das vistas mais bonitas da cidade. Também vale uma visita ao Museu Horta, em homenagem ao arquiteto Victor Horta que criou um estilo diferente mais tarde conhecido por Art Nouveau abrangendo arquitetura, objetos, cerâmicas, murais e móveis.

Para a garotada (e adultos também) o Centre Belge de la Bande Dessinée (história em quadrinhos) é muito interessante e divertido, sendo a maior atração os desenhos do Tintin, o menino-repórter belga mais conhecido do mundo e seu cachorro Snowy, criados por Hergé em 1929! Suas historinhas foram traduzidas para mais de 40 línguas e já foram vendidos mais de 140 milhões de livros. Lá você vê como os quadrinhos são feitos e como se transformaram em desenhos animados. A lojinha do museu tem coisas fantásticas e divertidas.

Também muito interesante é a visita ao Atomium, um modelo gigante de metal de uma molécula que foi construído para a Expo de 1958 e que até hoje faz sucesso pela inusitada forma.

Falando nisso, e as compras?

Os chocolates belgas são mesmo os melhores do mundo porque em primeiro lugar o cacau é de alta qualidade e em segundo porque a quantidade da manteiga de cacau utilizada em sua fabricação é proporcionalmente superior a todos os outros chocolates. E o resultado é fantástico! Em qualquer loja você encontra chocolates da Godiva, Leonidas, Neuhaus, Corné Toison d’Or, Pierre Marcolini e a Mary, todos maravilhosos!

As cervejas são também insuperáveis, sendo as mais conhecidas a Stella Artois e a Júpiter. Das quase 3.200 fábricas de cerveja que existiam na Bélgica em 1900 hoje só funcionam 100, mas produzindo uma variedade impressionante. Para provar algumas delas vá ao A la Mort Subite, o mais famoso café-bar da cidade que tem até uma cerveja com o próprio nome, ou ao Chez Moeder Lambic, que serve 450 tipos diferentes de cerveja.

As rendas belgas continuam a ser as melhores que existem, e nem as máquinas modernas conseguiram superar a qualidade das artesanais. Mas para comprar a renda verdadeira vá às lojas mais conhecidas, peça o selo de autenticidade e prepare-se para pagar caro. Da mesma forma que ao comprar diamantes: peça sempre o certificado do Hoge Raad voor Diamant, tanto para as jóias caras como para as pechinchas...

Você sabia que as batatas fritas foram inventadas na Bélgica? E sabe por que elas são as melhores do mundo? Simplesmente porque são fritas duas vezes para ficar queimadinhas e crocantes! Onde você for comer, peça batatas como prato principal ou como acompanhamento: você não vai se arrepender! E elas ficam perfeitas acompanhando o Carbonnades Flamandes – um maravilhoso ensopado de carne cozido em cerveja!


Restaurantes que eu recomendo:

Comme Chez Soi (Place Rouppe 23 – 02 512 29 21) – O melhor de todos, com 3 estrelas do Michelin, comida inacreditável. Reservar com semanas de antecedência. Caro, mas inesquecível!

Chez Marius em Provence (Place du Petit Sablon 1 – 02 511 12 08) – Instalado numa casa do século 17, especializado em frutos do mar.

Le Bermuchet (Rue Haute 198) – Comida francesa à luz de velas no meio da região dos antiquários. Bom, gostoso e barato.

Um hotel bom, bonito e caro: Metrópole (Place de Brouckère 31 – 02 217 23 00) pertinho da Grand Place, em estilo ‘belle époque’.

Outro mais barato: Comfort Art Hotel Siru (Place Rogier 1 – 02 203 35 80) – Cada um dos 100 quartos foi decorado por um artista belga, com algumas surpresas bem agradáveis. Pertinho da Gare du Nord e do centro da cidade.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

VOANDO PELOS CAMPOS DA ESCÓCIA!

A primeira viagem internacional que eu fiz na vida foi para a Escócia! Eu estava na Puc cursando o segundo ano de Jornalismo quando o professor de telejornalismo foi contatado pelo British Council para indicar um aluno que falasse inglês e que quisesse passar os próximos oito meses em Glasgow, no Thompson Foundation Television College, uma escola superior que só aceitava bolsistas de países subdesenvolvidos, como o Brasil, para se especializar em jornalismo televisivo.

