domingo, 13 de maio de 2007

I LEFT MY HEART IN SAN FRANCISCO

Como Tony Bennett afirma na famosa canção, não há como visitar San Francisco sem se apaixonar por esta cidade tão especial com as ruas pontilhadas de casas vitorianas, os bondinhos barulhentos subindo e descendo as várias colinas, os ótimos restaurantes de frutos do mar, o variado comércio, a baía linda cheia de ilhas e barcos e a ponte Golden Gate dando boas vindas a todos.
Originalmente habitada por índios e “descoberta” pelo almirante inglês Sir Francis Drake, a cidade cresceu sob cinco domínios de 1579 a 1850 e absorveu todas suas influências: Inglaterra, Espanha, México, República da Califórnia e finalmente Estados Unidos. Um dia descobriram ouro e correu a notícia de que lá era um lugar para se ficar rico rápido, o que atraiu imigrantes e aventureiros. Em 1906 um fortíssimo terremoto seguido de incêndio arrasou a cidade, obrigando os sobreviventes a reconstruí-la da forma maravilhosa que permanece até hoje.

Não há nada mais característico de San Francisco que o som dos “cable-cars” subindo e descendo as ladeiras, com os sinos tocando em todos os cruzamentos. Funcionando desde 1873, os bondinhos funcionam com um sistema subterrâneo de cabos de aço que os puxa ladeira acima e os freia ladeira abaixo, controlados pelos experientes condutores. Hoje três linhas com 44 bondinhos cortam a cidade e transportam mais de 13 milhões de passageiros por ano, sendo um meio de transporte usado igualmente por moradores e turistas. E se você só fizer uma única viagem neles, que seja na Linha Powell-Hyde, com as melhores vistas panorâmicas e as curvas mais fechadas. Pegando o bondinho no ponto final do Fisherman’s Wharf em meia hora você chega à Union Square, bem no centro da cidade. É lá que o grande comércio fervilha...
Em volta desta praça ficam a Macy’s, Tiffany, Ferragamo, Brooks Brothers, Neiman Marcus e Saks Fifth Avenue. Outras tantas lojas estão na Post Street, o equivalente à Quinta Avenida de New York (entre a Stockton e Montgomery) com as grifes mais famosas: Polo, Cartier, Bulgari, Versace, Armani, Dunhill, Escada e muito mais.

No Wharf dois simpáticos shopping-centers e um ancoradouro fazem a festa dos consumistas: The Cannery e Ghirardelly Square, duas antigas fábricas reformadas que hoje abrigam butiques e restaurantes, e o sempre cheio Píer 39 com seu enorme deque de madeira avançando pelo mar, com mais lojas e excelentes restaurantes de frutos do mar. De suas muradas vê-se dezenas de focas e leões-marinhos tomando sol nas bóias e fazendo a maior algazarra, para a alegria da criançada. Dos dois lados fica a marina, com embarcações de todos os tipos.

Desse píer partem os barcos que cruzam o grande mar, passando pela Ilha de Alcatraz e sua misteriosa prisão desativada (há visitas guiadas diàriamente), por baixo da ponte Golden Gate e chegando a Tiburon e Sausalito, dois charmosos vilarejos de onde se tem a melhor vista de San Francisco, do outro lado da baía. A empresa chama-se Blue & Gold Fleet e são muitos os horários das partidas.

Vale a pena fazer um passeio de barco, saltar em Sausalito e andar pelas ruelas cheias de ateliês de artistas e pequenos e irresistíveis cafés com mesinhas nas calçadas à beira do mar. O pôr do sol com a silhueta da Golden Gate é um impressionante cartão postal.

Um ponto muito visitado é o Embarcadero Center, mais acima do Píer 39, um grande e moderno complexo de prédios de escritórios e um grande shopping, em meio a jardins com esculturas e fontes. Mais acima, na esquina da Market e 4th streets fica a grande novidade da cidade: The Metreon, o moderníssimo prédio da SONY, com vários andares onde estão expostos os novos lançamentos de eletrônicos (e você pode mexer e brincar com todos eles), um multiplex com 15 cinemas (inclusive um IMAX – aquela projeção digital na telona quadrada), uma “gaming arcade” com centenas dos mais recentes vídeo-games, e ainda restaurantes para todos os gostos e bolsos.

