quinta-feira, 1 de maio de 2008

NO PARAÍSO DE TURKS & CAICOS

Quando o avião foi chegando ao arquipélago de Turks and Caicos, nas Bahamas, já voando bem baixo, e eu pude ver a transparência do mar turquesa, os recifes de coral com os cardumes de peixes prateados brilhando, vários barcos de pesca e as ilhas verdes circundadas de areias quase rosa, fiquei de boca aberta. Era realmente o paraíso! Foi uma das visões mais espetaculares que eu já tive na vida, chegando a um lugar maravilhoso que eu nunca tinha ouvido falar antes!

Era mais um Famtour, uma viagem de familiarização para agentes de viagens para conhecer um novo destino turístico para depois vender a idéia a clientes interessados em muita praia, sol, coqueiros, pescarias, mergulhos, passeios de barco, além de muita sombra embaixo de coqueiros e água fresca... E alguns drinques tropicais também, é claro!

Essas lindas ilhas ficam a quase mil quilômetros a sudeste de Miami, ocupam uma área de quase 300 quilômetros quadrados do Oceano Atlântico, e têm um dos maiores recifes de coral do mundo, fazendo delas um dos melhores locais para mergulho do planeta. A atração maior são as praias de areias brancas banhadas por águas limpíssimas, transparentes e mornas. Todas as ilhas são bem planas, com apenas algumas dunas e densa vegetação.

São oito ilhas maiores: Salt Cay, Grand Turk, South, North, East, West e Middle Caicos, e Providenciales, mais conhecida como Provo. Pertencem ao Reino Unido desde 1766 e apesar de terem proclamado sua independência em 1982, essa situação foi logo depois anulada. Quase nada é produzido lá e a maior fonte de renda é mesmo o turismo, além, é claro, como na maioria das ilhas do Caribe, das contas “offshore” isentas de impostos dos bancos internacionais.

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Um segredo:

Na pequena ilha de Parrot Cay, onde só se chega de lancha particular, formou-se uma colônia de casas de multi-milionários, entre êles big-shots europeus e brasileiros, além do Bruce Willis e sua turma de Hollywood, que construíram suas modestas choupanas nessas praias deslumbrantes... Mas só entra convidado com muita grana!

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Provo é a ilha mais desenvolvida, com praias e mais praias desertas, muitos coqueiros e bosques, alguns poucos hotéis luxuosos, um cassino e um Club Med. O comércio é pequeno e está concentrado em Turtle Cove. No centro da cidade – aonde você não vai nunca – ficam os bancos, escritórios e comércio local.

É em Grace Bay que se localizam os melhores hotéis, todos oferecendo os mais variados esportes náuticos: caiaque, vela, wind-surf e snorkeling. Para mergulho com aqualung há várias “scuba clinics” com instrutores profissionais PADI que acompanham os alunos para ver os peixes tropicais, raias e até baleias nos bem preservados recifes de coral. Com a excelente visibilidade submarina, as descidas verticais nos corais de mais de mil metros de profundidade deixam os nadadores impressionados com a vida marinha local.

Todas as áreas de mergulho foram transformadas em Parques Nacionais com bóias demarcando os pontos mais procurados e um dos melhores fica exatamente à volta do nosso hotel, o Turquoise Reef, hoje o Allegro Resort. Na ilha você pode visitar ainda a única criação em cativeiro do mundo de “conch”, que são aqueles caramujos gigantes de concha cor de rosa que levam 5 anos para crescer. A carne quando bem cozida é gostosa e a concha é aproveitada para bijuterias e souvenires de gosto duvidoso, mas há que goste...

Vale a pena alugar um barco e passear pelas outras ilhas menores, como Salt Cay que tem casinhas no estilo das Bermudas e até moinhos de vento. Já em North Caicos você vê iguanas nos rochedos de Little Water Cay e em North e Middle Caicos há uma enorme colônia de flamingos.

Nós fizemos um churrasco numa praia deserta desta ilha que foi sensacional. Os tripulantes da lancha mergulharam de snorkel e pegaram várias lagostas, que foram direto para uma grelha à carvão embaixo dos coqueiros.