Fui conversar com o cônsul e no dia seguinte ele me ligou dando a boa notícia de que eu teria que embarcar em menos de um mês! A passagem era por minha conta, mas lá tudo estava incluído: acomodações, transporte, todas as refeições, o curso, o material didático, passeios nos fins de semana e ainda uma boa ajuda de custos semanal de 15 libras!

Tranquei a matrícula, dei uma boa cantada nos meus pais que compraram uma passagem baratinha pela Aerolineas Argentinas via Madrid e lá fui eu sozinho na minha primeira aventura internacional! O vôo saiu do Rio à noite e com os atrasos, esperas e fuso horário cheguei ao aeroporto de Glasgow na noite escura do dia seguinte!

Quando peguei um táxi e o motorista falou comigo não entendi absolutamente nada! Que língua era aquela que o cara falava? Inglês não podia ser, pois eu sabia falar inglês. Mostrei o papel com o endereço e quando ele leu em voz alta é que eu percebi que os escocêses falam com um sotaque muito carregado, puxando nos “erres”, meio gutural e cantado, parecendo alemão.

Tive que fazer um esforço danado para tentar entender aquela língua estranhíssima. Na escuridão total o motorista dirigia pela esquerda que nem um alucinado e só os faróis iluminavam a estrada, pois não havia postes ou sinal algum de casas iluminadas. Nem sei como ele achou o nosso destino. Levei um susto, pois era uma enorme mansão, quase um castelo de pedra, com cara de mal assombrada, no meio do nada, sem nenhuma outra casa por perto, nenhuma luz à distância.

Ao bater na grande porta de madeira outra surpresa: uma empregada muito bonitinha, mas falando outro tipo de inglês que eu também não conseguia decifrar: agora era uma mistura de “cockney” brabo com o tal som meio alemão! E ela falava e falava e eu não entendia nada! Cansado, morto de sono e completamente confuso com tudo, resolvi seguir a moça por um corredor e acabei chegando ao que seria o meu quarto. Entrei, tirei a roupa, caí na cama e apaguei, não sem antes pensar bem arrependido: o que foi que eu vim fazer aqui?

No dia seguinte, um domingo, acordei e a primeira coisa que fiz foi olhar pela janela: a mansão ficava no meio de um campo verde maravilhoso, vizinho a várias fazendas de criação de ovelhas “shetland”, aquelas com as carinhas pretas, e uma delas estava exatamente olhando para mim do lado de fora da janela. Saí do quarto meio perdido, mas um cheirinho ótimo de bacon com ovos me puxou até a sala de refeições onde não havia ninguém, só os réchauds com comida e os bules de chá e café! Fui até a cozinha e quatro empregadas além daquela da véspera fizeram a maior festa, pois eu era o primeiro aluno a chegar.

Tomei café com elas na cozinha mesmo e aos poucos fui sacando o difícil sotaque. Finalmente comecei a entender o que as matracas falavam! Saí para dar uma volta pelo campo e ver de perto os carneiros e quase tropecei num casal de coelhinhos marrons que andavam soltos pela grama. O silêncio era incrível, pois estávamos a meia hora do centro de Glasgow, numa região chamada Newton Mearns, em Renfrewshire, em pleno campo escocês. Montanha, nenhuma. Era início de julho, supostamente verão, mas a temperatura devia ser de uns 15 graus! Mas o sol brilhando naquele céu azul me esquentou logo. E aí eu pensei: eu não vou é querer mais voltar para o Brasil...

Nesse dia de tarde o Dean (reitor) interrompeu seu sagrado week-end e veio especialmente me receber oficialmente. Batemos um papo - graças a Deus ele tinha nascido em Londres e o seu “british accent” era perfeito! - enquanto tomávamos algumas xícaras de chá – que durante os meses seguintes foi a bebida que eu mais bebi na minha vida - e depois fomos de carro até Glasgow para que eu conhecesse um pouco a cidade. Na segunda-feira chegou a galera da África, Vietnam, Grécia, Tailândia, Peru e outros países lotando o colégio. Em pouco tempo já estávamos amigos e o companheirismo ajudava a esquecer a saudade de casa e a dureza do curso.

