sábado, 16 de agosto de 2008

MERGULHANDO NO AZUL DE CAPRI

Na sua próxima ida à Europa não deixe de visitar Capri e a inacreditável Gruta Azul, e tenha a certeza que a viagem será inesquecível!

Para chegar a essa ilha dos sonhos, você tem que viajar até Nápoles ou Sorrento, no sul da Itália, na região da Campânia, de onde saem os barcos e hidrofoils para Capri. Desembarcando na Marina Grande, o maior porto da ilha, basta dar cinco passos e você já está no centro desta alegre cidade cheia de pracinhas, ruelas estreitas, ladeiras, colinas e muitos bares e restaurantes com mesas nas calçadas sempre cheias de gente alegre e barulhenta.

É dessa mesma marina que saem os barcos para a gruta e outros pontos turísticos do mar Tirreno. A outra cidade da ilha chama-se Anacapri e fica nas montanhas. Para passear por lá o ideal é alugar uma motoneta, já que as ruas são muito apertadas para carros. Você pode subir pelas colinas e visitar a Villa Jovis, de onde o Imperador Tibério governou em seus últimos anos de vida e que hoje é uma escola, e o mosteiro Certosa di San Giacomo, de onde se tem a melhor vista das Faraglioni, incríveis ilhas que são blocos rochosos surgindo do mar lá em baixo.

Mais acima fica o monte Solaro, com quase 600 metros de altura, de onde se descortina a melhor vista de Capri. Aproveite para almoçar nos vários restaurantes com varandas sobre o mar. Ao retornar à cidade não deixe de passar por Migliera, um pequeno vale todo plantado com vinhas entremeadas por antigos bosques. Lá de cima você também vê o mar de Ischia, outra ilha linda ali pertinho, a baía de Nápoles e até o vulcão Vesúvio.

Aproveite para conhecer a Villa San Michele onde funciona o Museu Axel Munthe, mostrando tudo da vida desse incrível médico, escritor, músico, cantor e filantropo.
Veja também as ruínas do Castelo Barbarossa, em estilo bizantino, que recebeu esse nome depois do ataque do Pirata Barba Ruiva em 1535 que destruiu tudo.

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A imensidão azul

A Gruta Azul é uma das maravilhas da natureza mais conhecidas do mundo pelos intensos tons de azul do seu interior e os reflexos prateados que emanam de tudo que se movimenta dentro dágua, sejam peixes, remos ou sua própria mão.
Só se entra na gruta em pequenos barcos a remo para duas ou três pessoas que têm que se deitar no fundo para poder passar pela estreita abertura na rocha com dois metros de largura por pouco menos de um metro de altura.

O barqueiro força o barco para dentro usando os remos e puxando correntes presas nas bordas da pedra. Quando a maré está muito alta ou quando sopram os ventos sudoeste ou mistral, ninguém entra ou sai de lá.

Uma vez lá dentro você vai ficar impressionado com o azul forte da caverna, que tem uma abóbada chamada Duomo Azzurro com altura média de sete metros indo até quatorze na parte de trás. A gruta mede sessenta de comprimento por vinte e cinco de largura, e o barco pode navegar pela Galeria das Pilastras até a Sala dos Nomes, assim chamada pela quantidade de assinaturas feitas pelos visitantes em suas paredes calcárias.

E os barqueiros adoram cantar dentro da gruta, aproveitando o eco...



O barco continua pela Passagem da Erosão e vai até a sala da Erosão, o ponto final do passeio. Os fantásticos tons de azul são criados pela claridade do sol filtrada pela água que absorve os tons vermelhos da luz deixando apenas passar os azuis. O segundo fenômeno, dos reflexos prateados, é causado pela refração das bolhas de ar que aderem à superfície dos objetos e que é diferente das bolhas da água, resultando numa luz branca cintilante.

Hoje em dia, por conta das leis de proteção ambiental, é proibido mergulhar lá dentro, mas nos anos sessenta, quando eu visitei a gruta, a farra era pular do barco e nadar naquela imensidão azul iluminada só por baixo, vendo as bolhas estourar e gritando bem alto para ouvir o estranhíssimo eco.

