quarta-feira, 3 de setembro de 2008

PASSEANDO POR TORONTO

Toronto é a maior e mais ativa cidade do Canadá. Localizada às margens do lago Ontário, ela era uma pequena aldeia indígena do século 17 cujo nome significa “ponto de encontro”. Tornou-se um entreposto francês de comércio de peles em 1720 e foi disputada pelos Estados Unidos e Inglaterra na guerra de 1812.

A partir do final da Segunda Grande Guerra, Toronto cresceu muito ao receber mais de 500 mil imigrantes, tornando-se hoje a quinta maior cidade da América do Norte com mais de 4 milhões de habitantes. Ela é considerada pelas Nações Unidas a cidade mais multicultural do mundo, com mais de 80 grupos étnicos falando mais de 50 línguas diferentes.

Muito bem planejada por seus arquitetos, que misturaram de forma harmoniosa prédios históricos com arranha-céus altíssimos, Toronto é uma das mais seguras e limpas cidades da América. O metrô e cidade subterrânea, para ajudar nos frios meses do inverno são perfeitos, mas é a cordialidade de seus habitantes que impressiona mais. Muito procurada por estudantes do mundo inteiro, atraídos pela tranqüilidade e o baixo custo de vida, a cidade possui um número bem grande de cursos, faculdades e universidades.

Você sabia que a rua mais comprida do mundo fica em Toronto? Chama-se Yonge Street (diz-se Young) e tem 1.900 km de extensão. Também a maior torre do mundo fica lá, a CN Tower, com 533,3 metros de altura. Depois de muitos quilômetros quadrados de aterro ao longo dos anos, a zona do porto transformou-se no Harbourfront Centre, com hotéis, prédios residenciais e comerciais, centro de convenção, estádios e muito mais.

Na sua próxima ida ao Canadá passe por Toronto e conheça esta simpática cidade.

A CN Tower foi construída nos anos 70 pela empresa de estradas de ferro Canadian National junto com a CBC de televisão que precisava de uma nova torre de transmissão. Subindo pelos rapidíssimos elevadores de vidro externos, você chega aos dois mirantes, um deles com um aflitivo piso de vidro! Mais acima fica um grande restaurante giratório, o 360, oferecendo gastronomia requintada e vista deslumbrante.

No centro fica a Yonge Street e várias atrações: a Art Gallery of Ontário (com um acervo variado contando com mais de 20 esculturas de Henry Moore), o Textile Museum (mostrando de tudo em matéria de roupas, tecidos e bordados), o Eaton Centre (o maior shopping-center de lá), a velha (do século 19) e a nova Prefeitura (construída em 1964 e ainda hoje moderníssima), e a Campbell House (com seu estilo vitoriano).

Vale a pena passear pelo Harbourfront e conhecer o Rogers Centre, o primeiro estádio a ter um teto móvel que abre e fecha em menos de 20 minutos. Lá é a sede dos Toronto Argonauts, da Liga Canadense de Futebol e dos Toronto Blue Jays, de beisebol. Lá fica também o Molson Place, um teatro ao ar livre que apresenta shows, teatro, cinema e dança. O Centro de Convenções, ao lado, está agendado até o ano 2015!


No Queen’s Quay, que é uma grande área de pedestres na beira do lago, há muitos restaurantes, bares e cafés, além de lojas de todos os tipos. No verão o lugar fervilha e você pode alugar barcos e veleiros para passear e conhecer as ilhas vizinhas.




O atual Sony Centre for the Performing Arts (ex-Hummingbird) oferece espetáculos de música, teatro, ópera e balé, além de cantores famosos internacionais. Seus 3.200 lugares ficaram lotados com as recentes apresentações de Robie Williams e Elvis Costello.

Para conhecer um pouco da cultura local, visite a Toronto Dominion Gallery of Inuit Art, com uma extensa coleção de objetos feitos pelos esquimós que habitavam o Ártico Canadense. As peças de pedra sabão, osso, chifre de caribu e dentes de morsa mostram o alto grau de habilidade dos Inuits. Outro museu interessante é o Gardiner Museum, único do mundo expondo só objetos raros de cerâmica e porcelana.