Mas o que o Metreon tem de mais sensacional é a vista de suas enormes janelas de vidro para o Yerba Buena Gardens – uma grande área verde em pleno centro da cidade – e para o Museu de Arte Moderna, outra visita obrigatória.

Outro museu importante é o Ansel Adams Center (655 Mission street) especializado em fotografia. O Museu de Arte Asiática, no Golden Gate Park, tem obras de arte de mais de 40 países. E para quem gosta de coisas diferentes e engraçadas, o museu Ripley’s Believe it or Not é um prato cheio!
O Golden Gate Park, aliás, merece uma visita de dia inteiro, tantas são as suas atrações: o Jardim Japonês e sua casa de chá, o Museu Young, a Academia de Ciências, o Conservatório de Flores, o Jardim Botânico, um autêntico moinho de vento holandês em tamanho natural e várias quadras esportivas e parquinhos para crianças.

San Francisco abriga ainda a maior comunidade chinesa dos Estados Unidos, e sua Chinatown é uma atração à parte. A entrada oficial fica na Grant avenue com Bush street, onde um grande portal vermelho dá as boas-vindas. Milhares de lojinhas de ervas, incensos, objetos curiosos e muitos açougues com patos e outros estranhos animais comestíveis pendurados em suas vitrines atraem a curiosidade de todos.
Seus restaurantes são famosos, e um dos mais tradicionais e sempre cheio chama-se Empress of China (838 Grant Avenue – 434-1345). Sua decoração é impressionante e a comida mais ainda. Reserve uma mesa no último andar para apreciar a vista panorâmica enquanto você come um pato laqueado ou uma lagosta à moda de Cantão.

Outra comunidade oriental bem presente em San Francisco é a japonesa, e a Japantown ocupa três quarteirões entre as ruas Geary, Post, Laguna e Fillmore. Lá fica o Japan Center com sua enorme torre em forma de pirâmide abrigando galerias de arte, restaurantes (japoneses, claro), livrarias, bares de karaokê, um grande spa tradicional (Kabuki Springs & Spa) e dezenas de lojas de todos os tipos vendendo de tudo. O ponto central é a enorme Praça da Paz onde foi erguido um pagode de cinco telhados, presente do governo do Japão.

Mas a que mais chama a atenção é a comunidade gay, localizada no Castro District, que é o centro de sua vida social, com centenas de cafés e restaurantes descoladíssimos, lojas de roupas super-grifadas e sex-shops da pesada, alojados nas bem reformadas e transadas casinhas vitorianas. No centro do bairro fica o Teatro Castro, de arquitetura espanhola, onde são realizados festivais, shows musicais e apresentações das mais diversas. Se você se interessar, há um engraçadíssimo passeio a pé pelo bairro acompanhado por um guia que mostra marcos da história gay de San Francisco (reservas pelo telefone 550-8110)

Uma visita a San Francisco não estará completa se você não for até Twin Peaks ver a vista deslumbrante da cidade ou não descer a pé a Lombard Street, a rua mais torta do mundo. Tendo mais tempo, uma boa sugestão é conhecer Muir Woods com as famosas sequóias gigantes ou fazer uma degustação nos vinhedos dos vales Napa e Sonoma, cada vez mais conhecidos por conta do filme Sideways.


Uma sugestão de hotel charmoso e bem localizado: The Tuscan Inn (425 Northpoint Street), em pleno Fisherman’s Wharf. Veja na foto acima o seu aconchegante hall de entrada com lareira e tudo.
Uma sugestão de restaurante: Café Pescatore, no térreo do próprio hotel, um dos melhores para peixes e frutos do mar, além de massas e pizzas no forno de lenha.
E depois me diz se você também não se apaixonou por San Francisco...

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