Para relaxar nos fins de semana sempre inventávamos o que fazer, alugando uns mini-Austins e saindo a toda pelas estradas na (nossa) contramão, e apesar do pouco tráfego de repente levávamos o maior susto ao dar de cara com um daqueles ônibus vermelhos de dois andares bem na nossa frente logo depois da curva! Tentamos mas nunca conseguimos ver o Monstro do Loch Ness, conhecemos as famosas “Highlands” (que de high não tinham nada), fazíamos piqueniques na beira dos mil lagos, visitamos várias destilarias de whisky (onde "provávamos" de tudo e quase entrávamos em coma alcóolica depois), várias lojas que vendiam os diversos “tartans” dos clãs mais conhecidos, bebíamos todas as cervejas até os pubs fecharem, e assistimos até cansar a concertos de gaitas de fole. Em alguns fins de semana com feriados fomos várias vezes a Edinburgh (que se pronuncia Édinbârâ) e Londres. Em outros éramos convidados para jantar nas fazendas e provar os quitutes locais, ótimos por sinal, como "kidney pie".

Mas o melhor de tudo era cavalgar os imensos e fortões cavalos “percheron” da fazenda vizinha ao College e passear por aquele campo verde sem fim. Os capatazes da fazenda nos faziam mil recomendações: os animais eram de raça pura e como fazia muito frio tínhamos que andar a passo lento pelo menos por meia hora antes de trotar pela estrada de terra para que esquentassem a musculatura e nem pensar em galopar pois era perigoso para nós e para eles, que podiam ter câimbras ou distender algum músculo e nos derrubar das selas. Como não cobravam aluguel e os nossos passeios eram uma forma de exercitar os cavalos, tínhamos que obedecer à risca às instruções...

Passear pelo campo é uma expressão suave para dizer que nós “voávamos” alucinadamente! Quem disse que conseguíamos segurar os bichos? Nós íamos saindo da fazenda passo a passo, devagarzinho, puxando as rédeas o mais que podíamos, com os cavalos lutando e cabeceando contra a nossa força. Quando viravam a curva da estrada e viam o campo livre pela frente, ah, os bichos enlouqueciam, davam um tranco com a cabeça, nós soltávamos as rédeas e a manada selvagem saía da estrada, saltava as cercas e adeus recomendações! Os cavalos corriam que nem uns desesperados, no maior galope, soltando fumaça pelas narinas, pulando de qualquer jeito as cercas e troncos caídos! E nós nos segurando como podíamos, com aquele o gelado na nossa cara!

Os africanos, de terno – não sei por que - que nunca haviam cavalgado na vida, ficavam apavorados e iam gritando sem parar “Luiz, we’re gonna die!”, agarrados nas selas inglesas tentando não cair. Eu e o peruano Hugo, os únicos daquela turma que já tinham andado a cavalo antes, íamos à frente a mil por hora, às gargalhadas e morrendo de medo também. E não havia nada a fazer a não ser deixar-se levar pela fúria dos cavalos, que só depois de uns 40 minutos começavam a cansar e a diminuir a velocidade. Mas era só os bichos reconhecerem o caminho de volta para a fazenda que disparavam novamente como bólidos enlouquecidos e só diminuíam a velocidade quando passavam o portão! E entrávamos no pátio da fazenda no mesmo passinho devagar, os cavalos cobertos de espuma e nós exaustos, suados, os cabelos esticados para trás e com a adrenalina ainda todo o vapor! E os empregados, que nem desconfiavam das corridas, nos agradeciam e davam parabéns pelo exercício que fizemos!

E nos sábados seguintes os africanos eram os primeiros a perguntar se não íamos andar a cavalo de novo! E querem saber da maior? Nunca ninguém caiu dos cavalos! Acho que Saint Andrew, o santo patrono da Escócia, lá de cima velava pelos loucos cavaleiros!

sábado, 13 de outubro de 2007

THE BEST OF BUDAPEST

A capital da Hungria é na verdade formada por três cidades: Buda em cima da colina, Óbuda em baixo na margem oeste e Pest do lado oposto do rio Danúbio. Todas cheias de monumentos históricos, museus centenários, igrejas e catedrais belíssimas e até uma mistura estranha de ruínas romanas, banhos turcos e construções neoclássicas. Deve ser por isso que Budapeste oferece ainda uma variedade enorme de hotéis de todos os preços, bons bares e restaurantes, um comércio razoável e uma agitada vida noturna.

