sexta-feira, 25 de abril de 2008

FONTAINEBLEAU & BARBIZON: HISTÓRIA E MUITO CHARME

Uma das coisas gostosas de se fazer é passear pelos arredores de Paris conhecendo castelos e vilarejos históricos. Na sua próxima viagem tire um dia para visitar o Castelo de Fontainebleau e a pequena Barbizon, uma graça de cidade cheia de ateliês, pousadas charmosas e excelentes restaurantes, em meio a uma densa floresta, a pouco menos de uma hora de Paris. Você pode ir de trem, carro ou pegar um tour regular.

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FONTAINEBLEAU

Construído em meio à floresta de Bière como um pequeno abrigo de caça para os reis da França por volta de 1100, o castelo foi crescendo à medida que vários reis fizeram reformas e adições. Luiz VII construiu a capela de São Saturnino em 1169, São Luiz construiu novas alas e Carlos V fez uma biblioteca em 1363 que se tornou a Biblioteca Nacional muitos anos depois.

O verdadeiro criador do palácio atual foi François I, que demoliu o antigo castelo feudal e o reconstruiu em 1527 no estilo Renascentista. Apesar dos engenheiros franceses, todo o interior foi decorado à moda italiana! Anos depois Henrique II e Catarina de Médicis também fizeram reformas, assim como Henrique IV, que viu nascer lá seu filho Luiz XIII, que por sua vez ao chegar ao poder manteve Fontainebleau como residência de outono e de caça dos nobres da corte. Suas festas foram inesquecíveis.

Mas foi com Napoleão Bonaparte que o castelo passou a ter mais fama com uma obra que custou aos cofres públicos 12 milhões de francos e que o tornou conhecido como a “Residência dos Reis”. Infelizmente com a queda do império tudo mudou, e a partir daí poucos nobres o freqüentaram.
O palácio que se visita hoje é um conjunto de vários prédios de estilos distintos formando um museu que mostra todos os estilos franceses de arquitetura.

Bem menor que Versailles, e por isso mesmo menos lotado de turistas, Fontainebleau impressiona pelo bom gosto e pelos lindos jardins. Você pode visitar o quarto de Napoleão, a sala do trono, a sala do conselho, os aposentos das rainhas, as salas de jogos e os salões das damas de honra.

O salão de festas, com 30 metros por 10, é o mais impressionante, com 10 janelões e paredes forradas em lambris de madeira com detalhes em ouro. Os desenhos do piso refletem as divisões do teto, que por sua vez é pintado com figuras mitológicas.

Os jardins são muito bonitos, com duas divisões: o Jardim Francês, com canteiros bem geométricos, e o Jardim Inglês, com 16 hectares de flores e o lago de carpas. No verão os jardins ficam lotados de famílias fazendo piqueniques, remando barcos nos lagos e se divertindo muito. Reme você também!

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BARBIZON

Barbizon é uma graça de cidade situada na beira da floresta de Fontainebleau, bem famosa por seus pintores, com muitas lojinhas, restaurantes e hospedarias simpáticas.
Não há nada mais tranquilo que passear por suas ruelas e ver as casas onde moraram artistas como Millet, Rousseau, Diaz, Ziem e Corot, todas com placas indicativas, com os ateliers muito bem conservados e abertos à visitação.


Visite também o Museu da Escola de Barbizon (92 Grand-Rue) e aprecie exemplos da arte - como o quadro de Corot ao lado - que fez a fama da cidade entre os anos 1830 e 1870, quando êsses pintores sairam de Paris e se mudaram para lá iniciando o movimento do Realismo Pictórico Francês em oposição ao Romantismo vigente.

Mas se você puder, um bom programa é passar a noite na cidade para jantar e dormir numa das pousadas e aproveitar ainda mais o clima romantico e o charme do lugar.
São casas antigas reformadas, muito bem decoradas e todas têm excelentes restaurantes.
Uma sugestão de hotel bom, bonito e barato: Auberge des Alouettes (Pousada das Andorinhas) no 4 da rue Antoine-Barye, com diárias na faixa dos 70 euros.

Mas para fazer bonito mesmo hospede-se na romantica Hostellerie du Bas-Breau, um Relais Chateau Gourmand de primeira linha, com diárias a partir de 300 euros.
Seus quartos são todos decorados no estilo renascentista - em homenagem ao palácio - e seu restaurante é tão bom que atrai mais parisienses que turistas.

No verão mesas são colocadas ao ar livre, e você come apreciando a vista da piscina e da floresta. Mas cuidado com as abelhas! O menu muda a cada três dias dependendo do que o chef encontra no mercado local, e a seleção de vinhos é de primeira. Não deixe de provar os queijos artesanais feitos na cidade, ótimos. Os meus preferidos são os do tipo "brie cendré", ligeiramente defumados nas cinzas dos fornos à lenha. Humm...

Há muitos anos atrás, num verão, almoçando lá à sombra das árvores, vi que uma grande abelha insistia em entrar no meu copo para "bicar" o meu Sancerre. Eu espantava e ela voltava várias vezes. Esperei a danada entrar no copo e tapei a borda com a mão, prendendo a abelha-pinguça lá dentro. Resultado: levei uma ferroada tão forte entre os dedos que saí da mesa aos pulos, morrendo de dor. Em menos de um minuto a minha mão inchou de tal forma que eu não conseguia fechá-la! O maitre, já escolado, ajudou a tirar o ferrão e a desinfetar o furo da mordida. A ardência passou, mas a mão continuou inchada e vermelha até eu voltar ao Brasil duas semanas depois! Aprendi a lição e desde então deixo abelhas e outros insetos entrar nos copos e se empapuçar de vinho, deixando-os tão zonzos que saem do copo cambaleando e... ZÁZ! Uma pancada com o guardanapo e o infeliz já era!

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