Dizem que durante o Império Romano a gruta era tida como um esconderijo de sereias que enfeitiçavam quem se aproximasse de lá. Agora, porém, Capri e sua gruta estão mais para as badalações do jet-set internacional do que para lendas mitológicas, e a cidade fervilha nos meses de verão com turistas e sereias de todas as nacionalidades que se enfeitiçam com as belezas naturais e a “dolce vita”.

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O ponto principal da cidade é a Piazzetta, apelido dado à Praça Umberto I, onde fica o terraço cheio de colunas da estação do funicular com a vista do Monte Solaro atrás e os vários bares onde visitantes e locais passam muitas horas do dia bebendo, comendo ou simplesmente aproveitando o “dolce far niente” debaixo dos ombrelones. Vendo a algazarra diária fica difícil de acreditar que há a pouco mais de 50 anos ali funcionava o mercado de peixe e a feira semanal.

E as praias?

Capri não tem praias como as nossas de areia branca, só pequenas enseadas e muitos rochedos. Mas você pode aproveitar o sol do Mediterrâneo em terraços montados nas pedras com toda a infra-estrutura de clubes de praia, com espreguiçadeiras, guarda-sóis, chuveiro e serviço de bar. O melhor deles é o Bagni Internazionali na Marina Piccola, com tudo o que você tem direito: hotel, restaurante, marina e muita badalação.

Por toda a costa existem pequenas praias de seixos escondidas pela vegetação, algumas delas só atingíveis de barco, que você pode ir descobrindo a cada dia. E é claro que quase todos os hotéis tem piscinas com águas tão azuis como as da gruta, para o seu refresco diário...

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Onde se hospedar:

O melhor hotel da ilha fica em Anacapri e chama-se Capri Palace Hotel & Spa, com decoração elegante e quartos com varandas para o mar. Alguma suites tem piscinas nos terraços. Diárias começam em 320 euros e vão em frente. O restaurante é maravilhoso e acabou de ganhar mais uma estrela do Michelin.

Em Capri o melhor é o La Residenza, perto da Piazzetta, ocupando um prédio histórico, com muitas piscinas. Quartos enormes a partir de 290 euros.

Como uma opção mais barata a sugestão é a simpática e básica Pensione Villa La Tosca, com diárias de 120 euros, oferecendo quartos e banheiros pequenos mas limpos.

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A Gastronomia Caprese

A comida de Capri é das melhores da Itália, com muita massa e frutos do mar fresquíssimos. Você pode entrar tranqüilo em qualquer restaurante e fazer uma refeição inesquecível!

Além da famosa Salada Caprese (rodelas de tomate e mussarela banhadas no óleo virgem com ervas), não deixe de provar o Totani com patata (lulas cozidas no vinho com batatas), o Ravióli alla caprese (recheado com carne e molho de tomate e cebola), o Pezzagona all’a acqua pazza (peixe do Golfo de Nápoles cozido na água salgada com ervas) e de sobremesa a Torta caprese (de chocolate e amêndoas) acompanhada de um Limoncello de fabricação local. E não esqueça o vinho branco produzido em Anacapri, geladinho, divino...

Restaurantes que eu recomendo em Capri:

AURORA – Via Fuorlovado 18 – 081 837-0181
Dos mais antigos da cidade, funcionando desde 1912 com a mesma qualidade e serviço.

CAPRI’S – Via Roma 33 – 081 837-7108
Dos mais novos e melhores da cidade, no hotel Capri Palace, com uma vista linda de seu terraço ao ar livre.

LE GROTELLE – Via Arco Naturale – 081 837-5719
Instalado numa pequena gruta perto do Arco Naturale, que é uma rocha milenar transformada em um arco pela erosão dos ventos, serve frutos do mar e ótimas pizzas. A vista também é ótima.

Na Marina Grande:
DA PAOLINO– Via Palazzo a Mare 11 – 081 837-6102
Simpática tratoria ao ar livre com mesas sob treliças cobertas de limões.

Em Anacapri:
ADD’O RICCIO – Via Grota Azzurra – 081 – 837-1380
Nos penhascos acima da Gruta Azul, vista deslumbrante e frutos do mar também.


Um comentário:

AndressaBitelly disse...

O meu sonho é conhecer Nápoles, a Ilha de Capri. Tenho uma ligação muito forte com a Itália. Sou descendente de italiano (meu bisavô). Terra linda e abençoada.