Parece mentira, mas sempre que eu volto à Nova York eu acho a cidade cada vez mais bonita e mais interessante. E olha que eu já fui para lá pelo menos umas 30 vezes nos últimos 40 anos! Mas desta vez foi muito especial, pois foi a primeira com minha mulher, minha filha, meu filho e minha nora juntos! Curtindo Nova York com a família toda! Nada poderia ser melhor!
Em apenas uma semana nós vimos quatro ótimas exposições de arte, duas excelentes comédias musicais, uma espetacular apresentação de músicos de jazz e ainda por cima pegamos várias liquidações de verão a preços inacreditáveis! Isso sem falar nos ótimos restaurantes onde tomamos nossos "breakfasts", almoçamos e jantamos juntos.
No Whitney Museum of American Art a exposição “Summer of Love – Art of the Psychedelic Era” atrai um grande público que quer ver ou rever, como eu, os pôsteres, fotos, capas de Lps, desenhos, objetos muito malucos e coloridos além de instalações com luzes estroboscópicas da época muito louca dos anos 60 e 70. Tem até quadros com LSD diluído em pequenos pedaços de papel – muito usado naqueles tempos em lugar de pílulas ou pastilhas, para ninguém dar bandeira...
Lá também vimos a exposição de Rudolf Stingel, artista de vanguarda que transformou os espaços do próprio museu para mostrar sua arte sem limites e muito diferente de tudo o que já tínhamos visto na vida!
No MoMA os imensos e poderosos labirintos de aço forjado de Richard Serra ocupam todo o jardim das esculturas, o segundo e o sexto andares comemorando 40 anos de uma brilhante carreira durante a qual o artista conseguiu mudar a definição clássica de escultura. Imperdível. Olha só o Pedro perdido na foto ao lado.
Ainda no Moma começou há pouco uma mostra das impressionantes fotografias de Joann Verberg, “Present Tense”.
E nada como se deliciar mais uma vez com o grande acervo do museu, agora enriquecido com uma tela da brasileira Beatriz Milhazes em grande destaque.
No Jewish Museum, que eu não conhecia e adorei, além das peças históricas que mostram mais de quatro mil anos de arte judaica, está fazendo o maior sucesso a exposição de esculturas, caixas e objetos de Louise Nevelson, a artista ucraniana que transformava pedaços de madeira encontrados nas ruas de Manhattan em peças de uma força impressionante, sempre pintadas de preto, branco ou dourado. Não deixe de comprar o livro para curtir mais ainda!
E no Metropolitan as novas galerias de arte greco-romana recém-inauguradas mostram pela primeira vez valiosas peças que estavam guardadas há anos por falta de espaço para serem expostas. O antigo restaurante do térreo e vários escritórios foram transformados em um grande espaço de dois andares com o teto de vidro, uma fonte no meio do salão com o piso reproduzindo mosaicos antigos e janelas dando para a Quinta Avenida.
No terraço do museu e no segundo andar as monumentais esculturas de Frank Stella mostram uma relação diferente entre pintura e arquitetura. As formas são imensas! Olha só a pose da Bia na frente de uma delas lá no terraço!
E até o dia 19 de agosto você ainda pode ver “Poiret: King of Fashion”, uma grande retrospectiva dedicada ao famoso costureiro francês que usava a técnica de deixar que o corpo feminino desse forma aos seus vestidos, ao contrário dos outros estilistas da época que os disfarçavam com roupas cheias de enchimentos e pregas.
E os shows?
Na Broadway, no Palace Theatre, Legally Blonde, o musical baseado no filme homônimo com a história da “loura burra” que resolve mostrar para o ex-namorado que pode se tornar uma boa advogada, está com casas lotadas até dezembro!
Muito engraçada, com músicas e coreografias bem criativas, além de um talentoso elenco jovem e dois cachorros muito bem treinados, a comédia tem números aplaudidos em cena aberta. Vale a pena pagar os mais de cem dólares pelo ticket. Você não vai se arrepender.
O City Center, um antigo teatro em estilo mourisco na Rua 55 entre Sexta e Sétima avenidas, de uns anos para cá especializou-se em preservar a memória cultural da arte teatral americana remontando peças, operetas e musicais do passado, mantendo suas concepções e coreografias originais para o público de hoje poder assistir e conhecer a arte de outras épocas.