Na última vez que estive lá me hospedei no excelente Kempinski Hotel Corvinus, de estilo bem modernoso por fora mas de um conforto e luxo surpreendentes por dentro. Seus enormes quartos são forrados de madeira clara com detalhes em preto e os enormes banheiros de aço e mármore são um oásis de elegância nesta envelhecida cidade. Localizado na praça Erzsébet, o hotel fica bem próximo do Danúbio (que de azul não tem mais nada), dos pontos turísticos e das principais ruas de comércio.

Não deixe de visitar:

A Basílica de St. Stephen, que tem um campanário de quase 100 metros de altura que é visto de qualquer ponto da cidade, uma imensa porta esculpida com os doze apóstolos, um sino de nove toneladas, um altar principal com uma estátua de St. Stephen, além de lindos mosaicos, pinturas e peças religiosas. Mas o que mais chama a atenção é uma estranhíssima relíquia guardada numa miniatura de igreja em prata: o braço mumificado do Rei István!

O Parlamento, na beira do rio, que só pode se visitado nos horários em que não há sessões e sempre com guias especializados, é de uma grandeza impressionante. As jóias da coroa húngara que ficaram bem guardadas em Fort Knox, nos EUA, desde a Segunda Guerra até 1978, estão expostas lá no grande salão do domo.

Os fãs de música clássica não podem deixar de conhecer o Museu Franz Liszt, instalado na casa onde viveu de 1877 a 1896 o maior compositor húngaro. Móveis, pianos, objetos e manuscritos mostram bastante sobre a sua incrível vida.

Outro bem interessante é o Museu Vasarely, dedicado à vida e obra do húngaro que ficou famoso mundialmente como o fundador do movimento da Op-Art em Paris nos anos 30, com mais de 500 obras suas. Fica no Zichy Palace, em Óbuda.

Também a Ópera Estatal merece uma visita, tal o luxo de sua construção. Erguida em 1884 quando dinheiro não era problema, seu interior é uma volta a um passado de riqueza e opulência, com escadarias, murais, candelabros e lustres deslumbrantes. Se você gosta de ópera e música clássica aproveite, pois como ela é subsidiada pelo governo, os ingressos são sempre muito baratos.

Os banhos turcos de Budapeste têm fama internacional há centenas de anos e sempre foram frequentados por pessoas de todas as idades. O maior e mais conhecido é o Gellért, no hotel do mesmo nome, com várias piscinas em estilo neoclássico revestidas de ladrilhos em todos os tons de verdes e azuis. O próprio hotel é um bom exemplo de Art Deco com seus mosaicos, colunas, escadarias e estátuas rebuscadas.

As fontes termais da cidade foram descobertas no século 13 pelos otomanos e já na Idade Média os tratamentos utilizando as águas sulfurosas faziam muito sucesso. Hoje os banhos são mais procurados pela turma da terceira idade às voltas com problemas de reumatismo e artrite, e também pela turma do terceiro sexo em busca de aventuras.

Para voltar ao tempo do Comunismo quando os artistas plásticos eram obrigados a trabalhar obedecendo a certas limitações e ordens, vá ao bizarro Parque das Esculturas e veja em pessoa Karl Marx, Engels, Lênin, Dimitrov e muitos outros cujas estátuas foram salvas da destruição quando o regime caiu. E como prova de que as coisas mudaram por lá, na lojinha do parque você pode comprar relógios e chaveiros do exército soviético além de CDs com inúmeros hinos comunistas! Argh!

Para ver e curtir o Danúbio, o gostoso é passear pela Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchid), que foi a primeira a unir as duas margens. Em cada ponta ficam as enormes torres onde estão presas as grossas correntes que a sustentam. Vale a pena vê-la iluminada à noite. Nos fins de semana de verão a ponte é fechada ao trânsito e fica lotada de pessoas passeando por entre mil barraquinhas.

Você pode fazer um pequeno cruzeiro ou mesmo ir até Viena ou Bratislava de barco. De maio a setembro há cruzeiros noturnos com jantar à luz de velas e muitas valsas enquanto navega-se vendo os monumentos, palácios e pontes iluminados.

Você pode também ir até a ilha Margaret, onde há um convento do século 13, muitos jardins e um ótimo parque com piscinas e banhos termais. Lá o melhor é alugar uma charrete por uma hora e passear conhecendo a ilha toda.

