sexta-feira, 26 de outubro de 2007

PASSEANDO POR BRUXELAS

A Bélgica tem várias pequenas cidades cheias de atrativos culturais e turísticos, além, é claro, do melhor chocolate do planeta, das famosas cervejas, das finas rendas e dos três quartos dos diamantes do mundo que são lapidados e vendidos lá. Apesar das quatro principais estarem muito perto umas das outras, elas são bem diferentes: Ghent é uma cidade universitária histórica, Bruges é a cidade medieval melhor preservada da Europa, Antuérpia um grande centro industrial e Bruxelas a mais famosa.

Ao viajar para Bruxelas, não deixe de visitar:

A praça principal, a Grand Place, onde fica a Prefeitura construída no século 15 e onde hoje está também o centro de turismo. A Casa do Rei, um palácio medieval que abriga o Museu da Cidade, que além da preservação da história belga tem uma grande atração à parte: as 650 roupas do famoso Manequinho, ou Manneken-Pis, a pequena estátua de bronze de um menino fazendo pipi que virou o símbolo da cidade desde o século 18. Não deixe de tirar uma foto no chafariz na esquina da Rue du Chêne com Rue de l’Étuve.

Le Renard e Le Cornet, dois lindos prédios construídos no século 15 com detalhes arquitetônicos únicos. A Maison des Ducs de Brabant, um conjunto de sete prédios onde, no número 13, fica o Museu do Cacau e do Chocolate, a des Brasseurs com o museu da cerveja e a des Boulangers, a sede do sindicato dos panificadores. E o prédio nº. 9 construído em 1720, com o café outrora freqüentado por Karl Marx e seus seguidores. Para descansar e apreciar a beleza desses prédios, vá ao bar-restaurante Le Roy d’Espagne ou ao La Chaloupe d’Or e tome uma cerveja.

Ali perto fica uma das primeiras galerias de lojas da Europa, a Galeries Royales de Saint-Hubert, construída em 1847 e a Igreja de Saint-Nicholas – o nosso velho conhecido Papai Noel – que era o patrono dos mercadores desde o século 14. O Museu da Vestimenta e da Renda é pequenino mas surpreendente, e a Igreja de Notre-Dame de Bon Secours com seu imenso coro em forma hexagonal subindo em direção ao domo é maravilhosa. Para provar os melhores biscoitos da cidade não deixe de conhecer a Biscuiterie Dandoy, e delicie-se com os ‘waffles”, ‘speculoos’ e os ‘sablés”, humm....

Os Museus Reais de Belas Artes merecem uma tarde inteira, pois são duas partes distintas: o Museu de Arte Antiga, com obras dos séculos 15 ao 18, e o Museu de Arte Moderna, abrangendo os séculos 19 e 20. O acervo reúne quadros e esculturas dos mais conhecidos artistas plásticos. Os belgas famosos têm salas especiais: Pieter Paul Rubens, René Magritte, van Dick, van Eick, Pieter Brueghel e outros.

Se você gosta de música, o Museu dos Instrumentos Musicais, ou o MIM, é a pedida certa, com uma incrível coleção de mais de 6.000 instrumentos antigos e modernos. No último andar funciona um café que tem uma das vistas mais bonitas da cidade. Também vale uma visita ao Museu Horta, em homenagem ao arquiteto Victor Horta que criou um estilo diferente mais tarde conhecido por Art Nouveau abrangendo arquitetura, objetos, cerâmicas, murais e móveis.

Para a garotada (e adultos também) o Centre Belge de la Bande Dessinée (história em quadrinhos) é muito interessante e divertido, sendo a maior atração os desenhos do Tintin, o menino-repórter belga mais conhecido do mundo e seu cachorro Snowy, criados por Hergé em 1929! Suas historinhas foram traduzidas para mais de 40 línguas e já foram vendidos mais de 140 milhões de livros. Lá você vê como os quadrinhos são feitos e como se transformaram em desenhos animados. A lojinha do museu tem coisas fantásticas e divertidas.

Também muito interesante é a visita ao Atomium, um modelo gigante de metal de uma molécula que foi construído para a Expo de 1958 e que até hoje faz sucesso pela inusitada forma.

Falando nisso, e as compras?

Os chocolates belgas são mesmo os melhores do mundo porque em primeiro lugar o cacau é de alta qualidade e em segundo porque a quantidade da manteiga de cacau utilizada em sua fabricação é proporcionalmente superior a todos os outros chocolates. E o resultado é fantástico! Em qualquer loja você encontra chocolates da Godiva, Leonidas, Neuhaus, Corné Toison d’Or, Pierre Marcolini e a Mary, todos maravilhosos!

As cervejas são também insuperáveis, sendo as mais conhecidas a Stella Artois e a Júpiter. Das quase 3.200 fábricas de cerveja que existiam na Bélgica em 1900 hoje só funcionam 100, mas produzindo uma variedade impressionante. Para provar algumas delas vá ao A la Mort Subite, o mais famoso café-bar da cidade que tem até uma cerveja com o próprio nome, ou ao Chez Moeder Lambic, que serve 450 tipos diferentes de cerveja.

As rendas belgas continuam a ser as melhores que existem, e nem as máquinas modernas conseguiram superar a qualidade das artesanais. Mas para comprar a renda verdadeira vá às lojas mais conhecidas, peça o selo de autenticidade e prepare-se para pagar caro. Da mesma forma que ao comprar diamantes: peça sempre o certificado do Hoge Raad voor Diamant, tanto para as jóias caras como para as pechinchas...

Você sabia que as batatas fritas foram inventadas na Bélgica? E sabe por que elas são as melhores do mundo? Simplesmente porque são fritas duas vezes para ficar queimadinhas e crocantes! Onde você for comer, peça batatas como prato principal ou como acompanhamento: você não vai se arrepender! E elas ficam perfeitas acompanhando o Carbonnades Flamandes – um maravilhoso ensopado de carne cozido em cerveja!


Restaurantes que eu recomendo:

Comme Chez Soi (Place Rouppe 23 – 02 512 29 21) – O melhor de todos, com 3 estrelas do Michelin, comida inacreditável. Reservar com semanas de antecedência. Caro, mas inesquecível!

Chez Marius em Provence (Place du Petit Sablon 1 – 02 511 12 08) – Instalado numa casa do século 17, especializado em frutos do mar.

Le Bermuchet (Rue Haute 198) – Comida francesa à luz de velas no meio da região dos antiquários. Bom, gostoso e barato.

Um hotel bom, bonito e caro: Metrópole (Place de Brouckère 31 – 02 217 23 00) pertinho da Grand Place, em estilo ‘belle époque’.

Outro mais barato: Comfort Art Hotel Siru (Place Rogier 1 – 02 203 35 80) – Cada um dos 100 quartos foi decorado por um artista belga, com algumas surpresas bem agradáveis. Pertinho da Gare du Nord e do centro da cidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os industriais Godiva, Leonidas, Neuhaus não jogam no mesmo campeonato dos artesãos da Pierre Marcolini e da tradicional Wittamer. Os chocolates artesanais são muito, mas muito, superiores!