quarta-feira, 22 de agosto de 2007

CONHECENDO BEM O MARAIS

Você sabia que o bairro histórico da época pré-revolucionária mais preservado de Paris já escapou de ser totalmente demolido por duas vezes? E que um decreto de proteção ambiental de André Malraux em 1962 o transformou da noite para o dia de uma decadente favela em um local do maior interesse imobiliário e comercial? Pois foi exatamente o que aconteceu nessa época e cujo resultado os parisienses vêem hoje com o maior orgulho.

Todo mundo acha que conhece bem o Marais, mas poucos sabem que esse bairro erguido em terreno pantanoso é habitado por diferentes tribos coexistindo pacificamente, cada uma concentrada em seu quarteirão. Agora então depois da inauguração do 'hip' hotel Murano Urban Resort na esquina do Boulevard du Temple, bem mais para o norte, em frente ao Cirque d’Hiver, toda uma nova turma 'fashion' invadiu o bairro, tornando-o mais badalado ainda.

ANTIGO & NOVO

Toda a região é cheia de prédios históricos e o melhor exemplo do estilo do século 17 é a Place des Vosges, construída Henrique IV para ser o centro da corte real. Para conhecer o interior de algumas dessas construções visite o Musée Carnavalet, na foto abaixo, que conta a história de Paris, a filial da galeria de fotografias do Jeu de Paume, o Museu Picasso ou a casa de Victor Hugo, hoje um museu. E você pode comer no prédio mais antigo da cidade, no "L’Auberge Nicolas Flamel" (51 rue de Montmorency – 01.42.71.77.78) ou no chiquérrimo "L’Ambroisie" (9, Place des Vosges – 01.42.78.51.45) e apreciar toda a beleza da praça.

A turma jovem e 'descolada' circula pelas ruas Vieille-du-Temple e des Gravilliers, cheias de bares como o bar/livraria "La Belle Hortense" e o animado "Le Petit Fer à Cheval" bem em frente. A “balada” começa no bar do Murano que tem a maior coleção de vodkas do mundo (mais de 140!), segue para o "La Perle", um café dos anos 70 sempre com fila na porta, e termina no "Andy Wahloo", ao lado do restaurante "Momo’s 404". Para curar a ressaca do dia seguinte a melhor massagem é no Índia & Spa (76 rue Charlot – 01.42.77.82.10).

ARTE & DESIGN

A parte mais ao norte do bairro está se tornando um reduto de excelentes lojas de design: a rue Charlot tem várias lojas 'retro', como a Galerie Dansk (móveis escandinavos dos anos 70), e a rue Vieille-du-Temple concentra butiques bem badaladas, como a "Tools Galerie" (cerâmica e vidro), a "Code 3" (móveis e objetos antigos reciclados) e a "Ozone" (luminárias fantásticas).

Na ruas mais próximas ao Centro Pompidou, o Marais oferece uma grande variedade de galerias que vendem arte contemporânea quase a preços de custo, como a "Gilles Peyroulet et Cie" e "Yvon Lambert". O Espace Commines tem sempre ótimas exposições e feiras de arte. Obras de artistas conceituados como Nan Goldin e Jenny Holzer são as mais procuradas hoje em dia.

GAY & FASHION

Nos últimos vinte anos o 'Marais gay' tornou-se um verdadeiro fenômeno: o café "Les Marronniers" tem a varanda perfeita para almoçar e ser visto e os "Open Café" e "Le Cox" ficam lotados ao anoitecer. Do outro lado da rua a "Agora Press" tem revistas, jornais e livros do mundo inteiro, além de publicações gays. A 'night' dos garotos musculosos começa no bar "Le Carré" e segue para o Le Raidd, com música tecno a noite toda. Butiques como a "Free “P” Star" e "Boy’s Bazaar" vendem roupas e acessórios “vintage” tão em moda atualmente.

Já nas ruas Franc-Bourgeois, Pavée e Poitu, agora que Christian Lacroix abriu seu próprio hotel-butique, o Hotel du Petit Moulin, o status do Marais está garantido como bairro 'fashion': Issey Miyake, Bárbara Bui, Zadig et Voltaire e Antoine et Lili já têm lojas lá.
Se você gosta de moda de vanguarda feita pela garotada não-tão-famosa-ainda, vá à "Galerie Simone" ou à "La Chose". Para sapatos diferentes vá à "Hoses", e para roupa masculina a "Jacenko" e "AB33" são as melhores.

Qualquer que seja o seu estilo pessoal, posição social, idade ou orientação sexual, uma visita ao Marais é sempre um programa interessante e divertido.

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