Até o final de julho está em cartaz “GYPSY”, de Arthur Laurent, Jule Styne e Stephen Sondheim, contando a vida de Gypsy Rose Lee, a rainha do strip-tease nos Estados Unidos e que foi encenada pela primeira vez em 1959 com o maior sucesso. Estrelada agora pela excelente Patti LuPone – ganhadora do Tony por “Evita” – a peça vem lotando o teatro diariamente. Todos saem cantarolando as músicas eternas como “Let me entertain you”, “Some people”, “Small world”, “All I need is the girl”, “Together wherever we go” e a sensacional “Everything’s coming up roses”.
Se você gosta de jazz, nada melhor que o Dizzy’s Club Coca-Cola, no Time Warner Building no Columbus Circle, para ouvir músicos esbanjando talento. Na sexta-feira passada vimos nada menos que o quinteto de Charles McPherson e Tom Harrell com o lendário Jimmy Cobb na bateria. Dentre as canções, “What’s New?” e “Retrato em Preto e Branco” de Tom Jobim. Emocionante pela música e pelo cenário, já que o fundo do palco é formado por imensas janelas dando para o Central Park ao anoitecer.
Restaurantes que eu fui e adorei:
DA SILVANO
260 6th Avenue, entre Houston & Bleecker Streets, no SoHo – 212 982-2343 - Italiano divertido, comida da Toscana excelente, no verão com mesinhas na calçada, muito gostoso e de preços moderados.
McCORMICK & SCHMICK'S SEAFOOD RESTAURANT - 1285 6th Avenue & 52nd Street, - 212 459-1222
O famoso restaurante de Boston chegou à Nova York com seus deliciosos peixes e frutos do mar. Grande, decorado no estilo de Frank Lloyd Wright, menu variadíssimo e barato.
NELLO
696 Madison Avenue, entre 62nd e 63rd Streets – 212 980-9099 - Pequeno, chique, muito badalado, caríssimo mas com um menu maravilhoso! Dizem as más línguas que o pessoal vai lá primeiro para ver e ser visto, e depois pela comida...
P. J. CLARKE'S AT LINCOLN SQUARE
West 63rd Street & Columbus – 212 957-9700
Inaugurada há pouco mais de um mês, a nova filial do tradicionalíssimo restaurante americano que existe desde 1884 fica bem em frente ao Lincoln Center e serve os mesmos hambúrgueres imensos com rodelas de cebola e muita batata frita do original na 3rd Avenue e do outro no Financial Center. Mil opções de sanduíches, pratos quentes e sobremesas. Perfeito para depois de alguma apresentação no Metropolitan ou no Vivian Beaumont. Baratíssimo e sempre cheio.
E para encerrar um exemplo do que você pode esperar de uma liquidação em Nova York.
Saks Fifth Avenue, loja cara, quinto andar só de roupas masculinas, balcão do Ralph Lauren: mesas cheias de camisas, malhas, pólos, bermudas e calças remarcadas. Vejo um suéter branco de seda e cashmere bem leve, perfeito para os nossos “invernos” cariocas. Na etiqueta o preço impresso é U$ 185.00, mas está riscado de vermelho e embaixo está escrito U$ 100.00. Bem barato, penso eu. Pego o casaco e resolvo comprar. Chego ao caixa e fico espantado quando o atendente me fala que ainda há um desconto extra de 50%! Moral da história: paguei U$ 50.00 por um suéter da maior qualidade! Só lá mesmo...
E acabou-se o que era doce... Pegamos o 777 da American Airlines e chegamos de volta ao Rio exaustos de tanta coisa que fizemos por lá mas de cuca fresca e descansada. Nada como uma viagem para você se desligar das chateações do dia-a-dia.
Até a próxima!
quarta-feira, 18 de julho de 2007
ACABEI DE CHEGAR DE NOVA YORK!
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2 comentários:
Muito bom, Pai!! A viagem foi inesquecivel! Tomara que a gente ainda possa fazer muitas viagens como essa!
Beijos
Por que nao:)
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