sexta-feira, 14 de maio de 2010

OS MISTÉRIOS DO MARROCOS : MARRAKESH

Graças à sua natureza espetacular, o Marrocos é um dos países mais bonitos do mundo, com o Atlântico de um lado, o Mediterrâneo ao norte, praias lindas, quatro cadeias de montanhas cheias de cachoeiras, florestas com árvores centenárias, neves eternas, imensas planícies plantadas com laranjeiras e amendoeiras, e rios que formam uma grande faixa verde na beira do deserto. Localizado ao norte da África, fazendo fronteira com a Espanha pelo Estreito de Gibraltar, o país tem ainda como vizinhos a Argélia e o deserto do Saara.

O Marrocos é habitado desde os primórdios da pré-história, como atestam suas ruínas. Depois vieram Fenícios, Cartagineses, Berberes, Bizantinos, Romanos e Vândalos, antes da invasão Árabe no século 18. Sua independência aconteceu no ano 788 AC, quando Idris foi proclamado Rei. Depois que proclamou independência política da França em 1956, o país se tornou uma monarquia constitucional com o Rei Hassan II em seu trono por dez anos, como rei e líder religioso. Hoje é o único país da África que não é membro da União Africana. O atual rei, Mohamed VI, tem vastos poderes executivos, podendo até dissolver governos.

A língua oficial é um dialeto árabe, mas a maioria dos marroquinos fala francês e muitos inglês e espanhol.

O clima é mediterrâneo, mas é bem frio nas regiões montanhosas.
A temperatura média é de 21º e o sol forte brilha oito horas por dia, mas para escapar do calor é só ir das areias quentes do Saara para as montanhas com neve em poucas horas! Se você puder, viaje na primavera, quando todo o país está verde, exuberante e mais agradável ainda.

Visitando Marrakesh

Marrakesh é a cidade que deu o nome ao país por ser um oásis aos pés das montanhas Atlas, tornando-se a capital do sul do Marrocos. Parece que você voltou ao tempo das caravanas de camelos! Todas as ruas levam à praça Jemaa el Fna, onde se misturam músicos, dançarinas, videntes, escrivãos, contadores de histórias, vendedores de sucos de frutas e castanhas grelhadas num espetáculo multicolorido e inacreditável. As barraquinhas de comida começam a ser montadas ao anoitecer e a mistura de cheiros e sabores é impressionante.

Não deixe de visitar:

O "souk" Semmarine, especializado em vestuário, oferecendo roupas típicas, jóias, antiguidades e uma variedade enorme de artesanato local. Entre bancadas de doces e das tradicionais babuchas (chinelos de couro) e djellabas (camisolões largos e coloridos), você com certeza vai comprar alguma lembrança, quem sabe um tapete?

No mercado de temperos no "mellah" (antigo bairro judeu) os vendedores explicam as origens das ervas e dão receitas tradicionais marroquinas bem fáceis de fazer.

O minarete da mesquita Koutoubia, uma obra de arte hispânica e moura do século 12 que inspirou os construtores do Giralda em Sevilha. O palácio Bahia agrada aos amantes das artes orientais com seus jardins andaluzes, pátios com fontes e o cheiro de jasmim. O museu Dar Si Said merece uma visita por sua incrível arquitetura e coleções de arte marroquina que ajudam a conhecer melhor o estilo de vida local.

Para alguns momentos tranqüilos, passeie pelo jardim onde estão os túmulos Saadia, dois mausoléus ricamente decorados localizados logo abaixo do minarete da mesquita El-Mansour. Bem perto fica o palácio El-Badi, com terraços de onde se pode ver a cidade toda. De um dos lados fica o "minbar", o antigo púlpito ornamentado com esculturas e trabalhos em madeira.

Siga até a medersa Bem-Youssef, a antiga escola do corão, e veja as ruínas do palácio Badii, construída com materiais preciosos. Entre no Museu de Marrakesh ali ao lado, instalado no palácio M'Nebhi, do século 19, onde estão expostos oito séculos de arte e história marroquinas. A fonte Chrob é linda.

No quarteirão dos curtidores de couro os odores e as cores impressionam muito. Passeie de charrete e conheça o Ménara, um pavilhão na beira de um imenso lago onde os marroquinos fazem piqueniques.

Tente a sorte no cassino e assista a um dos muitos shows dos cabarés. Na hora de comer lembre-se que a comida de Marrakesh é das melhores do país, além das muitas opções de restaurantes franceses, italianos e asiáticos. Siga em frente e vá a algum bar ou boate, sempre iluminados por velas e com ambientes bem aconchegantes cheios de tapetes e dourados.