Depois de muito comer e de beber muitas “piñas coladas”, a turma resolveu aproveitar e ficar de molho naquela água turquesa morna, uma verdadeira banheira. Um dos rapazes tirou a sunga para dar uma de golfinho e não percebeu que as ondas a levaram embora. Resultado: teve que voltar ao barco e ao hotel enrolado numa mínima toalha de rosto, única coisa disponível para mal tapar a sua nudez, além de ter que aguentar a nossa gozação!

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Depois do terceiro dia comendo só no hotel, resolvemos experimentar, para variar, um restaurante que parecia ser muito simpático na estradinha ali perto, todo de madeira e com o telhado de folhas de bananeiras. Mal saímos a pé pela rua de terra que só tinha um poste aceso e fomos atacados por um milhão de mosquitos que nos picavam o rosto, os braços, as pernas e até o couro cabeludo! Corremos aos berros em direção ao restaurante, uns batendo nos outros e tentando matar aquela mosquitada toda.

Entramos à toque de caixa na varanda com as janelas com telas contra mosquitos e vimos que em todas as mesas, ao lado do sal e da pimenta, havia uma lata de repelente! Sem a menor cerimônia e sem nem pedir por favor, pegamos todos os sprays e passamos nos braços, pernas, pescoços e rostos, já vermelhos e empolados! Os garçons ficaram de boca aberta, vendo aquele grupo de desconhecidos se esfregando que nem um loucos!

Quando acabamos de gastar todos os repelentes - ficamos todos fedendo à citronela e benzina - é que vimos que o tal lugar nada mais era que um botequim bem mixuruca, abafado e cheirando a gordura. Não pensamos duas vêzes: agradecemos os repelentes e nos mandamos correndo pela estrada, passando de novo no meio da nuvem de mosquitos, mas desta vez sem levar nenhuma picada. Grande coisa: não tinha nenhuma parte dos nossos corpos que não estivesse coberta de calombos vermelhos!
E a cara dos outros hóspedes ao ver aquela turma enlouquecida, esbaforida e se coçando entrar correndo pelo hall do hotel?

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E os restaurantes?

Nem esquente a cabeça: só nos hotéis ou no Club Med.

Onde se hospedar:

Allegro Resort - O único hotel "all inclusive" da ilha com ótimas acomodações e imensas piscinas. Tem a melhor escola de mergulho do arquipélago, a Dive Provo, e também o único cassino das ilhas. Os dois restaurantes são muito bons. A partir de USD 2,000.00 a semana incluindo a passagem de Miami.

Club Med Turkoise - Localizado no final da praia de Grace Bay, é dos Meds mais procurados pela beleza da natureza à sua volta. Mesmo hospedado em outro hotel, você pode jantar lá pagando uma taxa fixa de 60 dólares e ainda aproveitar depois a dança animada da discoteca. Os pacotes semanais custam a partir de USD 2,500.00 por pessoa - e agora todas as bebidas estão incluídas!

Grace Bay Club - Villas e bangalôs luxuosos decorados com o maior bom gosto, espalhados por um verdadeiro bosque de plantas tropicais. Várias piscinas e riachos. É lá que fica o melhor restaurante da ilha, o Anacoana, maravilhoso, com mesas na beira da praia. Diárias a partir de USD 500,00 só no verão, porque o calor é bárbaro! Na alta temporada elas sobem para mais de mil dólares por dia, chegado até a 8 mil! Mas você nunca viu nada igual!


E as compras?

Nada para comprar a não ser bronzeadores e protetores solares de todas as marcas, bonés, camisetas, óculos, máscaras, pés de pato e aquelas mil bugingangas das lojas dos hotéis. Próximo ao Allegro há um conjunto de lojinhas chamado Ports of Call onde você acha jornais, revistas, sorvetes, cartões postais, os famosos souvenires e uma locadora de carros.

Na butique do Club Med, que você entra pela praia, as camisetas, shorts, sungas, biquines e chapéus são bem mais transados e mais caros também. Nas praias, como acontece em todas as das ilhas do Caribe, há sempre garotos vendendo colares, pulseiras e objetos de conchas. E se você quiser, negonas gordas estão sempre à disposição para fazer um tererê nos seus cabelos...

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