Uma visita obrigatória é ao Royal Ontário Museum, que desde 1912 expõe um grande e variado acervo que inclui arte de todos os períodos históricos, ciências naturais, arqueologia e muito mais. A sala dos dinossauros e a parte de arte asiática, recentemente reformadas, são pontos altos do museu, assim como as coleções egípcias e africanas.

A Casa Loma, um castelo gótico construído por Henry Pellat, que ficou milionário transformando a força das cataratas do Niagara em energia elétrica, que custou 3,5 milhões de dólares em 1906, também vale a pena ser visitada. Veja a estufa com sua cúpula de vitrôs e salão com vigas de madeira sustentando o teto de 8 metros de altura, além dos lindos jardins e outros 96 cômodos.

Um lugar bem curioso e interessante é o Bata Shoe Museum, expondo sapatos de todos os tipos e épocas num prédio que tem a forma de uma caixa de sapato. Construído pelos donos da fábrica de sapatos Bata, o museu mostra os primeiros sapatos do mundo, os mais estranhos, os mais exóticos, e os de artistas famosos como Elton John, Marylin Monroe e Michael Jackson.

Yorkville é o bairro mais simpático de Toronto, com suas ruas de prédios antigos cheios de bares, cafés, butiques e galerias de arte, bem no estilo do Village e do Soho de Nova York. Nos anos 60 só hippies circulavam por lá, mas agora até as grifes internacionais ocupam casas inteiras das avenidas Yorkville e Cumberland, como Ralph Lauren, Armani e muitas outras.

Três excelentes restaurantes em Yorkville:

Opus
– 37 Prince Arthur Ave, 416 921-3105
Elegante e com uma cozinha voltada para a alimentação saudável, esse restaurante francês que ocupa uma casa antiga muito bem decorada é dos mais badalados de lá.

Courtyard Café – 18 St. Thomas St, 416 971-9666
Excelente cozinha em ambiente chique e descontraído com uma adega com mais de 10 mil garrafas de vinho. Comida francesa maravilhosa. Fica no Windsor Arms Hotel.

Prego Della Piazza – 150 Bloor St. West, 416 920-9900
Italiano divertido atraindo multidões desde 1987. Barulhento, bom e barato.


Onde se hospedar:

Na última vez eu fiquei no Westin Harbour Castle, de frente para o lago, ótimo e moderno. Diárias de USD 210.00. Tem um bom restaurante no último andar com uma vista linda.

O melhor hotel da cidade é o Royal York, funcionando de 1929, no mais puro estilo de castelo francês. Decoração luxuosa e quartos bem espaçosos. Diárias a partir de USD 220.00, nada caro. Fica em frente à estação central.

Para os consumistas o melhor é o Bond Place Hotel, que fica ao lado do Eaton Centre, com diárias a partir de USD 100.00. Muitos grupos de excursões se hospedam lá. Bom e barato.

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PROTEGENDO OS PÁSSAROS

A primeira vez que fui a Toronto foi em outubro, em pleno outono, e me impressionou muito a quantidade de arranha-céus modernos e altíssimos lado a lado com os pequenos prédios de pedra bem antigos. Uma noite, voltando bem tarde de um restaurante, reparei que todos os grande edifícios estavam com as luzes acesas a partir do sexto ou sétimo andar. Eram dezenas de prédios que permaneciam com as vidraças iluminadas a noite toda. Perguntei ao nosso guia local a razão de tal desperdício de energia e fiquei bobo quando ele me disse que era por causa da migração dos pássaros!

Como sempre acontece no outono, os milhões de pássaros canadenses voavam para o sul para se abrigar do frio do inverno, só retornando em março. Acontece que como muitos só voam à noite, depois da construção dos altíssimos prédios as aves colidiam com as vidraças dos edifícios escuros e morriam às centenas, pois não viam aqueles imensos obstáculos na sua frente. E pela manhã a população encontrava os pássaros e patos selvagens mortos caídos nas calçadas!

Foi feito então um acordo entre os construtores e a prefeitura obrigando a quem quisesse construir prédios mais altos a manter acesos todos os andares acima da tal altura a noite toda durante o período da migração. E a partir daí ave nenhuma se chocou com as vidraças e todos saíram ganhando, pois além dos pássaros protegidos Toronto passou a ser a cidade mais iluminada do mundo.

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