quarta-feira, 2 de julho de 2008

NA TERRA DA JOANA D'ARC

Esta cidade, que já foi capital da França e hoje é capital da região chamada Centre-Val de Loire, continua bastante importante por ser um grande centro universitário e histórico. Apesar de estar localizada na beira do rio Loire, onde os castelos são as maiores atrações, Orléans não tem castelo algum. Em compensação a catedral, o museu de belas artes, as casinhas da cidade antiga e os grandes e bem cuidados parques são visitados o ano inteiro por milhares de turistas.

Situada a apenas 120 km de Paris, essa cidade que ficou famosa por causa de Joana d’Arc tem muita história para contar: erguida no local onde ficava a região da Gália - berço da França - onde Druidas e Gauleses se reuniam para conspirar contra o imperador romano César no ano 52 antes de Cristo, ela foi sitiada por Átila, o Huno em 451 e também em 1428 pelos ingleses, que lá ficaram por muito tempo.

Em 1429 a jovem heroína convenceu o Delfim Carlos VII a resgatar Orléans e ela mesma comandou o exército real em várias batalhas vitoriosas, levando depois o rei para ser coroado em Reims. Dia 8 de maio é o dia de Joana d’Arc, e durante uma semana acontecem festas, desfiles, queimas de fogos e um engraçado “mercado medieval”.


Sua estátua fica no centro da Praça Martroi, rodeada pelas arcadas da Rua Royale e as históricas fachadas dos prédios e casas particulares dos séculos 18 e 19.
Lá está também o velho Pavillon de la Chancellerie, construído em 1759 pelo Duque de Orléans para guardar seus arquivos e a estação de trem da SNCF.

A cidade tem cinco pontes cruzando o Loire: ponte L'Europe, Marechal Joffre - conhecida como Ponte Nova - George V, René Thinat e Vierzon, essa só para os trens.

Na próxima viagem a Paris pegue um trem na Gare d’Austerlitz e em uma hora e dez minutos você estará saltando bem na praça principal. E aproveite para visitar:

A Catedral da Santa Cruz, cuja construção começou no século 13 e só terminou no 16, é um exemplo de arte gótica. Sua fachada lateral tem três imensas portas coroadas por rosáceas de vitrô e suas escadarias em espiral têm trabalhos lindos em mármore.
Na cripta estão expostas peças em ouro, prata e esmalte, algumas do século 13.

O Museu Histórico e Arqueológico, instalado num elegante prédio de 1550, o Hotel Cabu, abriga tesouros do período Galo-Romano no térreo, da Idade Média e do Classicismo no primeiro andar e peças do folclore local no segundo, com objetos de estanho, ouro e prata, além de relógios antigos. Dentro do museu funciona o restaurante La Dariole, servindo ótima comida francesa.

O Museu de Belas Artes, considerado um dos mais importantes da França, tem obras que datam do tempo da Revolução Francesa. Lá estão quadros de artistas das escolas italiana, flamenga e holandesa, entre eles Correggio, Tintoretto, Carracci e Van Dyck. Há uma galeria dedicada apenas a trabalhos em pastel, e uma outra só de esculturas contemporâneas, no subsolo.

A Casa de Joana d’Arc com a fachada toda em madeira contrasta com a moderna praça Charles-de-Gaulle, que foi bombardeada em 1940 e reconstruída em seguida. O pequeno prédio é uma reprodução exata da casa do Tesoureiro do Duque de Orléans, Jacques Boucher, que a hospedou em 1429. Estão expostas roupas da época e há uma apresentação áudio-visual muito interessante contando a história da cidade. Há ainda uma biblioteca com livros, filmes e um bom arquivo fotográfico.

A rue de Bourgogne, que era a via principal da antiga cidade Galo-Romana, é hoje uma simpática rua de pedestres cheia de lojas e restaurantes. Muitas fachadas são bem antigas: no número 261 há uma casa de pedra original do século 15, e mais à frente a Prefeitura instalada no antigo convento dos Beneditinos do século 17. Em frente, na rue Pothier, está a Salle des Thèses, uma biblioteca do século 15 que é tudo o que sobrou da antiga universidade onde o famoso reformista Calvino estudou direito em 1528.

Em meio a toda essa antiguidade, as coisas modernas também florescem.
O L’Astrolabe, no número 1 da rue Alexandre Avisse, é uma sala de espetáculos dedicada à música moderna, reggae, percus e techno, tendo ainda um rinque de patinação.

A Universidade de Orléans atrai centenas de jovens do mundo todo, pois tem acordo com várias escolas de outros países. Aulas de francês para estrangeiros são dadas por semestre, por um ano ou em cursos rápidos de verão. Se você estiver interessado, clique no nome da universidade para saber mais.

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Algumas dicas de restaurantes e bares:

Pizzeria Capri – 103 bis, rue du Faubourg Madeleine – servindo excelente massa, pizzas e outros pratos italianos.

Tokyo – Place du Chatelet – O melhor sushi da cidade.

Le Petit Barcelone – 218 rue de Bourgogne – Ambiente descontraído e agradável, bastante mesas para bater papo e tomar um vinho.


Havana Café – 28 Place du Chatelet – Com mesas dentro e do lado de fora, fica cheio a noite inteira.

Le Paxton’s Head – Rue de Bourgogne – Para os fãs de Karaokê.

L’Amazone – 105 bis, rue du Faubourg Madeleine – Boate especializada em Zouk Africano, reggae e Hip Hop.

L’Épicurean – 54 rue des Turcies – O melhor restaurante da cidade, num prédio antigo cheio de troncos de madeira aparente no teto. Muito simpático.

L’Absinthe – 133 rue Marcel-Belot – Bar descolado oferecendo mais de 30 tipos de cerveja, a maioria belga, em ambiente bem agradável. Os crepes são divinos...

E se você depois pretende visitar os castelos do Loire, passe uma noite em Orléans e siga viagem no dia seguinte. Minha dica é o Jackotel, que fica perto do rio na cidade velha ocupando um tranqüilo e antigo claustro, todo cercado de grandes castanheiras. Os quartos são pequenos mas muito confortáveis.

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