Algumas dicas importantes:

O respeito aos costumes locais é fundamental. Para evitar situações embaraçosas, é bom saber que o acesso às mesquitas e lugares sagrados é proibido aos não-muçulmanos, com algumas exceções, como a Mesquita Hassan II em Casablanca, o mausoléu de Mohamed V em Rabat, o mausoléu Moulay Ismail em Meknes e o de Moulay Ali Chérif em Rissani.
Se você quiser fotografar alguém, peça sempre permissão. Evite roupas provocativas e aceite sempre o chá de menta quando for oferecido, pois é um sinal de hospitalidade.

Se for convidado para comer na casa de alguma família, use a bacia para lavar as mãos. A refeição só começa depois da oração feita pelo dono da casa. Use a mão direita para comer, prove de tudo, mas não precisa comer tudo que colocou no prato, pois é praticamente impossível!
Evite beber, comer ou fumar em público durante o dia na época do Ramadã, que é o jejum ritual para a renovação da fé que acontece no novo mês do calendário islâmico.

O Islamismo é a religião oficial e coexiste pacificamente com as outras. Todos os dias, do topo dos minaretes os muezzins fazem cinco chamadas para rezar. Durante o mês do Ramadã os marroquinos jejuam, não fumam e não bebem do nascer ao pôr do sol. É claro que isso perturba um pouco a vida da cidade e muitos serviços, repartições públicas, monumentos e lojas mudam seus horários. Mas os não-muçulmanos sempre conseguem comer em certos restaurantes, principalmente nos hotéis. Os dias podem parecer longos, mas as noites são ótimas!

Algumas palavras básicas em árabe podem adiantar muito. Tente memorizar es salaam alaykum (olá, ou literalmente, que a paz esteja com você), afak (por favor - se você falar com uma mulher, use afik; para um grupo use afakum) e shukran bezzef (muito obrigado). Já vai ajudar muito!

Se puder, hospede-se num Riad – o tradicional hotel marroquino construído em volta de um tranquilo jardim interno.

Leve muitas moedas no bolso porque a gorjeta é parte integrante da vida marroquina e uns poucos dirham como reconhecimento por um serviço bem feito podem facilitar muito a sua vida. Táxis, guias e os garotos que ajudam a encontrar o caminho no emaranhado de ruas sempre esperam alguns trocados. Nos restaurantes a gorjeta varia entre 5% e 10%.

Nunca aceite os serviços de um faux guide (guia falso), pois são guias ilegais. Contrate um guia de turismo oficial. É bem barato.

Petit e Grand táxis são ótimos para circular pelas cidades, mas prepare-se para esperar, pois os grandes não saem enquanto os seis assentos não estiverem lotados. Uma mulher sozinha viajando num grand pode e deve pagar pelos dois lugares do banco da frente para viajar mais tranqüila.

Mulheres viajando sozinhas devem ignorar a atenção desmedida dos homens, pois eles gritam "gazelle!" e alguns até propõem casamento, mas não olhe para eles. Se o homem insistir, ameace chamar a polícia – funciona na hora!

Considere o ato de pechinchar nos souks como um jogo amigável. Faz parte intrínseca da cultura local e é esperado, portanto ignore sempre o primeiro preço oferecido pelo vendedor.

O que comer?

A comida marroquina usa frutas e vegetais secos, temperos raros e aromáticos, peixes finos e carnes bem suculentas. Essa é a melhor comida oriental, famosa no mundo todo e uma verdadeira festa para o paladar.

Kebabs: os deliciosos churrasquinhos são feitos na sua frente no souk, nas praças e nas estradas. É barato e gostoso.

Cuscus: é o prato tradicional para o almoço da sexta-feira, mas os restaurantes servem todos os dias. Há vários tipos, de acordo com a região e a imaginação do cozinheiro.

Méchoui: cordeiro assado tão suavemente que a carne desmancha na boca.

Pastilla: massa folhada muito fina recheada de carne de pombo e amêndoas, com o famoso sabor marroquino agridoce. Há variedades com peixe, frango e até com leite, para sobremesa.

Tajine: o nome serve para designar tanto o prato de cerâmica com a tampa em forma cônica usado para cozinhar como a própria comida, um ótimo ensopado de carne, frango ou peixe com legumes.

Chá de hortelã: refrescante e estimulante é tomado de manhã, após as refeições ou a qualquer hora do dia. Toma-se sempre, como o nosso cafezinho.

Doces: bolos de mel, cornes de gazelles (pastéis doces), feqqas (rosquinhas de amêndoas), passas e ghoribas (biscoitos) com amêndoas ou gergelim.

Pratos para o Ramadan: durante o mês de setembro, ao entardecer, o jejum é quebrado com a saborosa harira, uma sopa de carne, lentilhas e ervilhas, com o beghrir, que são pequenas panquecas servidas com mel e manteiga derretida, e com os shebbakia, bolinhos cozidos no óleo e cobertos de mel. Esse pequeno lanche sacia a fome até a hora do verdadeiro jantar, só servido bem tarde.

Vale a pena descobrir os mistérios do Marrocos, você vai ficar fascinado...

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