No alto da colina de Buda fica o Palácio Real ou o Castelo, como é conhecido por todos, que na verdade é um conjunto de vários prédios contruídos a partir do século 13 pelo Rei Béla IV para defender a cidade, o que não adiantou nada quando os turcos chegaram e a destruíram toda no século 16. O que se vê hoje foi obra dos Habsburgos que finalmente no século 19 restauraram toda a cidade no mais puro estilo imperial.

Lá no castelo ficam o Palácio Sándor, residência oficial do presidente, o Museu Histórico e a National Gallery, com pinturas de artistas húngaros surpeendentes como Máster MS, Pai Szinyeo-Merse, Károly Ferenczy e Mihály Munkácsy, considerado o melhor do país.

As obras mais importantes são as do Movimento de Secessão que teve início em Viena em 1880 e que deu forma mais tarde à Art Deco nos anos 20. Com cores fortes, desenhos fantasiosos e formas estilizadas, o movimento abrangeu todas as formas de artes visuais e decorativas. Ótimos exemplos desse período são os azulejos e as cerâmicas que revestem muitos prédios da cidade.

Depois de visitar o castelo, descanse num dos muitos bares ou pequenos cafés com mesinhas do lado de fora nas ruelas que circundam o castelo e beba um copo do vinho local, maravilhoso. Todo mês de setembro lá acontece o Festival do Vinho, quando os melhores vinicultores apresentam suas mais novas criações. Imperdível.

Mas e as compras?

Por muitos séculos a Váci Utca foi o ponto central do comércio da Hungria. Mercadores, contrabandistas, prostitutas e o povo se misturavam nas lojinhas e hospedarias de então. Agora está tudo mais organizado: na parte sul fica o comércio e na norte os bares e restaurantes, o que garante muito movimento dia e noite. Apesar de não ter ainda todas lojas internacionais que qualquer viajante encontra hoje em dia pelo mundo a fora, há uma pequena Marks & Spencer e boas lojas de suvenires. Vale a pena passear e conhecer a Zsolnay Markabolt com suas cerâmicas, a Thonet House com seus cristais e o Mercado Central, na foto abaixo, que além de verduras, frutas, carnes e mercearia tem no segundo andar vários balcões de produtos típicos bem baratos.

Para tomar um café e comer uma uma gostosa torta vá no Gerbeaud Cukrázda, a mais famosa casa de chá da cidade desde 1858, com serviço impecável. Para um almoço ou jantar tarde da noite vá no Club Verne, um restaurante-bar subterrâneo com decoração baseada no livro 20 Mil Léguas Submarinas, do Jules Verne.

Como sempre ocorre em lugares cheios de gente, preste muita atenção à sua carteira ou bolsa, pois os batedores de carteira estão sempre à espreita, da mesma forma que louras sinuosas e rapazes simpáticos que se oferecem para sentar com você e tomar um drinque. Cabe a você dizer não...ou sim!
Também como em outras cidades do Leste Europeu, sempre que for tomar um taxi combine antes o preço e peça para o motorista escrever o valor, pois com a desculpa de não ter entendido direito a língua, 20 euros viram 200...

Para mais compras você deve ir ao WestEnd City Center (Váci út 1-3) um grande prédio com mais de 400 lojas bem perto da estação de trem. Na Polgár Galeria (Kossuth Lajos utca) há antiguidades e objetos de arte de artistas contemporâneos a preços razoáveis, e na Rózsavölgy Zenemübolt (Szervita tér 5) você encontra uma das melhores seleções de discos de música clássica no térreo e Pop e Rock no subsolo. E como sempre o mercado das pulgas atrai multidões em busca de uma boa pechincha. O de Budapeste fica no parque Városliget (XIV Zizhy Mihály utca 14).

Restaurantes que fui e recomendo:

Kaksa (1, Fö utca 75 – 201 9 92) – Em húngaro “kaksa” quer dizer pato, portanto você já adivinhou o que vai comer de melhor, oferecido de mil formas diferentes. É claro que há outras opções no menu, mas quer um conselho? Peça pato.

Gundel (XIV Állattkerti út 2 – 468 40 40) – O melhor da cidade desde o século 19, cozinha húngara clássica com um toque moderno. Paletó obrigatório para os homens. Caro mas vale a pena. E você ainda pode comprar patês, vinhos e outros produtos de sua própria marca na butique.

La Fontaine (V Mérleg utca 10 – 317 37 15) – O melhor francês de Budapeste, com ambiente simples e descontraído, barato, carta de vinho marvilhosa e um menu com muitas opções deliciosas. O “coq au vin” é divino...

E para terminar a noite com jazz e blues, vá ao Jazz Garden (V Veres Pálné utca 44/a – 266 73 64), que além da música ao vivo serve quitutes húngaros da melhor qualidade.

Algumas dicas sobre a comida húngara:

Libamáj Zsírjábaran é fígado de pato frito na própria gordura, um manjar dos deuses! Kolbász é a típica lingüiça húngara, bem apimentada. Bakonyi Sertésborda é costeleta de porco acompanhada de creme de cogumelos. Halászlé é uma sopa de carpa temperada com páprica, ótima para esquentar no inverno. Marhapörkölt Tarhonyával é um sensacional goulash de carne com molho forte de páprica e massinha.



E se você gosta de uma boa cerveja, meio quente mas baratíssima, você está na cidade certa! Peça em qualquer lugar Arany Aszok, Köbányai ou a Dreher.

E faça o brinde em húngaro: EGÉSZSÉGEDRE!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

COMPLETEI A MARATONA DE ORLANDO!

Você sabe o que é passar cinco dias visitando quartos de 22 hotéis de todas as categorias, vários parques com suas novas atrações, 2 shopping-centers apinhados de gente, além de todo dia ter que tomar café, almoçar e jantar em lugares completamente diferentes e distantes muitos quilômetros entre si? Pois essa maratona que eu fiz na semana passada se chama “Famtour”, abreviatura de “familiarization tour”, uma viagem-relâmpago que os agentes de viagem fazem a convite de hotéis, operadoras de turismo e companhias aéreas com o intuito de conhecer melhor um certo destino. Tudo de graça, é claro, e por isso mesmo não se pode perder um minuto sequer para obedecer rigorosamente os horários das visitas programadas, já que os gerentes e relações públicas que nos convidaram estarão lá à nossa espera para vender o peixe dêles e nos entupir de folhetos...

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Veja a turma de maratonistas: em pé Cristina, Nicole, Silvia, Inês, Mara, Anna Maria, Anita, Luiz, Suzana e Marcello. Tatiana e Karla abaixadas.


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Êsses agentes de viagens do Rio de Janeiro foram convidados pela operadora Air International, American Airlines, PRGE Tours e Walt Disney Parks & Resorts para fazer um "site inspection" em Orlando. Debaixo de um tórrido sol de mais de 30 gráus aliviado às vêzes por rápidas e fortes tempestades tropicais seguidas de lindos arco-íris, dirigindo duas vans às pressas pelas freeways dessa imensa região da Flórida, saímos em campo com a maior animação! E conseguimos chegar ao fim vitoriosos!

Tendo participado de muitos Famtours pelo mundo afora, posso afirmar que êste foi o mais proveitoso e divertido que já fiz na vida, já que a turma toda era de ótimos profissionais, alguns amigos antigos, outros novos. Sob o comando da Karla, a ajuda da Inês e da Tatiana, e o apoio da Tereza, da Mariana e da Cristina, fizemos ótimas e instrutivas visitas, vendo ao vivo tudo aquilo que só conhecíamos por folhetos ou pela Internet.

Não vou detalhar aqui o nosso frenético “day by day” na Terra do Mickey, pois seria um relatório profissional que só interessa aos agentes, mas quero dar algumas dicas bem atualizadas para você aproveitar bem a sua próxima ida a Orlando. Mas vá logo, pois lá tudo muda de uma hora para a outra e as dicas podem ficar obsoletas bem rápido!

Dentro do WALT DISNEY WORLD:

Há alguns anos trás hospedar-se nos hotéis dentro do Walt Disney World era muito caro. Hoje é mais caro ainda se você escolher os maravilhosos e estrelados Grand Floridian, Contemporary (recém-redecorado no mais incrível estilo “Jetsons”), Polynesian e outros da categoria De Luxe, com inacreditáveis diárias que começam em U$350.00 e terminam literalmente na estratosfera. Mas quem pode, pode!

Entretanto, se você optar pelos hotéis menos badalados, mais simples e práticos, como os 3 All Stars e o Pop Century, as diárias começam em U$82.00 mais taxas - e da mesma forma que nos hotéis caros, você tem direito aos traslados de chegada e saída entre o aeroporto e o seu hotel, aos ônibus gratuitos entre parques e hotéis do WDW, não paga os U$ 12.00 por dia de estacionamento nos parques, pode ter as refeições incluídas nas diárias pagando um pequeno adicional e ainda é beneficiado pelas “magic hours”: hóspedes dos hotéis Disney podem entrar nos parques uma hora antes da entrada do público em geral e ficar ainda mais 3 horas depois que êles saem em alguns dias específicos informados com antecedência. Basta ter no pulso a pulseirinha do seu hotel. É bom ou quer mais?

Famílias numerosas têm ainda as opções de hotéis com sala e um ou dois quartos nos hotéis Coronado Springs, Yacht e Beach Club, Saratoga e Boardwalk, que apesar de mais caros, podem hospedar até 6 pessoas no mesmo apartamento. Na ponta do lápis sai bem em conta se você dividir a diária por 6. Mais barato que pagar por 2 quartos em outro hotel.

As duas mais novas atrações dos parques Disney são: “Soarin'” no pavilhão The Land do Epcot Center: um vôo virtual sobre a California que termina com a queima de fogos da Disneylândia vista de cima: lindo!
E a "Expedition Everest" no Animal Kingdom, uma montanha-russa em plena neve cheia de curvas e avalanches de tirar a respiração! Imperdível!

Para comer e beber sem limite por apenas 14 dólares + taxas vá ao Whispering Canyon Café, no Hotel Wilderness Lodge, construído como um enorme chalé de madeira. É o sistema “all you can eat” e todos se fartam de milho cozido, cole slaw, peito de frango, Boston baked beans, lingüiças, purê de batata, costeletas de porco, broa de milho e mil sobremesas deliciosas além das bebidas. E durante a refeição os garçons animam a turma com brincadeiras bem barulhentas para a alegria da garotada.

Ainda numa faixa de preço moderado, o Planet Hollywood vive lotado. Ótimo para jantar depois de passear pelas lojinhas do Marketplace e da Pleasure Island ao lado.
Mas para jantar em grande estilo leve a família ao Citrico’s do Grand Floridian: chique, muito bem servido, e até não tão caro para os padrões Disney 5 estrelas. Tem uma excelente carta de vinhos.

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Do lado de fora da Mágica:

As opções de hospedagem e alimentação em Orlando são as mais variadas possíveis. A cada dia surgem novos hotéis, novos parques, novas atrações, mais restaurantes e incríveis shopping-centers. Se a sua família é grande e você não quer socar 4 ou mais pessoas no mesmo quarto, hospede-se num dos dois excelentes Staybridge Suites, um na International Drive e outro em Lake Buena Vista.

Todos apartamentos têm sala e um ou dois quartos (cada quarto com seu banheiro e closet) e cozinha completa. Além disso o farto café da manhã bufê está incluído na diária de U$153.00 por suite. Além das piscinas, jacuzzis e sala de ginástica, os dois têm transporte para os parques, “happy hour” gratuita às quartas, quintas e sextas, e simpáticos funcionários - muitos deles brasileiros - sempre à sua disposição para ajudar no que for preciso.

De categoria superior, 3 hotéis Marriott um ao lado do outro na Marriott Village em Lake Buena Vista oferecem também quartos e suítes de todos os preços, além de uma pequena vila cheia de lojinhas e restaurantes, e tem transporte para os parques: são eles o Courtyard, o Fairfield Inn e o SpringHill Suítes. Dos 3, só o primeiro não inclui café da manhã porque é um hotel mais para executivos, mas a fartura dos bufês dos outros dois é impressionante.

Fazendo parte do complexo dos Studios Universal & Islands of Adventure, dois hotéis maravilhosos de 5 estrelas fazem a alegria dos que podem pagar mais pelo luxo: o Portofino Bay, em estilo italiano, e o lindo e exótico Royal Pacific Resort, onde você se sente em plena selva balinesa, tal a profusão de madeira esculpida, estátuas de budas, lanternas, orquídeas raras e um serviço de primeira classe. O bufê do café da manhã é incrível, oferecendo desde o básico “scrambled eggs & bacon” ao salmão defumado, sucos de frutas silvestres e uma “omelette station” de dar água na boca! O terceiro é o conhecido Hard Rock Hotel, também muito confortável e com tarifas mais em conta.

Um presente para quem se hospeda num dêsses 3 hotéis é o "Universal Express Plus Pass", que dá a garantia de entrar direto nas atrações sem enfrentar as imensas filas. Para o público em geral o passe custa a partir de U$ 20.00 em determinados dias, pois somente 100 são vendidos por dia.

No parque Universal Studios as atrações mais recentes são a "Vingança da Múmia", uma aventura virtual que sacode a platéia de todos os jeitos para escapar da fúria da múmia e o "Shrek 4-D", um filme em terceira dimensão com mil efeitos especiais.

No Islands of Adventure a novidade é o "The High in the Sky Seuss Trolley Train Ride", uma montanha-russa especial com personagens dos livros infantís.
Para comer bem sem gastar muito vá ao Bubba Gump Shrimp Co. ou ao eterno Hard Rock Café, mas é sempre bom circular pelo Citywalk entre os dois parques para mais opções.

Mas a Universal prepara uma grande surpresa para 2010: a magia de Harry Potter será o tema de um novo parque com atrações e tecnologia nunca vistas antes! Aguardem!

No Seaworld as novidades são a nova montanha-russa na água "Journey to Atlantis" e uma espetacular viagem de helicóptero virtual pelo polo chamada "Wild Artic". Além dos pinguins, peixes-boi, leões marinhos, focas e baleias que você pode ver, tocar e alimentar, o show dos golfinhos virou um verdadeiro espetáculo do Cirque du Soleil, com homens e mulheres que voam presos em elásticos e trapézios, araras esvoaçantes e muita coordenação entre as ações dos humanos e dos animais.

Para almoçar vá no Sharks Underwater Grill, onde você come vendo pelas vidraças dezenas de ameaçadores tubarões nadando...

Em março do ano que vem será inaugurado o "Aquatica" o maior parque de águas da cidade com mil escorregadores, piscinas de ondas, lagoas com peixes tropicais, esportes náuticos e muito mais, sempre permitindo que os visitantes possam interagir com os animais marinhos em todas as atrações e mergulhos.

Mas se o que você quer mesmo é brincar e nadar com um golfinho, mergulhar com snorkel para ver raias e peixes, flutuar tranquilamente por um rio de correnteza constante, tomar bastante sol numa praia sem ondas e depois do almoço dar uma cochilada debaixo de um coqueiro ao som distante de um reggae, vá passar um dia inteiro no Discovery Cove, uma "ilha" do Caribe que é um verdadeiro paraiso. A entrada custa pouco menos de U$300,00 e tudo está incluído a partir do café da manhã. Ah, e como o parque é da Anheuser-Busch, a cerveja também é de graça...

Mas e as compras?

Orlando tem cada vez mais opções de lojas, supermercados fantásticos, inacreditáveis pontas de estoque e shopping-centers com as melhores lojas americanas e grifes internacionais. Dependendo do seu bolso e do seu gosto, sua família faz a festa!
Wal-Mart, Publix, Goodings e Walgreens são mega-supermercados espalhados por toda a cidade oferecendo de tudo a preços bem baixos: remédios, eletrônicos, comida, papelaria e muito mais. Para roupas de boas marcas a preços reduzidos, o melhor é o Orlando Premium Outlets. Para uma enorme variedade de lojas a boa dica é ir ao Florida Mall totalmente reformado. Agora tem até a Abercrombie & Fitch que a garotada adora!

Mas para botar para quebrar nas lojas das griffes internacionais - Gucci, Vuitton, Cartier, Chanel, Ferragamo, Burberry, Dior, Jimmy Choo e muitas outras - corra para o The Mall at Millenia, o mais chique de Orlando. Na hora do almoço, para recuperar suas forças, coma um salmão grelhado com salada no California Pizza Kitchen. Mais tarde, para um drinque ao anoitecer, vá ao Blue Martini. E depois siga direto para o Brio Tuscan Grille e jante divinamente.
E já comece a pensar na sua próxima visita a Orlando.

A Minnie me contou que muitas novidades estão para acontecer por lá...